quarta-feira, dezembro 30, 2009

Onde estavas tu no final da década de 80?

Há vinte anos o mundo despedia-se da década de 80. Dez anos de descoberta, evolução, libertação, mas também de ruptura, caos, morte. Eu, nos meus esplendorosos dezoito anos, aguardava ainda em Dezembro, o início do meu percurso na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, que haveria de chegar apenas em Janeiro de 1990. Porque nesse longínquo ano de 1989 tive as férias mais longas da história da Humanidade (acho eu). Após a atribulada implementação de uma PGA (Prova Global de Acesso) que ninguém compreendia, ponto nevrálgico de uma reforma educativa que nada ficava a dever às Marias de Lurdes deste mundo, todos os futuros caloiros universitários do ano lectivo 89-90 tiveram direito a seis meses de boa vida. Devo ter feito tão pouca coisa de relevante durante esses seis meses que não me lembro de nada. Calculo que a minha vida se dividisse entre sair com os amigos até ao Brasília ou ao Dallas (os dois centros comerciais que a malta jovem frequentava), cuja distância permitia ir a pé, e apanhar o autocarro até às esplanadas da Foz, onde podíamos alimentar a vista com as catraias da Foz (o pessoal desta zona do Porto sempre primou pela higiénica distinção de se cumprimentar apenas com um beijo, o que me deixava fascinado). Ao fim-de-semana, as saídas à noite tinham como destinos mais que prováveis o Swing ou a Indústria. Eram os tempos do girl-hunting (sim, eu sei que a expressão é infeliz), em que uns tinham mais sorte do que outros. Eu, que não era nenhum Tom Cruise ou Richard Gere, não me posso queixar. É claro que havia sempre o lado da música, dos concertos dos Xutos, das tardes em casa de amigos a ouvir o novo dos Jesus And Mary Chain ou a reflectir dolorosamente sobre o razão do fim dos The Smiths. Mas o mais importante eram mesmo as miúdas e ai daquele que criticar opção!

O motivo deste texto tem também a ver com uma revista que guardei no dia 30 de Dezembro de 1989 - a Revista do Expresso. Nessa edição, a revista dedicou todas as suas páginas à década de 80. O título é "Para acabar de vez com os anos 80". Já não sei porquê, mas na altura achei engraçado guardá-la, sem sonhar sequer que, vinte anos volvidos, estaria a escrever sobre ela na Internet (hã?), mais concretamente num blogue (o quê?).

A capa da revista mostra um desenho do caricaturista António, que assina António 89 Dali. Percebe-se porquê (clicar na imagem para ver em pormenor). Logo na página 3 surge o texto "A década da grande promessa", da responsabilidade do então director-adjunto Joaquim Vieira. É um texto que digitalizei e publico aqui porque merece ser lido pelo seu testemunho de época. (Gostava de ter tempo e, já agora, um scanner do tamanho da revista que me permitisse digitalizá-la toda, mas tal não é possível.) Do ponto de vista mundial, Joaquim Vieira ocupa as páginas seguintes com aqueles que, na sua opinião, são as "catorze personagens da década". E lá estão os seguintes nomes, acompanhados de imagem, citação e texto do jornalista: Mikhail Gorbatchov, Deng Xiaoping, Lech Walesa, Andrei Sakharov, João Paulo II, Akio Morita, Margaret Thatcher, François Miterrand, Ronald Reagan, Muammar Kadhafy, Nelson Mandela, Yasser Arafat, Fidel Castro e o Ayatollah Ruhollah Khomeiny.

Segue-se, talvez, a secção mais divertida da revista. Ao longo de seis páginas, com o título "Flesh/Flash", Clara Ferreira Alves, Luís Coelho, Paulo Varela Gomes, Abílio Leitão, Alexandre Melo e Inês Pedrosa apresentam uma galáxia de ícones culturais da década de 80, da ciência à moda, passando pela música, pelo cinema, etc..., com imagens e comentários que traçam o perfil de toda uma década.

Nas páginas 16 e 17, a revista apresenta o artigo "Medos", não assinado, através do qual nos são apresentadas as grandes fobias (ou paranóias, se quisermos) daquele tempo: Aditivos, Cidade, Clima, Crash, Droga, Nuclear, Sexo, Sida, Solidão, Tabaco, Terceiro Mundo, e Terrorismo.

A partir daqui, e após um artigo de Eduardo Lourenço intitulado "A década mágica (do Afeganistão à anti-Comuna)", a edição apresenta a visão que várias vertentes da sociedade e do conhecimento tiveram da década que então finalizava. Em cada texto, há uma frase em detaque numa caixinha à parte. Não resisto a transcrever algumas, e a respectiva secção (eo nome do autor):

ECONOMIA INTERNACIONAL (Clara Teixeira): "Os japoneses não resistiram ao convite e lançaram-se em autênticos raids sobre empresas norte-americanas."
CIÊNCIA (José Mariano Gago): "Implícita na ciência está a esperança de exorcizar a morte, individual e planetária, através da busca do princípio de tudo."
POLÍTICA (José António Saraiva e Fernando Madrinha): Esta secção é dedicada à política portuguesa e não qualquer frase em destaque. Neste artigo, faz-se naturalmente o retrato político nacional e há nomes que não podem deixar de aparecer: Sá Carneiro, Freitas do Amaral, Ramalho Eanes, Francisco Balsemão, Mário Soares, Mota Pinto, Hermínio Martinho, Vítor Constâncio, Cavaco Silva, Álvaro Cunhal e Jorge Sampaio.
FILOSOFIA (Manuel Maria Carrilho): "O conceito não passa de uma palavra a funcionar no âmbito de um determindo jogo de linguagem."
FILMES (João Lopes): "A televisão irrompeu no terreno do cinema, disputando-lhe a condição de grande imaginário colectivo."
MEDIA (Francisco Rui Cádima): "São os media que criam os acontecimentos, são eles que regulam a ordem do mundo: uma ordem de restos e simulacros."
ARQUITECTURA (João Vieira Caldas e Paulo Varela Gomes): "Os grandes encomendadores são ignorantes, apáticos ou pouco inteligentes."

Pelo meio, entre outros artigos, pode ler-se um texto interessantíssimo, da responsabilidade de António Guerreiro e Paulo Varela Gomes, com o título "Ideias Feitas", que parte dos conceitos-chave à volta dos quais a década de 80 se desenvolveu: Anos 80 (a expressão em si), Comunicação, Diferença, Ecologia, Fim da História, Fraco (Pensamento), Futuro, Imagem, Liberalismo, Optimismo, Pós e Neo, Saúde, Sucesso, Tecnologia.

E a música? Deixei a secção que diz mais a este blogue para o fim. Os responsáveis pela mesma são João Lisboa e Ricardo Saló, que apresentam o resumo da década através de um jogo intitulado "O Caminho da Glória", cuja estratégia é apresentada pelos dois jornalistas da seguinte forma: "(...) pilhar, sem cerimónia, os procedimentos e objectivos de dois jogos de tabuleiro - "glória" e "trivial pursuit" - e, depois de devidamente desfigurados, ensaiar sobre eles o "plano Frankenstein" de enxerto-e-choque-eléctrico". Podem verificar em pormenor clicando nas imagens e jogar, porque não, com os amigos ou família. Como se fazia nos anos 80.

Este é o último texto do ano, aqui no QA80. Desejo-vos um óptimo 2010 e, porque não, uma década fantástica (ou pelo menos melhor do que a que agora termina).

sábado, dezembro 26, 2009

Xutos "ao triplo" no meu sapatinho

Como eu me portei bem, o Pai Natal colocou-me no sapatinho a edição em CD do mítico triplo álbum dos Xutos e Pontapés, ao vivo no Pavilhão d'Os Belenenses, no ano de 1988. Esta edição traz o concerto que a RTP transmitiu na altura e que eu gravei numa VHS que agora repousa, velhinha, uma estante dos arrumos. O vinil, que comprei na altura, já tem descendente! Que enorme prenda!

O triplo ao vivo foi editado em pleno auge comercial da banda, após os dois álbuns que os catapultaram para o topo das tabelas de vendas - Circo de Feras e 88. Na altura, estive para ir a uma destas três datas (29, 30 e 31 de Julho de 1988), mas, já não sei porquê, faltei. Eu que os acompanhava a qualquer terreola aqui à volta do Porto.

sexta-feira, dezembro 25, 2009

DESIRELESS (57)

No dia de Natal, nasceu Claudie Fritsch, que no mundo da canção se destacou através da designação Desireless. Há 57 anos, em Paris de França. Já aqui, neste humilde espaço, foi alvo de um post, no longínquo ano de 2004 (como o tempo passa!), por isso, não valerá a pena estar a repetir-me. Em 2003, foi editado o álbum que reúne os seus maiores êxitos - Ses plus grands succès - e, no ano seguinte, um acústico ao vivo - Un brin de paille. Desireless continua a editar e a actuar nos palcos europeus. Fiquemos com a belíssima Voyage Voyage.


desireless - voyage voyage

domingo, dezembro 20, 2009

ALAN PARSONS (61)

Quando era miúdo gostava muito da canção Let's Talk About Me, de Alan Parsons Project, o projecto do senhor Alan Parsons, iniciado em 1975, em parceria com Eric Woolfson. A vocalização de Let's Talk About Me era de David Paton, mas o projecto não tinha um vocalista, digamos, titular. As vozes, e foram muitas, eram escolhidas tendo em conta a canção, produto da dupla Parsons-Woolfson. Ainda assim, foi o próprio Eric Woolfson quem cantou o tema que trouxe mais sucesso à dupla: Eye In The Sky. Alan Parsons, que antes de ser artista com nome próprio, trabalhou com os Beatles e os Pink Floyd, completa hoje 61 anos. Mas este artigo termina em tons cinzentos: no dia 2 de Dezembro, a voz de Eye In The Sky faleceu, vítima de cancro.


alan parsons project - eye in the sky

45 rotações (VI)

All About Eve
December (1989)

December foi o último single lançado pelos All About Eve nos anos 80 e faz parte do segundo álbum da banda, Scarlet and Other Stories. Este álbum ficou marcado pela separação da vocalista Julianne Regan e do guitarrista e Tim Bricheno, e consequente saída deste da banda. Será pois natural que este trabalho seja caracterizado por estados de espírito mais melancólicos e lirismos marcados pela dor. Este single, December, e o respectivo lado B, Drowning, são exemplo disso mesmo, com a voz de Julianne Regan, ainda que sempre bela e doce, a revelar tonalidades amargas (a própria Julianne confessou que nunca chorou tanto na vida como no período de gravação deste álbum). December é um tema lindíssimo, cuja letra deixo aqui, para acompanhar o áudio.


all about eve - December

all about eve - drowning

There's a Victorian tin, I keep my memories in,
I found it up in the attic.
After looking inside, I find the things that I'm hiding...
The leaves saved from a mistletoe kiss,
Only nostalgia has me feeling like this...
Like I miss you,
It must be the time of year.

Remember December,
It's like a wintergreen beside a diamond stream,
Remember December,
How does it make you feel inside?

Beneath a Valentine, I see a locket is shining
I think it must be the wine,
Makes me feel it's all real.
Where nothing seems to rhyme
To breathe life into the dust of a keepsake
I might as well try to fix a chain on a snowflake
Or a heartache,
It must be the time of year.

Remember December,
It's like a wintergreen beside a diamond stream,
Remember December,
A fall of snow and the afterglow.
It could be taking our breath away
But the years stand in the way,
Remember December,
How does it make you feel inside?

Should I feel this alone, should I pick up the phone
Take my heart in my hand
And ask if you remember December,
It's like a wintergreen beside a diamond stream,
Remember December,
A fall of snow and the afterglow.
It could be taking our breath away
But the years stand in the way,
Remember December,
How does it make you feel inside?

quinta-feira, dezembro 17, 2009

SARA DALLIN (48)

Um terço das Bananarama faz hoje 48 anos. Falo de Sara Dallin, a única das três moçoilas que não casou com um músico dos anos 80 (como todos sabem, ou talvez não, até porque não interessa ao menino Jesus, Keren Woodward ajuntou-se a Andrew Wham Ridgeley, e Siobhan Fahey foi casada com Dave Eurythmics Stewart). Rezam as crónicas que Sara era a verdadeira força das Bananarama, aquela que punha as coisas a rolar, claro está, com a benção da santíssima trindade, Stock Aitken Waterman. Hoje reduzidas a duo (Dallin e Woodward), as Bananarama percorrem os palcos europeus em festivais revivalistas (por exemplo, o Here And Now) e acabam de lançar, em Setembro passado, um novo álbum intitulado Viva.


bananarama - love in the first degree

Duel (X): The Outfield vs. Wax - ENCERRADO

Já lá vão alguns dias após o encerramento do duel que opôs os Outfield aos Wax, mas só agora posso dar conta do resultado final (que, para quem está minimamente atento, esteve sempre na barra lateral). Pois então, os Outfield acabaram por levar a melhor por 19votos a 15, depois dos Wax terem começado francamente melhor. Obrigado a todos pela participação.

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A décima edição do duel já rola ali na barra lateral. Em confronto temos os The Outfield, britânicos que obtiveram êxito massivo com Your Love e All The Love, e os Wax, um britânico e um americando que um dia se juntaram para uma carreira de poucos anos que trouxe Right Bewteen The Eyes e Bridge To Your Heart como temas de maior destaque. Cabe-vos a vós decidir qual a banda preferida. É só clicar ali ao lado na barra lateral. Obrigado pela participação.

Com esta edição X do duel, estou também a estrear um novo player, quefui buscar à página do senhor Jason Lau. Se clicarem com o botão direito do rato em cima do player, têm acesso à lista de músicas e a todos os comandos normais.

terça-feira, dezembro 15, 2009

DON JOHNSON (60)

O tipo da esquerda podia ser filho do tipo da direita, mas, digo-vos uma coisa, não sei qual deles actualmente impressionaria mais o sexo feminino numa saída à noite. Tenho um palpite que Don Johnson, que hoje entra no clube dos sexagenários, soube envelhecer como o Vinho do Porto. Basta ver aquele ar saudável de "tio engatatão que mora sozinho e leva sempre uma namorada nova aos aniversários dos irmãos".
Em 1986, o protagonista da série Miami Vice, aventurou-se na música com o álbum Heartbeat, cujo single homónimo não se portou nada mal na altura. Em 1989, arriscou um segundo álbum, Let It Roll, e ficar-se-ia por aí no que toca a LPs de originais. Em suma, dois álbuns e dois duetos (um deles com Barbra Streisand) já o colocaram na história musical dos anos 80 e foram suficientes para dar origem a uma colectânea - The Essential (1997).


don johnson - heartbeat

sábado, dezembro 12, 2009

SHEILA E. (52)

Sheila E. foi dona da bateria de Prince em 1983 (e arrisco que terá sido dona de algo mais) e, a exemplo de tantos músicos que gravitaram em torno do génio de Mineapollis, acabou por se emancipar e construir carreira a solo a partir de 1984. Sinceramente não me ocorre nenhuma música da Sheila E., mas também não interessa, pois o objectivo deste artigo é assinalar o 52º aniversário da senhora, que por sinal está muito bem conservadinha. Já agora, o E. é de Escovedo.

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Geração 70 80 90: nona edição!!!

Parece que foi ontem, mas já vai na nona edição: GERAÇÃO 70 80 90, a festa que agita o mar de Gaia ao som das maiores músicas pop-rock dos anos 80 (mas também 70 e 90...). O local do "crime" é o mesmo, Ar D' Mar, ali na praia de Canide-Norte, agora com climatização. Os suspeitos são os do costume, Pedro Mineiro e tarzanboy, mestres na arte do vira-o-disco-e-toca-outro. E que discos poderemos ouvir nesta nona edição? Qualquer coisa entre a pop e o rock, do nacional ao estrangeiro (ah, pois), cabe tudo nesta noite de revivalismo, sábado, 12 de Dezembro, no Ar D'Mar. Apareçam e tragam pessoas!


PS - Aceitam-se discos pedidos! (mas só em papel timbrado)

segunda-feira, dezembro 07, 2009

CLAUDIA BRÜCKEN (46)

Foi a vocalista dos alemães Propaganda, banda synth-pop responsável por um dos hinos dançáveis da década, Duel, canção que dá nome a uma das rubricas do QA80 (por falar nisso, já votaram no duel actual, ali na barra lateral?). Após abandonar os Propaganda, fundou, em 1988, os Act com Thomas Leer, projecto que deixou um álbum para a posteridade. O início dos anos 90 viu Claudia enveradar por carreira a solo, com o álbum Love: And a Million Other Things, mas foi ao cuidado da família que Claudia basicamente se dedicou na primeira metade da década. Em 1996, começou a trabalhar com Paul Humphreys (OMD), união da qual nasceu, em 2004, o projecto OneTwo, que já editou e inclusivamente abriu concertos para Erasure e Human League. Claudia tem ainda no currículo colaborações com Jimmy Sommerville, Apoptygma Berzerk e Andy Bell (Erasure). Hoje, Claudia Brücken faz 46 anos. Parabéns!

sexta-feira, dezembro 04, 2009

The Parachute Men

sometimes in vain he calls her name but it's not the same

Sometimes In Vain foi uma canção que se atrelou à minha memória durante vinte anos. Finalmente consegui recuperá-la. Quem ma apresentou foi António Sérgio, no seu Som da Frente, e por ela foram responsáveis os britânicos The Parachute Men.

Tiveram uma existência efémera, com dois álbuns de originais e um punhado de singles. Surgiram em Leeds, em 1985, compostos, na sua formação, por Fiona Gregg (voz), Stephen H. Gregg (guitarra), Andrew Howes (baixo e teclas) e Mark Boyce (bateria e teclas). Em Maio de 1988, lançaram um EP com Sometimes In Vain como tema principal, e três meses depois via a luz do dia o primeiro álbum, intitulado The Innocents, um trabalho bastante bem recebido pela crítica, que chegou a entrar nos cinquenta álbuns do ano do New Musical Express (Sometimes In Vain foi a trigésima-primeira canção do ano, para este jornal). Em 1990, surgiu o segundo longa-duração, Earth, Dogs, and Eggshells, já com Matthew Parkin (baixo) e Paul Walker (bateria), que tinham subsituído Howes e Boyce. Haveria mais mexidas na formação do grupo, mas o seu destino estava traçado, a dissolução ainda em inícios da década de 90. Dos fundadores, perdi o rasto à vocalista, Fiona Gregg. Quanto ao guitarrista, Stephen Gregg, é agora um eminente professor universitário de literatura inglesa. OS Parachute Men desapareceram do mapa musical. Resta-nos recordar Sometimes In Vain:


the parachute men - sometimes in vain

terça-feira, dezembro 01, 2009

Novo teledisco: PHIL COLLINS & PHILIP BAILEY - Easy Lover

Comemora-se hoje em Portugal o Dia da Restauração da Independência, que é como quem diz o dia em que demos um chuto no traseiro dos espanhóis, que, durante sessenta anos, nos governaram (há quem diga que foi uma pena eles terem ido embora...). Foram três reis castelhanos, todos eles com o nome Filipe. E como este blogue tem um índice cultural elevado, lembrei-me de ir buscar o teledisco de um dueto protagonizado por dois Filipes da música dos anos 80. Falo-vos de Phil Collins e Philip Bailey, que se encontraram em 1984 e o resultado (com a ajuda de Nathan East) chamou-se Easy Lover. O single fartou-se de vender por esse mundo fora, foi nomeada para um Grammy e o teledisco, realizado por James Yukich, ganhou mesmo um prémio da MTV. Podem visioná-lo ali na barra lateral. Este teledisco nada traz de excepcional, retratando apenas a chegada de Bailey a Londres para gravar uma actuação com Collins. O clip mostra todos os preparativos para o evento, entre os quais surgem alguns números cómicos a que Phil Collins nos habituou em alguns dos seus telediscos.

Atenção, esta canção vai passar na grandiosa festa de 12 de Dezembro, no Ar D'Mar!

quinta-feira, novembro 26, 2009

Sétima Legião, com Teresa Salgueiro e Francisco Ribeiro - Ascensão (ao vivo)



Volto hoje ao vídeo da Sétima Legião, no concerto no Pavilhão Carlos Lopes, em 1990, para apresentar a bela Ascensão, que junta em palco Teresa Salgueiro e Francisco Ribeiro. Antes de mais, as minhas desculpas pelo facto de, a meio do vídeo, o som e a imagem ficarem dessincronizados. O original deste tema faz parte do álbum De Um tempo Ausente (1989), e foi escrito por Francisco Ribeiro, músico fundador do projecto Madredeus.

Hoje mesmo estive na FNAC do Norteshopping (clicar na imagem) a acompanhar o showcase do novo projecto de Francisco Ribeiro, de nome Desiderata, cujo trabalho de estreia tem o título sugestivo de A Junção do Bem. Gostei bastante do que vi e ouvi (e o tarzanbaby também...) e as anunciadas participações de Lisa Gerrard (Dead Can Dance) e Natália Casanova (Diva), entre outros, prometem um disco de grande qualidade... Por agora, regressemos a 1990.

quarta-feira, novembro 25, 2009

O meu novo gira-discos

Apresento-vos o meu novo gira-discos. Chama-se Numark e é um gira-discos bonito. Orientado para o DJing, a característica que me convenceu a comprá-lo foi a possibilidade de se ligar, via USB, ao computador e converter automaticamente o vinilzinho em saborosos ficheiros mp3. Isto com a ajuda de um software muito intuitivo e sem precisar da intermediação de um amplificador. Posso dizer-vos que estou muito contente. Se clicarem na imagem poderão ver o meu novo bicho de estimação em tamanho superior e admirar toda a sua beleza. Sim, é bonito, não me canso de o dizer, e ainda por cima foi o mais barato que encontrei dentro desta espécie de gira-discos. Já agora, o single que está na imagem foi o primeiro que nele pus a tocar e chama-se No More I Love You's e pertence aos The Lover Speaks. Estou muito feliz. O meu gira-discos é muito bonito.

terça-feira, novembro 24, 2009

Novo teledisco: FREDDIE MERCURY - Love Kills

Freddie Mercury morreu há 18 anos. A 24 de Novembro de 1991, o mundo da música era varrido pela notícia da morte de um ícone. Por esta razão, o QA80 apresenta o teledisco de Love Kills, um tema de 1984, que faz parte da carreira a solo de Mercury.

Love Kills foi composto por Mercury e Giorgio Moroder e fez parte da banda sonora do filme Metropolis. Aliás, o teledisco é precisamente uma sucessão de imagens do filme de Fritz Lang.

segunda-feira, novembro 23, 2009

Os maiores "of the universe"

O título deste artigo transborda de euforia, mesmo mais de uma semana depois do concerto dos Depeche Mode no Pavilhão Atlântico. Foi como se fosse o primeiro, apesar de já ter sido o terceiro. A devoção de um fã a uma banda como os DM ultrapassa qualquer álbum menos conseguido, qualquer desacerto vocal do Dave Gahan, qualquer reminiscência nostálgica dos tempos de Alan Wilder, qualquer grau de previsibilidade que um concerto destes possa ter.

Ao contrário do que acha o André, para mim, o álbum Sounds of the Universe é um grande álbum, e lamento que a banda apenas tenha investido em quatro canções para esta apresentação em Lisboa (lamentavelmente ficaram de fora Fragile Tension, Peace, Come Back e Perfect). In Chains serviu de abertura, um pouco à imagem de Higher Love, canção que abria os concertos da digressão de Songs Of Faith And Devotion. Seguiu-se o hit Wrong e o não-hit Hole To Feed. Três canções de Sounds of the Universe para fazer o warm-up do que estava para vir. E o que veio foi a sucessão previsível (isto de saber antecipadamente a set list não tem piada nenhuma) de alguns dos grandes temas da banda. O último álbum teria apenas mais uma visita, através da poderosa Miles Away/The Truth Is, que não esteve a mais, não senhor, caro Gonçalo Sá.

Dave Gahan mantém os movimentos de anca que tanta popularidade têm no público feminino e entrega-se ao momento como poucos o fazem. Se a voz não corresponde aqui e ali, pouco importa. Dave é muito mais do que isso. A certa altura fartou-se de enviar beijos para um local específico da plateia, sendo esse o único momento de comunicação efectiva com o público (para além do usual thank you, Lisboa).

Os "momentos-Gore" foram dois e aquilo que o Davide Pinheiro vê como "excesso de ego", eu vejo como a natural expressão de um génio que merece o seu momento (para além de dar oportunidade ao descanso de Gahan). O primeiro momento trouxe Sister Of Night e Home (impressionante esta versão apenas acompanhada a piano). O segundo foi completamente inesperado pois as crónicas dos recentes concertos não incluiam a canção que Gore cantou: One Caress, uma das minhas preferidas de sempre do "catálogo-Gore". No concerto fiquei com a nítida sensação de que esta escolha surpreendeu mesmo os restantes membros da banda.

Relativamente ao palco, adorei a sucessão de vídeos que acompanhavam cada canção, no enorme ecrã gigante por detrás da banda, e a sua conjugação com o globo que, como um olho, parecia observar cada movimento do público.

Uma última palavra para a organização. Entrei no pavilhão às 20:45, convencido de que iria assistir ao concerto de Gomo às 21:00h, hora que o bilhete apontava como sendo a do início do espectáculo. Qual não foi a minha surpresa quando apanhei Gomo a meio e, por consequência, já não consegui chegar-me à frente na plateia. Fui só eu que fui enganado pela hora no bilhete?

sábado, novembro 21, 2009

Depeche Mode / 14-11-09 / Lisboa

Uma semana depois, aqui estão as minhas fotos do concerto. Não estão particularmente famosas, mas, tendo em conta a distância a que fiquei do palco, foi o que se pôde arranjar.