quinta-feira, dezembro 25, 2014

SHANE MACGOWAN (57)

No dia de Natal, nasceu Shane MacGowan. Há 57 anos. O vocalista dos The Pogues, que deu voz a temas inesquecíveis como A Pair Of Brown Eyes (1985), Dirty Old Town (1985), Fairytale Of New York (1987, em dueto com Kirsty MacColl), Fiesta (1988) ou Misty Morning Albert Bridge (1989), contribuiu como poucos para a vitalidade da indústria vinícola em Inglaterra. Em palco, dizia-se que Shane era tanto melhor quanto maior era o seu estado de embriaguez. Infelizmente, nunca pude ver os Pogues ao vivo, apesar de terem passado por cá várias vezes. Nos anos 90, já depois de ter saído dos Pogues por razões... alcoólicas, formou os Shane MacGowan And The Popes. O que pouca gente talvez saiba é que Shane fez parte, ainda nos anos 70, de uma banda punk com o sugestivo nome de The Nipple Erectors, (The Nips, para facilitar as coisas). No YouTube, onde mais poderia ser, encontram coisas deles.
Os Pogues regressaram em 2001, com Shane ao leme das operações (dentro dos possíveis), por isso a esperança de os ver ao vivo ainda não morreu.

ANNIE LENNOX (60)

Comecemos pelo mais recente. Em outubro deste ano, Annie Lennox editou o sexto álbum a solo, um conjunto de clássicos soul, jazz e blues que a cantora ouvia em criança. Com o título Nostalgia, inclui temas como Georgia On My Mind, Summertime ou I Put A Spell On You, e está nomeado para um grammy.
Depois do regresso em 2005 em formato Eurythmics, Annie e Dave Stewart voltaram a tocar juntos em 2014 no concerto tributo aos Beatles - The Night That Changed America: A Grammy Salute to The Beatles - no qual interpretaram A Fool On The Hill.
Hoje, Annie Lennox completa 60 anos. Parabéns!

segunda-feira, dezembro 08, 2014

SINÉAD O'CONNOR (48)

Sinead O'Connor chegou ao estrelato mundial com a versão de Nothing Compares 2 U (1990), já tinha lançado um álbum a solo três anos antes. The Lion And The Cobra produziu como singles os temas Mandinka e I Want Your (Hands on Me). Em 1990, a tal versão do original de Prince colocou-a no topo das tabelas de vendas e o álbum do qual foi retirada, I Do Not Want What I Haven't Got, na altura comprado a meias com a minha tarzansister, foi completamente devorado lá em casa... Depois disso, perdi o rasto a esta irlandesa, mas a sua atividade musical não abrandou. O seu último álbum, o décimo, saiu este ano e chama-se I'm Not Bossy, I'm The Boss. Hoje, Sinead O'Connor completa 48 anos. Parabéns!
Quando

Duas curiosidades:

1. Em finais da década de 90, Sinead foi ordenada sacerdotiza por um grupo católico que se autodenomina como independente. O Vaticano não reconheceu a ação e lembrou que a excomunhão existe...

2. Em 2000, denunciou Shane MacGowan à polícia por posse de droga numa tentativa de o salvar da dependência da heroína. Pelos vistos, Shane ficou, na altura, furioso, mas já agradeceu publicamente a Sinead por tê-lo feito ver a luz...

domingo, dezembro 07, 2014

CLAUDIA BRÜCKEN (51)

Chama-se Where Else e é o terceiro álbum a solo de Claudia Brücken, a voz que, nos anos 80, com os Propaganda, nos pôs a dançar ao som de Duel.
Lançado este ano pela Cherry Records, Where Else é um conjunto de originais - excetuando a versão de Day Is Done, de Nick Drake - cuja produção ficou a cargo de John Williams.
Há uma entrevista recente de Claudia Brücken, para a Cherry Red TV, na qual a cantora dos "Abba from hell" (designação que, um dia, um crítico musicla colou aos Propaganda) faz a restropetiva da sua carreira. Hoje, Claudia completa 51 anos. Parabéns!

quarta-feira, novembro 26, 2014

TINA TURNER (75)

Miss Hot Legs faz hoje 75 anos. Tina Turner, pois claro, a mulher que é um exemplo de vida para todos nós.
Nos anos 60 e 70 fez carreira com o marido, Ike Turner, de quem se divorciou em 1974, depois de algumas nódoas negras. Ressurgiu em toda a sua energia e pujança nos anos 80 e por isso tem lugar de destaque no Queridos Anos 80.
Let’s Stay Together, What Love’s Got To Do With It, Private Dancer, It's Only Love (com Bryan Adams), We Don’t Need Another Hero, Typical Male e The Best são grandes sucessos que fizeram dela uma das mais bem sucedidas cantoras dos eighties.
As últimas notícias dão conta da edição de um conjunto de Love Songs (assim se chama o álbum) que reúne alguns dos seus maiores êxitos. Parabéns!

domingo, novembro 23, 2014

BRUCE HORNSBY (60)

Os anos 80 são fertéis em exemplos assim: artistas que iniciam a carreira musical com aquele que viria a ser o seu maior êxito. Alguns conseguem aguentar-se minimamente à tona do mercado, outros entram em queda vertiginosa até ao desaparecimento. Bruce Hornsby é dos que se aguentou, depois do sucesso mundial que The Way It Is provou ser.
Em 1984, fundou os Bruce Hornsby & the Range e logo com o álbum de estreia, The Way It Is (1986), foi um dos maiores fenómenos de vendas nos EUA. Os Grammy galardoaram-nos com o prémio para Best New Artist. E tudo isto graças a três singles que são, até aos dias de hoje, a sua assinatura: o já referido The Way It Is, e ainda Mandolin Rain e Every Little Kiss.
Paralelamente a este projeto, Bruce Hornsby chegou a atuar assiduamente com os The Grateful Dead, desde finais da década de 80 até à morte Jerry Garcia, em 1995. Bruce não era propriamente um estreante no que diz respeito a colaborações com outros artistas uma vez que já tinha surgido, em 1984, no teledisco de Strut de Sheena Easton.
Os The Range encerraram a sua actividade em 1991, após três álbuns de originais, mas Bruce manteve uma atividade musical bastante intensa e variada, quer a solo, quer ao serviço de outros projetos. Hoje, Bruce Hornsby completa 60 anos. Parabéns!

quinta-feira, novembro 20, 2014

António Sérgio: o documentário

O documentário Uivo, a que tive o privilégio de assistir  (e aqui a palavra "privilégio" assenta que nem uma luva porque foram muitos os que não o puderam fazer, ontem, no bar Passos Manuel, no Porto) é a mais que justa homenagem a António Sérgio, o radialista que nos deixou em novembro de 2009.

Como leigo na matéria que sou, abstenho-me de tecer comentários sobre quaisquer aspetos ligados à técnica cinematográfica. A minha visão é a do fã que gosta de música. A minha visão é a do rapaz dos seus 17 ou 18 anos que ouvia aquela Voz apresentar-me música nova todos os dias (ou quase) no Som da Frente. E devo dizer que foi um enorme prazer ver este trabalho de Eduardo Morais. Ele procurou as pessoas certas para falar de António Sérgio. E elas disseram tudo (ou quase tudo, porque, como disse Ana Cristina Ferrão, há muitas histórias por dizer e que, provavelmente, nunca poderão ser ditas nem escritas). Elas disseram aquilo de que estávamos à espera e que fez daquela voz uma presença tão enorme e tão decisiva nas nossas vidas de consumidores de música. E foi engraçado sair com aquela sensação de que nada do que ali foi dito constituiu propriamente uma surpresa. A presença de António Sérgio nos nossos rádios era tão forte que era como se o conhecêssemos, como se privássemos com ele através do rádio. É curioso que, atualmente, a partilha de música numa plataforma como o facebook, e mais especificamente nos grupos, também nos aproxima das pessoas e nos faz criar afinidades que, em muitos casos, nos leva a traçar-lhes um certo perfil embora não as conheçamos pessoalmente. Com António Sérgio acontecia qualquer coisa de semelhante. Pela música que passava e pelos comentários que fazia dava-se a conhecer, não só como profissional da rádio, mas também como pessoa. E por isso sentiamo-nos próximos dele.

Uivo vai voltar ao Porto, por ocasião do porto/post/doc, um festival internacional de cinema, com particular incidência na área do documentário, que acontecerá de 4 a 13 de dezembro. Quem não pôde estar ontem terá a sua oportunidade, novamente no Passos Manuel, no dia 3 de dezembro. A não perder.

terça-feira, novembro 18, 2014

KIM WILDE (54)

Kim Wilde foi companheira de quarto durante alguns anos da minha adolescência. Não foi a única, certamente, a ocupar aquelas paredes, mas foi das mais assíduas. Pela música, claro, mas também pela questão sex-symbol, estatuto que a própria Kim Wilde nunca explorou em demasia. Sempre com o irmão e o pai por perto, nunca se aproximou sequer de algum limite menos convencional nesta coisas das poses para as revistas ou dos gestos insinuantes em concertos. Era uma menina bem comportada, portanto.
Há cerca de um ano, em declarações ao Metro britânico, Kim Wilde afirmou que não acredita nesta coisa dos modelos, dos exemplos que os artistas podem constituir para os mais jovens... Isto a propósito dos críticos de Miley Cyrus, que acham que os seus comportamentos, nomeadamente aqueles que podemos ver nos telediscos, podem ser emulados pelas camadas mais jovens. Kim revela que, na sua juventude, ouvia o Lou Reed, que cantava sobre consumir drogas, e nem por isso se sentiu tentada a experimentar.
Hoje, Kim Wilde completa 54 anos. A cantora prepara-se para dar alguns concertos de Natal na Knebworth House, onde, certamente, aproveitará para passar por Wilde Winter Songbook, o último longa-duração, editado em novembro do ano passado, composto por um conjunto de versões de clássicos natalícios.

tarzan_mix_1: a glass of wine by the fireplace

Tarzan_mix_1: a glass of wine by the fireplace by Queridos Anos 80 on Mixcloud

terça-feira, novembro 11, 2014

Morreu Big Bank Hank (Sugarhill Gang)

Morreu hoje Big Bank Hank (à esquerda na foto), um dos membros dos Sugarhill Gang, o coletivo que colocou o rap no primeiro lugar das tabelas de vendas com o aclamado Rapper's Delight.
Aos 57 anos, Henry Jackson não resistiu a um cancro.
Os dois restantes membros da banda, Wonder Mike e Master Gee já expressaram, para a Rolling Stone, o que a morte do amigo significou: "Estamos muito tristes. Fizemos História no mundo da música com o Rapper's Delight e jamais esqueceremos as viagens que fizemos juntos pelo mundo inteiro".

playlist temática: from germany with love

Num fim de semana em que se falou dos vinte e cinco anos da queda do Muro de Berlim, lembrei-me de trazer ao Queridos Anos 80 uma playlist composta por temas de artistas alemães. O país da Srª. Merkel produziu, durante a década dourada da pop, alguns dos grandes êxitos europeus da altura. Da pop eletrónica one-hit wonder dos Trio até ao hard-rock de estádio do Scorpions, passando pelo inevitável euro-disco de Fancy ou dos Modern Talking, a Alemanha sempre se posicionou bem nas tabelas de vendas de discos, mas nunca cheirou sequer aos calcanhares da indústria britânica (no futebol, levou, sem dúvida, a melhor...). Ainda assim, fez o suficiente para ficar na história da música dos anos 80. E aqui estão dez propostas que podem ouvir, já sabem, no facebook oficial do Queridos Anos 80.

Alphaville - Big In Japan 
Os Alphaville, que começaram por se chamar... Forever Young, tiveram em Big In Japan o seu grande sucesso. Há quem diga que o título da música que os levou à fama mundial era uma homenagem a uma banda, com os mesmo nome, que Marion Gold, o vocalista, tinha ouvido em finais dos anos 70. Dessa banda fazia parte um tal de Holly Johnson...
A canção varreu o primeiro lugar de muitos tops europeus, inlcuindo Portugal, mas no Reino Unido ficou-se pelo oitavo lugar. O teledisco foi realizado por Dieter Meier, dos Yello.
Sandra, a menina Maria Magdalena, gravou, em 1984, uma versão em alemão de Big In Japan, com o título Japan Ist Weit. Os Guano Apes têm também uma versão, de 2000.


Camouflage - The Great Commandment
Os Camouflage formaram-se em 1983 e ainda estão em atividade. Este The Great Commandment é o seu único êxito, digamos, internacionalmente sólido. A colagem aos Depeche Mode é evidente o que talvez explique o êxito algo inesperado que esta música obteve nos Estados Unidos. Em 2001, a banda resolveu regravar a música, numa versão 2.0 tipo carrinhos de choque. Não gostei.


Fancy - Bolero
Chama-se Manfred Alois Segieth, tem 68 anos e ainda faz discotecas, entendendo-se este "faz" como o saltar para um pequeno recinto chamado pista de dança e cantar em playback total três ou quatro êxitos que fizeram de Fancy um dos expoentes máximos da vertente alemã do italo-disco. Bolero estará sempre presente numa setlist de Fancy, ele que nos anos 70, era Tess Teiges e cantava "Eu voltarei, pequena geisha"...


Kraftwerk - Computer Love
O normal é olharmos para os Kraftwerk como uma banda dos anos 70, década em que editaram seis álbuns e estabeleceram a base que haveria de influenciar toda uma galáxia de bandas de cariz eletrónico (alô, Depeche Mode!) que se desenvolveram nos anos 80. Mas estes alemães muito bem penteadinhos e tão sorridentes gravaram dois álbuns nos anos 80, o que os torna imediatamente elegíveis para esta lista. Escolhi Computer Love, que foi o primeiro single extraído do álbum Computer World, de 1981, e em cujo lado B surge The Model, que tinha sido editado como single em 1978.
Os Camouflage, de que falo ali acima, têm uma versão desta música, mas quem usou com mais proveito a melodia deste tema foram os Coldplay no tema Talk. Vá lá que pediram autorização aos Kraftwerk...


Modern Talking - Cheri Cheri Lady
Eu sei que estavam à espera do You're My Heart You're My Soul mas os Modern Talking são muito mais do que essa canção. Eles são Atlantis Is Calling, eles são You Can Win If You Want, eles são Brother Louie, eles são Geronimo's Cadillac, eles são... Cheri Cheri Lady. E agora, que captei de forma notável a vossa atenção, apenas acrescento que eles são, na realidade, Dieter Bohlen, o loiro, e Thomas Anders, o moreno.


Nena - 99 Red Balloons
Originalmente lançada em língua alemã, com o título 99 Luftballons, esta foi uma canção de protesto anti-nuclear. O texto conta a história de 99 balões que são confundidos com OVNIs, o que leva a uma pronta reação por parte das autoridades militares. São enviados caças que, após perceberem o engano, se dedicam a brincar ao tiro ao balão. Isto irrita os líderes dos países vizinhos, que decidem reagir a esta demonstração de poder bélico com... poder bélico. Tudo acaba numa devastadora guerra de 99 anos. O texto da versão inglesa tem ligeiras modificações na estrutura narrativa, mas a objetivos são os mesmos.
Curiosamente, a versão alemã foi a preferida dos americanos e dos australianos, sendo que é, ainda hoje, um dos maiores êxitos de sempre em língua não inglesa nos EUA. No Reino Unido, a versão inglesa chegou o primeiro lugar das tabelas.


Propaganda - Duel
Esta faz parte da minha banda sonora pessoal da década de 80 e é sempre um prazer passá-la em eventos de botadisquismo. Duel foi o single de maior sucesso dos Propaganda e integra esse álbum de estreia fabuloso, A Secret Wish (1985), do qual também fazem parte Dr. Mabuse e P-Machinery.
Duel tem sido utilizada em vários eventos desportivos.

Sandra - Maria Magdalena
Antes de ter uma carreira a solo, Sandra fez parte de uma girl band chamada Arabesque. Em 1985, sob orientação do marido Michael Cretu, Sandra editou o álbum de estreia cujo primeiro single se revelou um estrondoso sucesso em toda a Europa, Portugal incluído, onde chegou ao primeiro lugar das tabelas de vendas. Maria Magdalena apresentava uma sonoridade synth-pop um pouco a entrar pelo meandros do euro-disco com uma melodia suficientemente catchy para conquistar os ouvidos dos amantes do género. Depois, havia a figura, diria, estimulante, de Sandra, cujas imagens ocuparam muitas paredes de quartos adolescentes. Pelo meu quarto passou um poster de Sandra, retirado da revista Bravo.


Scorpions - Still Loving You
Esta é, com pouca margem de erro, muito provavelmente a power ballad que maior sucesso obteve no nosso país. Lembro-me de ver, semanas a fio, o teledisco da música que ocupava o primeiro lugar da tabelas de singles. Os Scorpions perceberam isso e estabeleceram com Portugal uma relação muito próxima. Um dos pontos altos desta relação foi a gravação de um álbum acústico no Convento do Beato, em Lisboa (2001).


Trio - Da Da Da
Termino esta playlist com os Trio, uma banda da new wave alemã que teve apenas cinco anos de existência, mas que inscreveu o seu nome da história da música pop através deste Da da da, ich lieb dich nicht, du liebst mich nicht, aha aha aha, mais convenientemente conhecido por apenas Da Da Da. A música tem sido utilizada em muita publicidade televisiva. Em Portugal, Herman José gravou uma versão, em português, em 1982.

quarta-feira, agosto 13, 2014

FEARGAL SHARKEY (56)

Depois de ter liderado os The Undertones, de 1976 a 1983, e de ter alcançado sucesso mundial a solo com o tema A Good Heart, Feargal Sharkey decidiu deixar os palcos e os estúdios de gravação. Estávamos no início dos anos 90, mas a sua ligação ao mundo da música far-se-ia, a partir de então, de um outro modo: Feargal trabalhou no apoio aos direitos de autor na música britânica, tendo ocupado vários cargos a nível institucional.
Recentemente, surgiu no programa Needle Time, do The Telegraph, assegurando que não tem qualquer vontade ou intenção de voltar aos palcos ou sequer de vislumbrar um regresso dos Undertones. Se continua a cantar? Sim, mas para os filhos, "porque os deixa furiosos", e para que vejam que já houve quem pagasse para ouvir o pai cantar e que eles, uns felizardos, o podem fazer de graça. Podem ver o vídeo da entrevista em baixo. Hoje, Feargal completa 56 anos. Parabéns!