sábado, novembro 29, 2003

YAZOO

All i needed was the love you gave, All i needed for another day, And all i ever knew, Only you



Only You é a canção mais bela dos anos 80. E o seu criador, Vince Clarke, um génio. Porque só os génios fazem coisas simples e belas. É, no entanto, a voz de Genevieve Alison Moyet que torna a canção tão especial. Porque lhe dá paixão, lamento, calor, corpo.



Os Yazoo apareceram em 1982. Acabadinho de sair dos Depeche Mode (que tinham editado o álbum Speak And Spell) e com um penteado de impor respeito, Clarke decidiu responder a um anúncio de Alison Moyet (também conhecida por Alf) na revista Melody Maker. Apesar de curto – a ligação durou apenas 2 anos - o caminho que os dois traçaram pelos meandros da pop-electrónica deixou marcas indeléveis na história da música dos eighties. Editaram os álbuns Upstairs At Eric's (1982) e You And Me Both (1983). Merecem destaque, para além de Only You, os temas Don't Go, Nobody's Diary e Situation. Em 1983, Vince Clarke juntou-se a Andy Bell para formar os fantásticos Erasure e Alison Moyet iniciou carreira a solo.

Duas curiosidades sobre os Yazoo:

- Only You teve uma versão a capella pelos Flying Pickets.
- Como já existia uma editora americana com a designação Yazoo, o grupo teve de abreviar para Yaz (mas só nos States).

sexta-feira, novembro 28, 2003

News

Uma amiga enviou-me a seguinte notícia. É a segunda notícia do ano (depois da que anunciou o regresso dos Duran Duran há uns meses):

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Sigue Sigue Sputnik actuam em Portugal em Dezembro

Os britânicos Sigue Sigue Sputnik são mais um dos nomes no cartaz do Festival Blue Spot, que se vai realizar no Porto a 5 e 6 de Dezembro. O grupo de Tony James junta-se assim aos nomes já confirmados: Peaches, Ursula Rucker, Freddy Fresh, Paulo J. Rodrigo, DJ Milkshake e O Projecto é Grave.

Os Sigue Sigue Sputnik marcaram e evidenciaram-se nos anos 80 com a sua visionária sonoridade e estilo extravagante. Love missile F1-11 foi um dos temas que contribuiu, na época, para levar os britânicos aos tops.

A actuação dos autores de Flaunt It (1986) e Dress for Excess (1988) está agendada para o dia 5 de Dezembro, no Teatro Sá da Bandeira.
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quinta-feira, novembro 27, 2003

Caso estejam a ter problemas com o sistema de comentários, avisem-me, please. Já houve quem se queixasse.

HOJE, NA HISTÓRIA DA MÚSICA DOS 80s



1981 - A indústria fonográfica britânica reclamava nos jornais sobre o facto de a gravação de cassetes áudio estar a destruir a música. Este movimento era apoiado por artistas como os Boomtown Rats, 10CC, Elton John e Cliff Richard. Passados 22 anos, a cassete-áudio não podia estar mais moribunda e a indústria fonográfica britânica mais feliz. :-)

1982 - Lionel Richie alcançava o número UM do top de vendas americano com Truly. De 78 a 86, o tio Lionel conseguiu a mesma proeza quer na qualidade de compositor, quer na de intérprete com Three Times A Lady, Still, Lady (Kenny Rodgers), Endless Love, (Diana Ross), All Night Long, Hello, Say You Say Me e We Are The World. A partir de We Are The World a vida começou a andar para trás.


quarta-feira, novembro 26, 2003

Acrescentei novas ligações sobre música. Em primeiro lugar, o TOP OF THE POPS 2, que se aventura pelos sons do passado. Gosto muito do estilo retro em fundo negro. Muito conseguido.

Em segundo lugar, o TOP OF THE POPS, sobre os sons do presente.

terça-feira, novembro 25, 2003



Este senhor é um génio. Mas disfarça muito bem!

ORCHESTRAL MANOEUVRES IN THE DARK

All I want is to hold your hand, To see the sun and walk the sand



Sempre achei piada à forma como os espanhóis traduzem tudo o que lhes aparece pela frente. Se entrarmos no mundo da música, então temos exemplos verdadeiramente hilariantes. Os Maniobras Orquestales En La Oscuridad são o exemplo-mor do que acabo de dizer. Para nós, apenas OMD, ou Orchestral Manoeuvres In The Dark, os rapazes de blazer e gravatinha que cantavam Enola Gay e Souvenir. São dos grupos que mais despertam a nostalgia dos 80s através daquele pop electrónico limpinho, melódico e muito directo.



Tudo começou num bar de Liverpool chamado Eric's Club, em Agosto de 1978. Este bar era local obrigatório para quem queria descobrir novos talentos na cena musical de Liverpool e, foi, portanto, o palco indicado para os OMD darem o seu primeiro concerto. Os membros fundadores foram Paul Humphreys e Andy McCluskey, que sempre constituíram o núcleo duro do grupo. Outros elementos que atinjiram alguma relevância foram Martin Cooper (teclas e saxofone) e Malcolm Holmes (bateria). Humphreys e McCluskey dividiam as tarefas vocais. Por exemplo, podemos ouvir Humphreys em Souvenir (1981) ou (Forever) Live And Die (1986) e McCluskey em Enola Gay (1980) ou If You Leave (1986). Quatro grandes canções! Já agora, estas e outras fazem parte de uma colectânea - The OMD Singles (1998) - absolutamente obrigatória. A minha canção preferida é Secret. A letra está aqui.



O ano de 1989 marcou a saída de Paul Humphreys do grupo, no que significou para todos nós (falo por 90% dos fans), claro, o fim do grupo. O teimoso do Andy McCluskey lá continuou a gravar pelos anos 90 fora sob a designação OMD. Deve estar parvo o homem.

Aqui vai a lista de álbuns respeitante aos eighties:

Orchestral Manoeuvres In The Dark (1980)
Organisation (1980)
Architecture And Morality (1981)
Dazzle Ships (1983)
Junk Culture (1984)
Crush (1985)
The Pacific Age (1986)
The Best Of OMD (1988)

Para saberem muito mais sobre os OMD podem visitar o site oficial ou esta página, onde é possível, inclusivé, encontrar autênticas raridades para download (em formato vídeo!)

Para finalizar, algumas curiosidades que consegui encontrar:

- If You Leave foi o maior êxito do grupo nos EUA. Esta canção fez parte da banda sonora do filme Pretty In Pink. Não me lembro do título em português.

- O último single escrito pela dupla Humphreys e McCluskey foi Dreaming, de 1988.

- Humphreys e McCluskey foram os senhores por detrás (isto é uma maneira de dizer) das Atomic Kitten. Em 2002, num acto de rara gratidão, foram despedidos a trocados por outros.

domingo, novembro 23, 2003

Coincidência

Hoje lembrei-me de uma coincidência. Duas bandas dos 80s cujos bateristas têm o mesmo nome. Alguém arrisca?

sábado, novembro 22, 2003

MANUELA MOURA GUEDES

Será sempre a subir ao cimo de ti só p'ra te sentir

Estou pouco interessado em comentar as qualidades ou os defeitos da actual apresentadora da TVI. Para mim a verdade é só uma: esta senhora cantou um dos melhores temas de sempre da música portuguesa. Com letra de Miguel Esteves Cardoso e música de Ricardo Camacho, Foram Cardos Foram Prosas é uma canção que ainda hoje ouço vezes sem conta (com o volume bem alto, de preferência).

O tema data de 1981 e nele estiveram envolvidos os seguintes músicos: Ricardo Camacho (Sétima Legião) nos sintetizadores, Vítor Rua (GNR e Telectu) no baixo e na guitarra, Toli César Machado (GNR) na bateria e Tó Pinheiro da Silva (Banda do Casaco) na guitarra.

O registo discográfico de Manuela Moura Guedes inclui ainda os singles Conversa Fiada (1979) e Sonho Mau (1980), e o LP intitulado Alibi (1982), cuja instrumentalização ficou a cargo dos GNR (na altura já com o Rui Reininho). O álbum é mauzinho e dele não ficaram vestígios na música portuguesa.

Existe uma cover bem razoável do tema, pelos Ritual Tejo, mas não há nada como o original.

sexta-feira, novembro 21, 2003



"Boa noite, o meu nome é Manuela Moura Guedes e já fui estrela pop dos anos 80. A emissão segue dentro de momentos"

quinta-feira, novembro 20, 2003

NOVA SONDAGEM

Vamos lá ver agora qual a cantora preferida. Temos 10 meninas, 10 vozes, 10 penteados diferentes (bem, uns mais diferentes do que outros). Neste momento devem estar vocês desesperadamente à procura de Madonna. Pois é, meus amigos, a material girl não entra nesta sondagem por ser claramente um caso especial. A sua inclusão iria nitidamente esmagar a concorrência. Seria uma espécie de Portugal-Koweit. Madonna está lá em cima, onde mais ninguém chega (excepto Guy Ritchie, claro). E quanto a isso estamos conversados. Depois vêm as 10 meninas que se submetem à vossa votação. Numa 2ª Divisão B estão outros nomes que passam pelo nosso imaginário musical. Estou a lembrar-me de Debbie Gibson, Sabrina (quem tem Sam Fox, para que precisa desta italiana?), Tiffany, Paula Abdul, Martika, Sinitta, Sheena Easton, Laura Branigan, Jennifer Rush, Pat Benatar, ... Injustas algumas destas ausências? Provavelmente, mas tinha de escolher 10. Scolari vai ter de escolher 23 e é muito mais fácil para ele. Vocês sabem do que é que eu estou a falar.

SONDAGEM ENCERRADA

A 1ª grande sondagem Queridos Anos 80 chegou ao fim. Quero agradecer a todos aqueles que votaram para eleger o grupo dos eighties preferido. Num total de 68 votos, foi sem surpresa que os Duran Duran se impuseram à restante concorrência. Talvez não estivesse à espera de uma tão grande diferença para o segundo classificado, tendo em conta a inegável qualidade do que os Depeche Mode continuaram a fazer pelos anos 90 até ao presente. Foram as seguintes as preferências dos visitantes do Queridos Anos 80:

1º lugar: Duran Duran – 71% (48)
2º lugar: Depeche Mode – 15% (10)
3º lugar: Wham! – 6% (4)
4º lugar: Spandau Ballet – 4% (3)
5º lugar: The Human League – 3% (2)
6º lugar: ABC – 1% (1)
7º lugar: A Flock of Seagulls – 0% (0)

Segue-se uma nova sondagem. Aguardem alguns minutos.

quarta-feira, novembro 19, 2003

Passado e presente. Como eles mudaram.


do you really want to hurt me, do you really want to make me cry



touch me, touch me, i wanna feel your body



wake me up before you go-go, don't leave me hanging on like a yo-yo



you came, and changed the way i feel, no one could love you more



wouldn't it be good to be in your shoes, even if it was for just one day

GAZEBO

Rainy days / Never say goodbye to desire / When we are together



Gazebo é Paul Mazzolini. E pensavam vocês que era um grupo. Nasceu em Beirute (Líbano), em 1960, e é filho de um diplomata italiano e de uma cantora americana. Foi figura de proa do Italo-Disco, movimento musical italiano dos anos 80 que invadiu as pistas de dança, produzindo, na maior parte dos casos, canções de duvidosa qualidade assim a atirar para os carrinhos-de-choque (Exemplos: Scotch, Miko Mission, Den Harrow, Spagna, Silver Pozzoli).
Paul correu os quatro cantos do mundo, aprendeu guitarra clássica em Paris, interessou-se, em Londres, pelo movimento punk, mas foi em Itália que construiu uma carreira dedicada à música electrónica de dança (tal como 1.739.567 outros artistas daquela altura).
Na companhia do seu braço-direito, Pier Luigi Giombini (compositor), iniciou a sua aventura musical com o single Masterpiece, de que não há registo na minha memória. Parece que foi um grande sucesso em Itália em 1982. Alguém tem? Mandem-me um e-mail.
É com a magnífica canção I Like Chopin, que fez parte do álbum homónimo de estreia, que Gazebo atinje o estatuto de super-star. Arrasou a concorrência em Itália e em mais 15 países (Portugal incluído), onde ocupou o 1º lugar dos tops de vendas. Venderam-se cerca de 8 milhões de singles em todo o mundo. É obra.
O segundo álbum, Telephone Mama (1984), marcou uma mudança de estilo na música de Gazebo, mas isso agora já não interessa nada (obrigado, TG).
Na década de 90 Paul Mazzolini criou o seu império musical, criando duas empresas através das quais pôde controlar toda a sua carreira, desde a gravação à distribuição.
Em 2000 saiu o duplo CD de compilação dos seus grandes êxitos, Portrait & Viewpoint.

Gazebo na primeira pessoa:

"Gosto de karting e já corri Fórmula 3. Mas também gosto da natureza e de dar passeios pelo bosque (confidência: Levo sempre comigo o gravador de mini-disc, pois há tantos sons bonitos na floresta!)"

Podia-lhe dar para pior.



Não queria encerrar este assunto sem esclarecer uma questão importantíssima. Mas afinal o que quer dizer GAZEBO??? Segundo os dicionários da Porto Editora, Gazebo é belveder, mirante, varanda ou janela saliente. Agora, o que levou Paul Mazzolini a escolher esta designação artística já não sei!

terça-feira, novembro 18, 2003

Quem é, quem é?

O Queridos Anos 80 vai falar do senhor que gostava de Chopin.



Mas quem é este cromo?

sábado, novembro 15, 2003

Há 17 anos, no Reino Unido

Uma curiosidade para hoje: há precisamente vinte anos o TOP 5 do Reino Unido era ocupado por vozes femininas:

. SWING OUT SISTER, Breakout


. MEL & KIM, Showing Out


. THE BANGLES, Walk Like An Egyptian


. KIM WILDE, You Keep Me Hangin' On


. BERLIN, Take My Breath Away

quinta-feira, novembro 13, 2003

THE JESUS AND MARY CHAIN

Hey honey what you trying to say, as I stand here, don't you walk away



Era uma vez... em East Kilbride, Escócia, numa manhã fria e cinzenta do Inverno de 1983. Dois irmãos vestidos de negro vagueiam pelas ruas da cidade. São jovens, estão desempregados e acima de tudo têm um ar muito chateado. Vestem couro preto, usam óculos escuros e olham o chão molhado (em geral vêem pouco do que se passa à sua volta, pois as grandes cabeleiras cobrem-lhes os olhos). Detestam muita coisa na vida, mas o que mais detestam é a música que se faz nos inícios dos anos 80. Um chama-se Jim, o outro William. A certa altura, um vira-se para o outro e diz: "Meu, vamos fazer um grupo." O outro responde afirmativamente com a cabeça. Nascem os Jesus And Mary Chain. É claro que tudo isto é imaginação minha, mas nada garante que não se tenha passado mais ou menos assim.

Foi em 1984 que tudo começou. Com Jim Reid na voz principal, William Reid na guitarra, Douglas Hart no baixo e Murray Dalglish na bateria, os Jesus And Mary Chain iniciaram a carreira com um concerto de 10 minutos para uma plateia de 20 pessoas que, por acaso, estavam naquele dia naquele bar àquela mesma hora. Para eles era igual ao litro, pois tocavam invariavelmente de costas para o público.



Para mim, os JAMC "são" três álbuns (embora eles tenham gravado mais): Psychocandy (1985), Darklands (1987) e Automatic (1989).

Em Psychodandy ouvi coisas que julgava não ser possível ouvir em música e... gostar (experimentem Just Like Honey ou The Hardest Walk...). Outro aspecto relevante, depois de ouvir o álbum, foi que decidi experimentar o negro como opção de cor para a roupa (a minha mãe achava estranho, mas não proibia). É, no entanto, em Darklands que o grupo atinje o seu ponto mais alto na frequência com que passa no meu gira-discos (GIRA-DISCOS! Lembram-se?). Um dos melhores álbuns de sempre da música rock, Darklands inclui o tema-título (Darklands, para os distraídos), Happy When It Rains e o grande tema, April Skies.



Em Automatic, com a banda reduzida aos manos, os Jesus iniciam o trajecto descendente do êxito, mas, mesmo assim, ainda lá podemos encontrar coisas tão fantásticas como Here Comes Alice, Head On (com direito a cover dos Pixies) e Half Way To Crazy.

Deixo-vos com este SITE dedicado aos reis do noise e do feedback.

DD arrasam



Pois, parece que os Duran Duran não estão mesmo a dar hipóteses na sondagem. E, no fundo, acho que estes rapazes merecem. Acima de tudo porque nunca se meteram nas drogas. Acho eu. Para além disso tiveram sempre aquele ar engraxadinho e inofensivo que fazia sonhar muita menina. Quanto às músicas, marcaram e de que maneira a nossa adolescência. Só por esta curiosidade já merecem o primeiro lugar: não é qualquer grupo que consegue ter três elementos com o mesmo apelido sem terem qualquer relação familiar entre eles. É obra!

Já agora, adicionei um link para uma página com uma enorme lista de bootlegs dos Duran Duran para troca (também há Def Leppard). Estive por lá a vasculhar e não são vendas. Fiquei boquiaberto com a quantidade de bootlegs e vídeos que a autora da página tem!!! Só mesmo para núcleo duro dos Duranies!

segunda-feira, novembro 10, 2003

Sondagens Dear80s

Decidi introduzir uma secção de sondagens à qual dei o título original de Sondagens Dear80s. Então, força aí, meninos e meninas, votem no vosso grupo preferido. A listagem que deixo à vossa consideração é da minha inteira responsabilidade e não foi o resultado de qualquer pressão de uma qualquer editora discográfica.
Só para relembrar as mentes mais esquecidas, aqui estão duas músicas marcantes de cada um dos grupos listados:

THE HUMAN LEAGUE
Don't You Want Me
Human

DURAN DURAN
Planet Earth
Save A Prayer

WHAM!
Wake Me Up Before You Go-Go
Last Christmas

SPANDAU BALLET
True
Only When You Leave

DEPECHE MODE
Just Can't Get Enough
A Question Of Lust

ABC
The Look Of Love
When Smokey Sings

A FLOCK OF SEAGULLS
I Ran
The More You Live, The More You Love

Agora, votem em consciência!!!

SANDRA

I´ll never be Maria Magdalena, (You´re a creature of the night)

Ai, Sandra, Sandra, sempre que me lembro das horas que passámos juntos no meu quarto, sinto um "je ne sais quoi" que me arrepia a própria espinha! Tu na parede, naquele poster ainda com as marcas dos agrafos (de o arrancar à força de uma Bravo qualquer), e eu, sim eu, embevecido pela forma como olhavas para mim (que estou para aqui a dizer?).



Bem, deixemo-nos de saudosismos e vamos homenagear a mulher que, a par de Kim Wilde, me fez comprar um disco só pela capa.

Nascida na Alemanha, em 1962, Sandra Ann Lauer foi uma star dos anos 80 basicamente graças ao êxito (I'll never be) Maria Magdalena (reparem que os parênteses dão um nível completamente diferente ao tema...). Aos 10 anos começou a ter aulas de guitarra e de canto e aos 12 já sabia que queria ser uma artista da canção internacional. Como na altura não havia "Idolos" nem "Operações Triunfo" para concorrer, a menina Sandra começou a participar em concursos de adolescentes. É claro, ganhou um deles, o que convenceu os papás a deixarem-na entrar para uma girl-band chamada Arabesque. Isto com 16 anos. Parece que o trio (eram três, pois, mas a Sandra era uma espécie de vocalista principal), conseguiu enorme destaque no Japão (estes japoneses estão sempre lá, onde mais ninguém está!).
Em 1985, começou a trabalhar com o namorado, um tal de Michael Cretu, e já nesse ano lançou (I'll never be) Maria Magdalena, que "estacionou" no primeiro lugar do top de singles português semanas a fio (e de mais 20 países, já agora). Eu não me importava nada, o que queria era ver a boa da Sandra.
No mesmo ano surgiu o primeiro álbum, The Long Play (nada mais apropriado para chamar a um LP). A querida Sandra manteve uma carreira profícua, mas nunca chegou a repetir o sucesso de Maria Magdalena.

Aqui fica a listagem dos seus álbuns (só para os fans hard-core):

- Mirrors (1986)
- Ten On One (1987)
- Into a Secret Land (1988)
- Paintings in Yellow (1990)
- Close To seven (1992)
- 18 Greatest Hits (1992)
- Fading Shades (1995)
- My Favourites (1999)
- The Wheel of Time (2002)

O seu a seu dono: a voz masculina que se ouve no refrão de Maria Magdalena é dum senhor chamado Hubert Kemmler.



Ah, só mais uma coisita. O marido de Sandra, Michael Cretu, para além de lhe ter dado um par de gémeos (tão linda, esta expressão!) e uma carreira musical, fundou os Enigma. Pronto, é só para verem até onde chega a minha cultura musical. ;-)

sexta-feira, novembro 07, 2003

DEAD OR ALIVE

Well if I, could trace your private number, baby



Se há canções de que nunca nos vamos cansar de dançar esta é uma delas. You Spin Me Round (Like A Record) é um autêntico hino às pistas de dança e, hoje, é obrigatório numa qualquer noite revivalista. Por isto, só temos que agradecer aos Dead Or Alive. Surgiram em Liverpool, em 1980, pela mão de Pete Burns, líder carismático, cuja voz poderosa se destacava tanto quanto a sua figura andrógina e extravagante. Um dia chegou mesmo a acusar Boy George (vocalista dos Culture Club) de lhe ter copiado a imagem!

Foram membros fundadores, para além de Burns, Marty Healy (teclas), Sue James (baixo) e Joe Musker (bateria). Pelo grupo passaram ainda Wayne Hussey (guitarra; mais tarde, fundador dos grandes The Mission), Mike Percy (baixo), Time Lever (teclas) e Steve Coy (bateria).



O primeiro grande êxito surgiu em 1984 com uma versão de um tema dos KC And The Sunshine Band intitulada That's The Way (I Like It). Um ano depois, fazendo parte do álbum Youthquake, chegou You Spin Me Round (Like A Record), o primeiro grande sucesso da equipa Stock, Aitken And Waterman (responsáveis, para o bem e para o mal, por muita da música de dança que atravessou a década de 80).

Quanto a You Spin Me Round, podes sacar a letra AQUI.



Os Dead Or Alive, agora reduzidos a Pete Burns e Steve Coy, mantêm-se em actividade com grande sucesso... no Japão. O último álbum data de 2003, chama-se Evolution e é uma colectânea dos grandes êxitos da banda. Entre as últimas notícias, destaca-se o facto de Pete Burns ter feito uma espécie de "remodelação" facial que o tornou quase irreconhecível. Segundo as suas próprias palavras "o corpo é como um novo apartamento. Passados alguns anos, redecoramo-lo, deitamos algumas paredes abaixo. Cansamo-nos de olhar para o espelho e ver sempre a mesma coisa". Prontos, está bem. Para perceberem melhor o que estou a dizer, visitem o site oficial da banda em www.deadoralive.net.

Vamos à disco?

Only when I'm dancing can I feel this free
At night I lock the doors, where no one else can see
I'm tired of dancing here all by myself
Tonight I wanna dance with someone else

(Madonna, Into The Groove)

O fim-de-semana bate à  porta e lembrei-me que "Ir à  discoteca ao Sàbado à  noite" é um dos maiores clichés dos anos 80. Uma noite boa de dança podia incluir estes dez temas (a ordem é irrelevante):

New Order, The Perfect Kiss
Erasure, Sometimes
Depeche Mode, Just Can't Get Enough
Vanilla Ice, Ice Ice Baby
A Flock Of Seagulls, I Ran
Baltimora, Tarzan Boy
Duran Duran, Planet Earth
Modern Talking, You're My Heart, You're My Soul (não, não é brincadeira!)
F.R. David, Words
Dead Or Alive, You Spin Me 'Round (Like A Record)

quarta-feira, novembro 05, 2003

INDUSTRY

Começar esta viagem pela década dourada da pop não é tarefa fácil. A tentação é a de abordar imediatamente o óbvio, aqueles artistas em quem se pensa automaticamente ao recuarmos 15 ou 20 anos. Duran Duran! Spandau Ballet! Wham! Depeche Mode! Não. O óbvio não vai ter aqui lugar de destaque. Pelo menos para já. Este blog (ou blogue, como quiseres) vai a todas. Dos "cabeças de cartaz" aos "one hit wonders", dos "papões" das tabelas de vendas aos desgraçadinhos da pop: todos terão a sua vez. O critério? Não há critério. Vai depender muito de factores cientificamente relevantes como:

a) A disposição com que eu chegar a casa.
b) A música que me apetecer cantar enquanto estou no duche.
c) Aquela frase que me fez lembrar determinada música.
d) O videoclip que está a passar no VH1.
e) Porque me apetece!

E, hoje, apetece-me recordar os norte-americanos Industry, donos do enorme êxito "State of the Nation". Lembras-te?

INDUSTRY
Don't you worry about the situation / A message from the telephone



Estes rapazes mereciam melhor sorte. Acima de tudo, porque o seu maior êxito, State of the Nation, foi uma das músicas mais marcantes dos anos 80. E como é bom ouvi-la ainda hoje, ao mesmo tempo que assistimos à guerra por capítulos em que se tornou a ocupação do Iraque pelos EUA... Já agora, a letra, cuja temática anti-guerra é intemporal, podes sacá-la AQUI. Sou ou não sou A Good Heart?



A formação dos INDUSTRY era a seguinte:

Jon Carin – Voz e teclas
Mercury Caronia – Sintetizador, percussão e bateria
Rudy Perrone – Guitarra, baixo e voz
Brian Unger – Guitarra e voz

Formaram-se em Nova Iorque e, em 1983, lançaram um EP, logo seguido daquele que seria o seu único álbum, STRANGER TO STRANGER (1984). Curiosamente foi na Ásia que o grupo atingiu maior popularidade, nomeadamente nas Filipinas, onde o fenómeno chegou a assumir contornos semelhantes à beatlemania! É claro que um rumor de teor trágico confere a esta história um sabor especial: a certa altura constou que toda a banda tinha morrido num acidente de avião. Se assim fosse, só o fantasma de Jon Carin poderia ter tocado no Live Aid, a 13 de Julho de 1985, com Bryan Ferry! Carin chegou a trabalhar com nomes como Pink Floyd, David Gilmour, Roger Waters, The Who, Soul Asylum, Gipsy Kings (!!!) e outros.