terça-feira, junho 22, 2004

Voice Of The Beehive

i walk the earth my darling, this is my home



Olá, voltei. E hoje, enquanto vasculhava no disco do meu computador por um som bem disposto e de preferência cantado por uma voz feminina, dei de caras com uma pasta que dizia "Voice Of The Beehive".

Tracy Bryn e Melissa Brooke Belland são duas irmãs americanas, filhas de Bruce Belland, que, para os mais cotas, foi membro de um grupo dos anos 50 chamado The Four Preps. As duas meninas um dia decidiram radicar-se em Londres e fazer aquilo com que sempre sonharam: ter uma banda. A sua primeira aparição em disco foi a fazer coros no álbum a solo de Bill Drummond (KLF). Pouco tempo depois conheceram um guitarrista do País de Gales chamado Mike Jones e, com dois ex-Madness, Daniel Woodgate e Mark Bedford, completaram a formação inicial dos Voice Of The Beehive.

Ao contrário do que quase 99% da população mundial pensa, o nome do grupo não surgiu a partir de um filme de Bette Davis. Não. Fonte muito próxima das duas manas assegura que tudo surgiu da necessidade de preencher a expressão "Voice Of The..." com algo sugestivo e apelativo... e assim surgiu a colmeia. Beehive é também o nome dado àquele tipo de penteado tão próprio dos anos 60, em forma de colmeia.

Antes de surgir o primeiro álbum do grupo, e único nos anos 80, Mark Bedford saiu e foi substituído por Martin Brett. Março de 19897 marcou o lançamento do primeiro single, Just A City.

Em Outubro de 1987, o single I Say Nothing trouxe a dose suficiente de polémica para lhes dar a publicidade que desejavam. A questão tinha a ver com a letra da música que dizia a certa altura "she says I get it every night" e "he'll rip you right in two". A sempre puritana BBC pediu-lhes que alterassem estas partes da letra, ao que eles não se opuseram, ficando assim "she says I see him every night" e "he'll rip your heart in two". Em início de carreira, havia de fazer este tipo de concessões. Apesar disso, o single desapareceu das lojas, mas os Voice Of The Beehive pouco se importaram, chegando mesmo, nos seus concertos, a dar à primeira parte da letra uma outra versão: "she says I fuck him every night". É assim mesmo!

Em Fevereiro de 1988, surgiu I Walk The Earth, outra das minhas preferidas. Apesar de não conseguirem obter o reconhecimento em termos de tabelas de vendas, os Voice Of The Beehive conseguiam uma notável série de aparições televisivas, incluindo programas infantis... (onde por certo teriam de cantar as versões "light" das letras)

Em Maio do mesmo ano, lançaram talvez a sua canção mais conhecida entre nós e aquela que alncasou maior sucesso em vendas - Don't Call Me Baby (este título surge da frase que Ann-Margret diz a Elvis Presley no filme Viva Las Vegas). Um mês depois, surgiu finalmente o álbum Let It Bee, que aproveitou o sucesso do single que o precedeu para ocupar os primeiros lugares do top de vendas. Seguiu-se mais um single - Man On The Moon - que não teve tanto êxito como os que o precederam.

O sucesso europeu extendeu-se à América. Os Voice Of The Beehive entraram em digressão com os That Petrol Emotion (Steve Mack era namorado de Tracey Bryn), actuando nas suas primeiras partes, mas roubando autenticamente o destaque àqueles que deveriam ser os cabeças-de-cartaz.



Em termos de anos 80, os Voice Of The Beehive resumiram a sua actividade ao álbum Let It Bee. Em 1991, editaram o segundo longa-duração, Honey Lingers, que produziu singles como Monsters And Angels, I Think I Love You e Perfect Place. Uma curiosidade: o título originalmente proposto por Melissa para este álbum e imediatamente recusado pela editora era "Honey Lingus"...

A partir daqui, a colmeia deixou de produzir mel. A banda desagregou-se e apenas "sobreviveram" as duas irmãs. Em 1996, lançaram Sex & Misery, um álbum cujo título original era Disastrous Relationships, Disillusionment, Depression & Death. Por este título podemos saber os traumas que preencheram a primeira metade da década de 90 das duas manas...

Para saberem o que andam as manas a aprontar hoje em dia, podem visitar o site oficial.

Sem comentários: