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segunda-feira, outubro 30, 2006
Novo teledisco: BONJOVI - Livin' On A Prayer
A VH-1 considerou Livin' On A Prayer a melhor canção dos anos 80. Ora, eu assim de repente, lembrar-me-ia de umas 50 músicas que podiam receber esta distinção. Não é que o tema dos Bonjovi não seja uma boa canção (já todos tentámos, pelo menos uma vez na vida, cantar o refrão, parados no trânsito, com o senhor de óculos no carro ao lado, perturbado, a olhar para nós como se estivéssemos a sofrer um AVC), mas esta escolha será, na minha opinião, muito polémica.
Dentro deste contexto, trago-vos o teledisco de Livin' On A Prayer, realizado por Wayne Isham, que conta com um currículo de respeito nesta área. Um dos pormenores que sempre me fascinou neste teledisco foi o início, com a entrada dos rapazes, a contra-luz, com as fartas cabeleiras a esvoaçar. Era um must naquele tempo, em qualquer banda hard-rock: "Diz-me o tamanho da tua cabeleira, dir-te-ei quantas miúdas consegues engatar depois do concerto". A imagem do "Bom do Jovi" (era ssim que uma amiga minha se referia ao vocalista) a voar sobre o público era também fantástica, só comparável ao desejo das miúdas do público de que ele aterrasse em cima delas. No final do teledisco, aquele fogo-de-artifício era já premonitório do que se viria a passar nos casamentos portugueses do século XXI. Pelo meio, as brincadeirinhas dos rapazolas dos Bonjovi, em números mais ou menos cómicos, para entreter meninas adolescentes e dar aquela imagem "iá-nós-até-temos-imensa-piada-intrínseca-não-são-só-as-cabeleiras".
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o teledisco
sábado, outubro 28, 2006
Sean Heaphy (Scarlet Party) escreveu ao QA80
Quando escrevi o texto sobre os Scarlet Party, e na sequência da informação de que o baterista, Sean Heaphy, tinha casado com uma portuguesa, decidi enviar um e-mail ao Sean a cumprimentá-lo e a convidá-lo a ler o artigo que tinha escrito.
O Sean teve a amabilidade de responder (apesar da cara de mau naquela foto), agradecendo o meu texto e a referência ao site dos Scarlet Party. E fez ainda uma correcção ao meu artigo. Com efeito, ele casou com uma portuguesa, não de Espinho, como eu tinha escrito, mas sim do Porto. Espinho aparece na história porque ele conheceu-a nessa cidade, quando ela passava férias com uma amiga. A rapariga é do Porto e, o mais curioso, era de uma rua muito próxima da minha, quando vivia com os meus pais. Ele há coincidências do "catano".
quinta-feira, outubro 26, 2006
quarta-feira, outubro 25, 2006
Playlist temática (9): Nomes da bandas que são frases
Recentemente recuperado por bandas como os She Wants Revenge ou os We Are Scientists, o fenómeno de banda que escolhe uma frase para servir de designação remonta aos anos 80. A nova playlist da radio.blog apresenta nove grupos que tiveram esta ideia. Mas nem todos optaram pelo mesmo tempo verbal. Vejamos:
1. CURIOSITY KILLED THE CAT: Estes rapazes ingleses pegaram no livro dos provérbios e, depois de uma pesquisa apurada, decidiram-se por este. Não sei se foi exactamente assim, mas podia ter sido. Misfit foi um dos seus maiores êxitos.
2. FRANKIE GOES TO HOLLYWOOD: No lado B do primeiro single da banda, Relax, Holly Johnson remete o nome da banda para o título de um artigo da revista New Yorker que vinha acompanhado da fotografia de Frank Sinatra. Born To Run é um original de Bruce Springsteen que os FGTH "cobrirarm" com alguma qualidade, na minha opinião.
3. GENE LOVES JEZEBEL: A origem deste nome é assim uma coisa a dar para o elaborado e conta-se em três capítulos. Um realizador de cinema local (País de Gales) quis recrutar os dois irmãos gémeos, Jay e Michael Ashton, para um filme. Ao ser apresentado a Jay Ashton, talvez devido ao sotaque deste, percebeu que ele se chamava Jezebel. E eles acharam piada. Esta é a primeira parte. A segunda parte tem a ver com o facto de Michael Ashton, o outro gémeo, se ter lesionado numa perna a jogar futebol. Como andou a coxear durante algum tempo, alguém lhe chamou Gene, por causa de Gene Vincent, o cantor de "Be-Bop-A-Lula" que coxeava de uma perna. E agora a terceira parte. Um amigo dos dois irmãos gémeos, ao vê-los em constantes discussões, disse-lhes que se deixassem de palermices, que eram maninhos, e na verdade não podiam passar um sem o outro, e tal e ect... Então, Jay Ashton diz "Michael Loves Jay... Gene Loves Jezebel!" E assim ficou. Actualmente, os dois irmãos não se podem ver nem pintados e é Michael quem detem os direitos de utilização do nome da banda. Sweetest Thing é uma canção de que gosto muito. Faz parte do álbum Discover.
4. GO WEST: Estes dois tipos com ar de trabalhadores da Lisnave mandam-nos seguir para oeste, numa alusão aos filmes de Buster Keaton (1925) e dos irmãos Marx (1940), mas, na realidade, não sei se foi aí que foram buscar o nome para a banda. We Close Our Eyes (aqui em versão longa) é o maior sucesso.
5. IT BITES: "Morde", avisam eles. Calling All Heroes até é uma canção interessante e inofensiva. Podem confiar.
6. JOHHNY HATES JAZZ: Pelos vistos esta banda tinha um amigo chamado Johnny que destestava música jazz. E assim ficou: Johnny Hates Jazz. Facílimo, assim também eu. Shattered Dreams é um tema que fica sempre bem num hall de hotel.
7. THE LOVER SPEAKS: Neste caso, a explicação é cultural e serve também para elevar o nível deste blogue. A designação do grupo surgiu a partir de um excerto do livro A Lover’s Discourse – Fragments, de Roland Barthes. O excerto diz: “And it is the lover who speaks and who says... I am engulfed…”. Ficaram conhecidos por No More I Love You's, uma canção belíssima que Annie Lennox recuperou.
8. POP WILL EAT ITSELF: A música pop vai comer-se a si própria. Um nome engraçado para uma banda curiosa. Foram-no buscar a um artigo do New Musical Express sobre outra banda, os Jamie Wednesday (mais tarde conhecidos por Carter USM). Def. Con. One é a canção escolhida.
9. THEY MIGHT BE GIANTS: Poderiam ter sido gigantes, mas não foram. O que não é necessariamente mau. Estes americanos são uma espécie de banda de culto com um sentido de humor assinalável. Na impossibilidade de arranjar temas dos anos 80, incluí na playlist Boss Of Me, tema principal da série televisiva Malcolm In The Middle.
Poderiam também fazer parte desta playlist os seguintes grupos:
Bomb The Bass
Dead Can Dance
His Name Is Alive (este projecto, apesar de ter nascido nos anos 80, apenas editou o primeiro álbum em 1990)
Hüsker Dü (que em noruegês quer dizer "Lembras-te?")
It's Immaterial
The Teardrop Explodes
We've Got a Fuzzbox And We're Gonna Use It (também conhecidos apenas por Fuzzbox)
1. CURIOSITY KILLED THE CAT: Estes rapazes ingleses pegaram no livro dos provérbios e, depois de uma pesquisa apurada, decidiram-se por este. Não sei se foi exactamente assim, mas podia ter sido. Misfit foi um dos seus maiores êxitos.
2. FRANKIE GOES TO HOLLYWOOD: No lado B do primeiro single da banda, Relax, Holly Johnson remete o nome da banda para o título de um artigo da revista New Yorker que vinha acompanhado da fotografia de Frank Sinatra. Born To Run é um original de Bruce Springsteen que os FGTH "cobrirarm" com alguma qualidade, na minha opinião.
3. GENE LOVES JEZEBEL: A origem deste nome é assim uma coisa a dar para o elaborado e conta-se em três capítulos. Um realizador de cinema local (País de Gales) quis recrutar os dois irmãos gémeos, Jay e Michael Ashton, para um filme. Ao ser apresentado a Jay Ashton, talvez devido ao sotaque deste, percebeu que ele se chamava Jezebel. E eles acharam piada. Esta é a primeira parte. A segunda parte tem a ver com o facto de Michael Ashton, o outro gémeo, se ter lesionado numa perna a jogar futebol. Como andou a coxear durante algum tempo, alguém lhe chamou Gene, por causa de Gene Vincent, o cantor de "Be-Bop-A-Lula" que coxeava de uma perna. E agora a terceira parte. Um amigo dos dois irmãos gémeos, ao vê-los em constantes discussões, disse-lhes que se deixassem de palermices, que eram maninhos, e na verdade não podiam passar um sem o outro, e tal e ect... Então, Jay Ashton diz "Michael Loves Jay... Gene Loves Jezebel!" E assim ficou. Actualmente, os dois irmãos não se podem ver nem pintados e é Michael quem detem os direitos de utilização do nome da banda. Sweetest Thing é uma canção de que gosto muito. Faz parte do álbum Discover.
4. GO WEST: Estes dois tipos com ar de trabalhadores da Lisnave mandam-nos seguir para oeste, numa alusão aos filmes de Buster Keaton (1925) e dos irmãos Marx (1940), mas, na realidade, não sei se foi aí que foram buscar o nome para a banda. We Close Our Eyes (aqui em versão longa) é o maior sucesso.
5. IT BITES: "Morde", avisam eles. Calling All Heroes até é uma canção interessante e inofensiva. Podem confiar.
6. JOHHNY HATES JAZZ: Pelos vistos esta banda tinha um amigo chamado Johnny que destestava música jazz. E assim ficou: Johnny Hates Jazz. Facílimo, assim também eu. Shattered Dreams é um tema que fica sempre bem num hall de hotel.
7. THE LOVER SPEAKS: Neste caso, a explicação é cultural e serve também para elevar o nível deste blogue. A designação do grupo surgiu a partir de um excerto do livro A Lover’s Discourse – Fragments, de Roland Barthes. O excerto diz: “And it is the lover who speaks and who says... I am engulfed…”. Ficaram conhecidos por No More I Love You's, uma canção belíssima que Annie Lennox recuperou.
8. POP WILL EAT ITSELF: A música pop vai comer-se a si própria. Um nome engraçado para uma banda curiosa. Foram-no buscar a um artigo do New Musical Express sobre outra banda, os Jamie Wednesday (mais tarde conhecidos por Carter USM). Def. Con. One é a canção escolhida.
9. THEY MIGHT BE GIANTS: Poderiam ter sido gigantes, mas não foram. O que não é necessariamente mau. Estes americanos são uma espécie de banda de culto com um sentido de humor assinalável. Na impossibilidade de arranjar temas dos anos 80, incluí na playlist Boss Of Me, tema principal da série televisiva Malcolm In The Middle.
Poderiam também fazer parte desta playlist os seguintes grupos:
Bomb The Bass
Dead Can Dance
His Name Is Alive (este projecto, apesar de ter nascido nos anos 80, apenas editou o primeiro álbum em 1990)
Hüsker Dü (que em noruegês quer dizer "Lembras-te?")
It's Immaterial
The Teardrop Explodes
We've Got a Fuzzbox And We're Gonna Use It (também conhecidos apenas por Fuzzbox)
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segunda-feira, outubro 23, 2006
New Model Army ao vivo no Hard Club (VN Gaia)
O leitor do QA80, Tiago Vasconcelos, alertou-me, via mail, para a presença dos New Model Army no Hard Club. E gentilemente enviou o poster. A gerência agradece. Apesar de esta banda ter passado um pouco ao lado dos meus gostos musicais da altura, sei que é obrigatório falar deles quando se aborda a corrente pós-punk britânica. Tinha um ou dois amigos que gostavam dos NMA, e acho que cheguei a gravar uma música numa cassete cujo paradeiro é mais difícil de saber nesta altura do que o do Bin Laden. Através de uma rápida pesquisa, fiquei a saber um facto negativo e um positivo sobre a banda. O facto negativo é que Rob Heaton, baterista do grupo e uma das suas principais figuras, morrey em 2004, vítima de cancro no pâncreas. O facto positivo é que o grupo editou novo álbum, em 2005, cujo título é Carnival.
sexta-feira, outubro 20, 2006
Scarlet Party
Eyes of ice, don’t look so cold, See in me the love of old
Há uns tempos largos recebi um e-mail de alguém que queria saber o nome da banda que tocava Eyes Of Ice. Na altura, fiz algumas pesquisas e cheguei aos Scarlet Party. Reconheci logo a música em questão, uma balada como tantas outras dos anos 80, mas sem dúvida bonita e capaz de convencer qualquer miúda a ir para um cantinho da discoteca trocar uns cuspes.
Esta semana, reparei que uma visitante dos QA80 chamada Lara referiu os Scarlet Party e o tema Eyes Of Ice. Pensei então que era desta que tinha de escrever sobre este grupo. E encontrei algumas curiosiades bem engraçadas. Sabia, por exemplo, que se os Scarlet Party se cruzassem na rua com os Kajagoogoo, nos anos 80, era provável dar em pancadaria da grossa? Ou que têm muito em comum com os Oasis, apesar dos 10 anos que os separam? Ou ainda que Portugal se atravessou no caminho de um dos membros da banda, a tal ponto que ele não dispensa uma visitinha regular ao nosso país? Nas próximas linhas, se não tiver mais nada que fazer, poderá ver esclarecidas estas curiosidades...
Os Scarlet Party surgiram em 1981, em Inglaterra, com Graham Dye (voz e guitarra), Steven Dye (baixo e teclas), Mark Gilmour (guitarra) e Sean Heaphy (bateria). Os dois primeiros são irmãos, o segundo é irmão de David Gilmour (Pink Floyd) e o último casou com uma portuguesa do Porto.
Lançaram o seu primeiro single em Novembro de 1982, intitulado 101 Dam-Nations (o trocadilho com "101 Dalmatians" é algo forçado, mas vale pelo esforço, vá) e desde logo se percebeu que tinham nos Beatles a sua grande referência. Se tivessem surgido 10 anos mais tarde, chamar-se-iam Oasis com certeza. O single 101 Dam-Nations foi editado pela Parlophone, editora dos Beatles, e coincidiu com a efeméride dos 20 anos sobre o lançamento de Love Me Do dos Fab Four. Como se não bastasse, a voz de Graham Dye assemelha-se bastante à de John Lennon. Basta ouvir Eyes Of Ice com atenção. A tal ponto que, hoje em dia, os dois irmãos Dye divertem-se a tocar Beatles, num tributo a que chamaram Words and Music by Lennon/McCartney.
O segundo single, Eyes Of Ice, foi lançado em Fevereiro de 1983, e tudo estava encaminhado para a coisa resultar. Só que a editora preferiu fazer de uns tais Kajagoogoo a sua prioridade e apontou as baterias promocionais para a banda de Limahl, deixando os Scarlet Party para segundo plano. A perspectiva da edição de um álbum esfumava-se com os rapazes a virarem as costas à editora. O grupo acabou em 1984, com dois singles, mas sem álbum editado. Graham Dye chegou mais tarde a colaborar em dois álbuns do Alan Parsons Project, cantando em 2 ou 3 músicas.
O álbum dos Scarlet que ficou por editar tinha por título Scarlet Skies. Mas, atenção, fãs dos Scarlet Party! Há uma maneira de conseguirem ter acesso ao álbum. Sean Heaphy, ex-baterista do grupo, e o tal que casou com uma portuguesa do Porto (acho importante repetir isto!), está a comercializar CDs desse álbum, gravados a partir de cassete. É verdade, podem saber tudo aqui, bem como ouvir os três músicas do grupo.
Há uns tempos largos recebi um e-mail de alguém que queria saber o nome da banda que tocava Eyes Of Ice. Na altura, fiz algumas pesquisas e cheguei aos Scarlet Party. Reconheci logo a música em questão, uma balada como tantas outras dos anos 80, mas sem dúvida bonita e capaz de convencer qualquer miúda a ir para um cantinho da discoteca trocar uns cuspes.
Esta semana, reparei que uma visitante dos QA80 chamada Lara referiu os Scarlet Party e o tema Eyes Of Ice. Pensei então que era desta que tinha de escrever sobre este grupo. E encontrei algumas curiosiades bem engraçadas. Sabia, por exemplo, que se os Scarlet Party se cruzassem na rua com os Kajagoogoo, nos anos 80, era provável dar em pancadaria da grossa? Ou que têm muito em comum com os Oasis, apesar dos 10 anos que os separam? Ou ainda que Portugal se atravessou no caminho de um dos membros da banda, a tal ponto que ele não dispensa uma visitinha regular ao nosso país? Nas próximas linhas, se não tiver mais nada que fazer, poderá ver esclarecidas estas curiosidades...
Os Scarlet Party surgiram em 1981, em Inglaterra, com Graham Dye (voz e guitarra), Steven Dye (baixo e teclas), Mark Gilmour (guitarra) e Sean Heaphy (bateria). Os dois primeiros são irmãos, o segundo é irmão de David Gilmour (Pink Floyd) e o último casou com uma portuguesa do Porto.
Lançaram o seu primeiro single em Novembro de 1982, intitulado 101 Dam-Nations (o trocadilho com "101 Dalmatians" é algo forçado, mas vale pelo esforço, vá) e desde logo se percebeu que tinham nos Beatles a sua grande referência. Se tivessem surgido 10 anos mais tarde, chamar-se-iam Oasis com certeza. O single 101 Dam-Nations foi editado pela Parlophone, editora dos Beatles, e coincidiu com a efeméride dos 20 anos sobre o lançamento de Love Me Do dos Fab Four. Como se não bastasse, a voz de Graham Dye assemelha-se bastante à de John Lennon. Basta ouvir Eyes Of Ice com atenção. A tal ponto que, hoje em dia, os dois irmãos Dye divertem-se a tocar Beatles, num tributo a que chamaram Words and Music by Lennon/McCartney.
O segundo single, Eyes Of Ice, foi lançado em Fevereiro de 1983, e tudo estava encaminhado para a coisa resultar. Só que a editora preferiu fazer de uns tais Kajagoogoo a sua prioridade e apontou as baterias promocionais para a banda de Limahl, deixando os Scarlet Party para segundo plano. A perspectiva da edição de um álbum esfumava-se com os rapazes a virarem as costas à editora. O grupo acabou em 1984, com dois singles, mas sem álbum editado. Graham Dye chegou mais tarde a colaborar em dois álbuns do Alan Parsons Project, cantando em 2 ou 3 músicas.
O álbum dos Scarlet que ficou por editar tinha por título Scarlet Skies. Mas, atenção, fãs dos Scarlet Party! Há uma maneira de conseguirem ter acesso ao álbum. Sean Heaphy, ex-baterista do grupo, e o tal que casou com uma portuguesa do Porto (acho importante repetir isto!), está a comercializar CDs desse álbum, gravados a partir de cassete. É verdade, podem saber tudo aqui, bem como ouvir os três músicas do grupo.
sexta-feira, outubro 13, 2006
Novo teledisco: ELTON JOHN - Nikita
Há muitas formas de "bater o coro" (em brasileiro "dar uma cantada") a uma miúda, umas mais engenhosas e eficazes do que outras. Mas nenhuma se equipara, na dificuldade e no risco que constitui para a própria vida, à situação que Elton John vive no teledisco de Nikita. Como se já não bastasse ser obrigado a conquistar uma mulher (apesar de "Nikita" ser um nome masculino em russo, facto que o tio Elton deve ter apreciado), teve de o fazer em plena guerra fria, na fronteira do Muro de Berlim, numa altura em que, para o mundo capitalista ocidental o leste era assim uma espécie de terra obscura e distante onde, dizia-nos Ronald Reagan, o demónio habitava. Para além disso, Elton John, corre risco de vida. É que, pôr-se a tirar fotografias a uma militar da RDA através do arame farpado, em 1985, era o equivalente a tentar embarcar actualmente num avião da American Airlines com um autocolante na lapela a dizer "In Bin Laden we trust".
Elton John conquista esta Nikita, apesar daquele chapéu horrível, apesar daquela roupa assustadora, apesar daquele cabelo à "toni da mercearia". Deve ter sido pela conversa, que, aliás, é mesma do costume. Quem nunca começou por um "Pois é... está um frio do catano, miúda..." para passar logo em seguida para um "Por falar nisso, tens uns olhos lindos...". Em Nikta, é mais ou menos a mesma coisa. A primeira frase da canção é "Hey, Nikita, is it cold / In you little corner of the world?" para, mais adiante, se fixar nos olhos da catraia: "With eyes that looked like ice on fire". É claro que assim, qualquer Elton John conquista qualquer Nikita reprimida.
Para além do nome, há indícios de que Elton John deve ter exigido ao realizador Ken Russell um comportamento mais ... masculino por parte desta Nikita. Ora, repare-se no momento em que Elton mostra pela primeira vez o passaporte à rapariga e do gesto dela com a mão, como se acariciasse a barba que não tem, mas que Elton gostaria certamente que tivesse. Ainda no âmbito duma certa masculinidade emergente em Nikita, podemos observar o próprio olhar da rapariga e a forma como vira a cabeça, acompanhando o movimento do Roll Royce. Para mim não está muito longe daquela postura do macho latino-americano que vê um naco de gaja passar por ele e não resiste a um exame visual de cima a baixo, acompanhado do respectivo comentário metafísico do tipo "Fazia-te um pijaminha de saliva que era uma categoria!".
Penso que o ponto decisivo desta conquista é a cena em que ele desenha um coração vermelho na neve. Aí vemos pela primeira vez o sorriso de Nikita. E quando uma mulher sorri, diria Lili Caneças, é sinal que está bem disposta. Quando as coisas parecem bem encaminhadas, na segunda passagem pela fronteira, acontece o imprevisto. Nikita é toda ela sorrisinhos e expresões faciais de alguma demência, mas o seu superior hierárquico não acha piada nenhuma à situação, e, talvez encorajado pelo casaco vergonhoso de Elton John, que exibe umas estrelas muito americanóides, decide actuar. Alto lá e pára o baile. Põe-se a observar a foto do passaporte e conclui que, mal por mal, o outro chapéu sempre era mais fofinho, com a tirita vermelha a condizer com o Rolls Royce. "Daqui não passas", sugere o movimento com a cabeça. Quanto à forma como Elton John diz adeus ao guarda, bem, penso que diz tudo sobre quem quereria ele na verdade conquistar. Ainda hoje, pensará Nikita que foi usada para um outro objectivo?
Deixemo-nos de considerações maléficas. O que é certo é que eles não ficaram juntos. As cenas de felicidade entre os dois, na discoteca, no campo de futebol, a jogar zadrez, no bowling (sempre admirei aquele efeito especial em que Nikita sai de dentro do Elton John), em que podemos observar pela primeira vez o cabelo "very eighties" da rapariga, fazem parte de um sonho que Elton John está a ter. Nada é real. Ainda hoje sofro com isto. O amor venceu, como é possível não terem ficado juntos? Oh, mundo cruel...
PS - George Michael deu uma perninha (ou talvez mais alguma coisa) nos coros e Nik Kershaw contribui com a sua guitarra, mas nem um nem outro têm direito a entrar no teledisco. Os putos que estavam na berra não podiam ofuscar o nome de Sir Elton...
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terça-feira, outubro 10, 2006
terça-feira, outubro 03, 2006
Novo teledisco: BOB DYLAN - Tight Connection To My Heart
Bob Dylan significa tanto para mim quanto a vida sentimental da Merche Romero e do Cristiano Ronaldo. Ou seja: nada. Não tenho mesmo pachorra para o homem. No entanto, quero desde já dizer que gosto bastante da versão de Mr. Tambourine Man dos The Byrds, que acho espantosa a forma como os Siouxsie and the Banshees recriaram This Wheel's on Fire e que reconheço que cheguei a pôr em perigo a estrutura do prédio dos meus pais com Knockin' On Heaven's Door dos Guns'n'Roses. Mas o próprio Bob Dylan provoca-me um longo bocejo. Há quem diga que ele já morreu e ainda não foi avisado. Eu acho que não: a prova é que ele está aí com novo álbum.
Obviamente, para qualquer regra tem de haver uma excepção. E neste caso ela chama-se Tight Connection To My Heart, uma canção de Bob Dylan, cantada pelo próprio, e de que gosto muito. Trago-vos o teledisco, na barra lateral. Passou muito no top disco, em 1985, e deu-nos a conhecer as qualidades de representação de Mr. Dylan, que são... nenhumas. Chega mesmo a ser confrangedora a forma como ele se relaciona com a câmara, mais parecendo que passou ali por acaso e foi, à pressa, talvez devido a indisposição do artista original, atirado para a frente das câmaras para tapar um buraco. O vídeo foi rodado no Japão e a única coisa que me faz visioná-lo até ao fim é uma das meninas japonesas do coro, mais propriamente a do meio, que, lembro-me, na altura me deixou bastante impressionado. E ainda deixa.
Por último queria destacar o facto deste teledisco ter sido realizado por Paul Schrader, nada mais nada menos que o senhor que, com Martin Scorcese, foi responsável por filmes como Taxi Driver, Touro Enraivecido e A Última Tentação de Cristo.
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segunda-feira, outubro 02, 2006
Julian Talking
O visitante Del pediu informações sobre o Julian, na CBox, na barra lateral. Não conhecia. Fiquei a saber que foi um rapazito espanhol que entrou no comboio do euro-disco com o tema Straight From My Heart. Depois de ver este vídeo no YouTube (vénia...), fiquei a saber que, afinal, os Modern Talking foram uma daquelas bandas (?) que, em inglês, se considera "influential".
Atenção: o visionamento deste vídeo deve ser preferencialmente efectuado com o estômago vazio.
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