quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Novo teledisco: CLASSIX NOUVEAUX - Guilty

Em 1981, aparecia na TV uma personagem estranha e assustadora (pelo menos aos meus olhos de 10 anos de idade). Vestia de preto, era careca, usava maquilhagem, e cantava de um modo estranhíssimo. Uma versão mais apresentável de Nosferatu, mas mesmo assim tenebrosa. Isto digo eu agora, que na altura não fazia a mais pequena ideia de quem era Nosferatu.

Afinal, tratava-se de Sal Solo, o vocalista dos Classix Nouveaux, um rapaz inofensivo que se dedica actualmente à música de inspiração cristã, e cujo contributo para a definição de um estilo New Romantic não pode passar sem referência. Guilty, o teledisco que vos trago hoje, é um grande momento na carreira dos Classix. É uma canção viciante pela forma como nos leva a querer agarrar na miúda e saltar imediatamente para a pista de dança. No Swing ouviu-se já por duas vezes Never Again (outra-que-tal), mas no dia 16 de Março, prometo que Guilty não vai faltar. E se todos conseguíssemos dançar como no teledisco, acho que seria um momento de rara beleza.

PS - A capa do single que se apresenta em cima é a da edição espanhola. Culpable, dizem eles.

sábado, fevereiro 24, 2007

Jim Diamond

I saw you walking by the other day I know that you saw me, you turned away
Jim Diamond!!! É ele o misterioso homem dos óculos escuros e casaco preto de cabedal. Uma espécie de James Blunt dos anos 80 (ou o James Blunt é que será uma espécie de Jim Diamond do século XXI, vocês decidem), Diamond irritou-nos durante semanas a fio, com o seu shoulda known better ("se choro não berro", na versão popular do meu bairro) repetido até à exaustão no Top Disco. Uma balada com a marca "coitatinho-de-mim", cujo climax todos nós gostávamos de atingir (salvo seja...) quando nos púnhamos a berrar, esganiçados, no quarto ou no recreio da escola aquele interminável aiaiaiaiaiaiaiaiaiaiaiaiai... loooooooobiúúú. Figuras tristes à parte, o tempo encarregou-se de apagar a memória negativa da música, e servir-nos o prato doce da nostalgia. Sim, é com um sorriso que ouvimos I should have known better e lembramos a míúda (ou miúdo, conforme o caso) da nossa turma a quem enviávamos bilhetinhos sobre o amor eterno. Só por isto, já vale a pena trazer aqui o Jim Diamante.
Nasceu na Escócia, e antes de iniciar carreira a solo esteve nos Bandit (finais da década de 70, com um álbum editado) e nos Ph.D (inícios dos 80s), bandas das quais não conheço absolutamente nada. Reza a história que I Won't Let You Down, primeiro single do álbum PhD. Album, foi um grande sucesso comercial, e é nesta altura considerado um clássico do cantor. Pelo meio, cantou na banda de Alexis Korner, considerado o Godfather of British Blues.
A sua aventura a solo começa em 1984, com o álbum Double Crossed e o single I Should Have Known Better, aquele da capa azul, que tantos pesadelos causou a criancinhas inocentes e indefesas. A canção foi um sucesso estrondoso em todo o mundo, ainda que coincidisse no tempo com Do They Know It's Christmas. Ficou, aliás, famoso o apelo de Jim Diamond, na altura, a que as pessoas comprassem a canção da Band Aid em vez da dele. Quando entrevistado sobre todo o sucesso que estava a viver, disse: "Estou muito satisfeito por estar em primeiro lugar, mas na próxima semana não quero que as pessoas comprem o meu disco, mas sim o da Band Aid." Foi um gesto bonito (Bob Geldof refere-o num livro seu) e não impediu que a sua canção tivesse vendido uma porrada de discos. Outra balada que seguiu os mesmos passos foi Remember I Love You, também retirada do mesmo álbum.
O segundo álbum, Desire For Freedom (1986), produziu o single - Hi Ho Silver - numa alusão ao cavalo do Mascarilha (The Lone Ranger). Esta canção também cavalgou pelos tops acima (fica mesmo bem esta metáfora aqui).
A década de 90 assistiu ao quase desaparecimento de Jim Diamond em termos comerciais, ainda que não em termos musicais, pois manteve uma agenda ao vivo bastante preenchida. Em termos discográficos, editou um álbum homónimo com regravações dos seus êxitos antigos. Foi em 1993. Jim continua a tocar ao vivo e editou mesmo um álbum em 2005. Souled And Healed é o título.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Passatempo: quem é ele?



Uma pista: não é Pedro Abrunhosa (daqui a 10 anos)

Novo teledisco: BLIND DATE - Your Heart Keeps Burning

O teledisco de Your Heart Keeps Burning (1985), dos Blind Date, podia ter sido feito por qualquer um de nós, hoje, no recanto do nosso escritório, munidos de um computador jeitoso e das ferramentas apropriadas. Este videoclip é um documento importante para nos darmos conta do quanto se evoluiu em matéria de vídeo em 20 anos. Para além disso, tem um interesse sociológico na medida em que reflecte bem as tendências da moda de uma certa juventude feminina da época. Basta estarmos atentos às duas meninas. E a coreografia também não é nada má.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Don't you want me, baby, don't you want me, oohhhhhhhhh



Para quem esteve na primeira e gostou. Para quem não esteve na primeira e lamentou. Esta é a segunda oportunidade. Como diz o outro, everybody deserves a second chance...

Clica AQUI, e ouve o spot da Rádio Nova.

Já agora, participa na sondagem, na barra lateral. Obrigado!

Eles estão com a festa Queridos Anos 80:
A Rádio em Portugal
Wellenbereich Muzik Manifesto
In Shreds
ecOs do Amial
paulo correia

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Novo teledisco: BONNIE TYLER & TODD RUNDGREN - Loving You's A Dirty Job But Somebody's Gotta Do It

Quase que tinha de abrir um novo blogue para escrever o nome dos cantores e o título da música que escolhi para celebrar o Dia dos Namorados, essa instituição bonita, quiçá um pouco linda. Este era, sem dúvida, um dos dias mais esperados pelo adolescente que eu era na década de 80. Também conhecido pelo "Dia do Pessoal Que Dá Uns Beijos e Uns Amassos Na Parte de Trás do Pavilhão da Escola Secundária", era um dia especial, não porque fosse eu um dos ocupantes dessa zona da escola onde se trocavam uns cuspes (e, em princípio, nada mais), mas porque sempre gostei de observar a azáfama dos cartõezinhos, das flores, dos bilhetinhos que se trocavam nas aulas, com os tímidos "Pedro lobe Sara" ou "Adebinha em quem tou a penssar" (os erros ortográficos eram do mais romântico que havia) ou ainda o correcto e um pouco cócó "Feliz Dia dos Namorados". Nessa altura, a língua portuguesa ainda tinha alguma dignidade e era impossível ler-se coisas como "Felix Dia d Namuradus" ou "Mts Xiiiinhussss pó mew amowe winduuuu".

Mas, voltando ao tema escolhido, trata-se de Loving You's A Dirty Job But Somebody's Gotta Do It, canção de carga dramática intensíssima, de entrega total por parte do dueto Bonnie "ó prá minha cabeleira loura" Tyler e Todd "eu podia ser um gangster, mas não tenho tempo" Rundgren. O videoclip, que se apresenta na barra lateral, foi realizado por Tim Pope, um dos mais eclécticos e completos realizadores de telediscos dos anos 80. Vejam aqui porquê.

domingo, fevereiro 11, 2007

AC/DC: a banda com irmãos preferida

...e a banda com irmãos que os visitantes do QA80 elegeram como sua preferida foram os AC/DC. Não foi uma vitória esmagadora, mas foi o bastante para revelar uma importante facção rockeira que visita o QA80. A banda dos irmãos Young estará para sempre associada, na minha vida, às férias desportivas da Páscoa, organizadas pela FAP (Federação Académica do Porto), no Algarve, em inícios dos anos 90. Olho para trás e vejo-me na praia, assistindo o torneio de Voleibol ao som de Back In Black, ou então, atirando um olhar furtivo a uma qualquer miúda do FCDEF ou da Católica, ao som de You Shook Me All Night Long. Velhos tempos.

Os INXS e os Spandau Ballet discutiram até ao finzinho o segundo lugar, tendo a banda de Michael Hutchence conseguido superiorizar-se apenas por um voto. Terá o factor "cantor-falecido" contribuído para este resultado? Numa altura em que tantas bandas anunciam regressos à actividade, porque nao os Spandau Ballet? Por falar em bandas que voltam a juntar-se, os Jesus & Mary Chain irão fazê-lo no Coachella Festival. Este honroso quarto lugar não surge por acaso.

Uma palavra final para os últimos classificados. Os Bros caem, mas caem de pé, com 12 votos num total de 446. Como devem compreender, era indispensável a sua presença numa playlist de bandas de irmãos. Ninguém como Luke e Matt Goss faz jus a essa condição.



1. AC/DC - 86 (18%)
2. INXS - 72 (15%)
3. Spandau Ballet - 71 (15%)
4. Jesus & Mary Chain - 68 (14%)
5. Van Halen - 46 (10%)
6. Heart - 35 (7%)
7. Psychedelic Furs e Bangles – 29 (6%)
9. Gene Loves Jezebel - 27 (6%)
10. Bros - 12 (3%)

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

É hoje!

Estamos a poucas horas de eu ganhar o Euromilhões. Sim, caros visitantes, foi em vão que esta semana foram a correr ao quiosque mais próximo registar o boletim. Este é o meu dia, esta é a minha semana. A dúvida existencial que se coloca agora é a seguinte: que fazer com aquela massa toda? Pois bem, é fácil: entre muitas coisas de cariz privado que não posso revelar, farei uma que, desde já, anuncio: organizar um festival de verão de música dos anos 80. Sim, leram bem: com o pastel que daqui a algumas horas vou ganhar, irei organizar um FESTIVAL DOS ANOS 80. E o primeiro, ou a primeira, a comentar este texto terá entrada gratuita nos dois dias. Sim, serão dois dias, em Junho, Julho ou Agosto, de um evento como nunca se viu em Portugal.
A primeira coisa a pensar é o local. Por razões pessoais, a cidade escolhida será o Porto. O pessoal da capital, já que se "balda" à festa QA80 do Swing, a este festival não poderá faltar. Ai deles. No Porto, em que local? Um pavilhão? Um estádio? À primeira vista, o Estádio do Dragão ou o Estádio do Bessa. A toca da pantera é mais aconchegadinha e pode servir de motivação para os Ban se voltarem a reunir. Vocês sabem de quem é que eu estou a falar... O covil do Dragão (sim, eu sei que os Dragões não têm covis) é mais majestoso, tem melhores acessibilidades e... os Rolling Stones deram lá um concerto, pelo que dizem, fantástico, no ano passado. É óbvio que esta questão será tratada com a empresa que eu contactar para me ajudar a organizar a cena toda. E logo que eu lhes acene com o garganel do euromilhões, eles vão entrar a fundo nisto.

Por falar em dinheiro, os bilhetes devem ter um preçozinho acessível. Não se preocupem, pais de família, isto não vai pesar grandemente no vosso orçamento familiar. A não ser que tragam a criançada. Mas, mesmo assim, não é razão para alarmes. O preço para os miúdos será simbólico e haverá um espaçozinho para eles andarem à porrada enquanto os pais estão aos saltos em frente ao palco.

A parte mais importante desta história toda são as bandas e os artistas a contratar. Da forma como eu vejo o festival que irei organizar (se começaram a ler isto a partir deste parágrafo, desde já informo que logo serei o totalista do euromilhões), justificam-se dois dias com ambientes completamente opostos. No primeiro dia, que poderá ser uma sexta-feira, o festival será caracterizado por uma vertente mais alternativa, mais rock, mas dark, tipo urbano-depressivo, assim a puxar para a cena mais à frente, tipo, estão a ver? No segundo dia, sábado, teremos todo um ambiente pop, electrónico talvez, com laivos de top disco. Madonna está fora de questão, pois só ela seria capaz de me levar todo o dinheirinho e depois não podia pagar às outras bandas. Grupos como U2 ou Depeche Mode são tão intemporais que não se inserem numa lógica de "anos 80". Para além do facto de serem igualmente demasiado caros. Por isso, achei que, para cabeça-de-cartaz poderíamos ter uns Duran Duran. São também caros (não tanto como os outros) e estão em plena actividade, mas serão garantia de enchente para este dia. E é preciso não esquecer que os espanhóis estão ali pertinho e são malucos por Duran Duran. Assim sendo, aqui está, em primeira mão, o cartaz do festival:

Dia 1
Cabeças-de-cartaz:
The Cure
Morrissey


Outras bandas:
Jesus & Mary Chain
Peter Murphy/Bauhaus
Echo & the Bunnymen



Dia 2
Cabeças-de-cartaz:
Duran Duran
Pet Shop Boys


Outras bandas:
The Human League
New Order
Erasure
Simply Red


Que tal? Eu sei, vocês vão-se passar completamente. Nada será como dantes. Há ainda a possibilidade de aparecer um Tony Hadley a cantar êxitos dos Spandau Ballet. Ou até Kim Wilde e, quem sabe, Sandra e até mesmo Samantha Fox. Seria o paraíso. Prometo que vou tentar.

Nesta altura, haverá quem pergunte: e bandas portuguesas? Não há nada? Claro que há: GNR, Sétima Legião, Rádio Macau, Delfins, Xutos & Pontapés e, porque não, o regresso, nem que seja para uma one-night gig, dos Ban. Pensando bem, acho que se justificava um terceiro dia só com música portuguesa. Vamos ver quanto dinheirinho sobra. Depois digo qualquer coisa.

Um assunto que anda às voltas na minha cabeça há vários... minutos é o nome, a designação, para o festival. Assim, de repente, "Festival Queridos Anos 80" parece-me bonito e a puxar ao coração. Mas admito que possa haver nomes mais comerciais, sei lá, "80s Pop-Rock Festival", ou "Ternura dos 80" (acho que tinha de pagar alguma coisita ao Paco Bandeira), ou então simplesmente "Festival Anos 80". É complicado, mas vou ter de contratar gente criativa para pensar nisto.

Planet Earth faz 26 anos



Há vinte e seis anos, os Duran Duran editavam o seu primeiro single. Chamava-se Planet Earth. Look now look all around, there's no sound of life...

Obrigado ao Nuno pela dica!