sexta-feira, novembro 30, 2007

It's a kind of magic (XI)

A três horas do início do concerto de Peter Murphy, trago a este espaço mais uma raridade encontrada no YouTube (onde mais poderia ser?). Trata-se de um anúncio televisivo às saudosas cassetes Maxell, no qual surge Peter Murphy, sentado num sofá, deleitando-se com som que a dita cassete lhe proporciona. À sua volta, naquilo que parece ser um escritório, tudo entra em movimento, desde as plantinhas até ao candeeiro, passando pelos passarinhos que estão a ornamentar a parede. As Maxell eram assim. O vídeo que podem ver a seguir é um momento mágico. Algures na década de 80.



Momentos mágicos anteriores:
mike scott kim wilde wham milli vanilli bonjovi phil collins eurythmics new order duran duran bauhaus

quinta-feira, novembro 29, 2007

Peter Murphy

Can you feel the light The air is wild open

No dia 11 de Julho deste ano, a propósito do aniversário de Peter Murphy, escrevia isto: "Peter Murphy (com ou sem Bauhaus) já passou várias vezes por Portugal, mas eu nunca o pude ver ao vivo, naquela que é uma das minhas grandes frustrações enquanto fã de música. Pode ser que um dia...". Mal sabia eu que quase cinco meses depois esta minha frustração iria finalmente ser resolvida, e sem necessidade de visitar o psiquiatra. Estamos a 24 horas do concerto por que eu esperei muito tempo, por isso resolvi dedicar algumas linhas à sua vida e ao seu trajecto musical.

Comecemos por saber que Peter Murphy vive em Ankara, na Turquia, é casado e pai de dois filhos. A sua mulher, Beyhan Murphy, directora artística da Companhia Nacional de Dança Contemporânea da Turquia. Os filhos, um rapaz e uma rapariga, têm 16 e 19 anos, respectivamente. Apesar de ter nascido no seio de uma família católica de ascendência irlandesa, Murphy converteu-se ao religião islâmica, facto ao qual a mudança para a Turquia poderá não ser estranha.

Depois desta introdução um pouco ao estilo "Caras Notícias", vamos ao que interessa, a música. Em 1978 fundou os míticos Bauhaus, banda que definiu uma geração. Com Daniel Ash (guitarra), Kevin Haskins (bateria) e David J (baixo), editou quatro álbuns de estúdio. O ano de 1983 trouxe o fim da banda e com ele o envolvimento de Murphy no projecto Dali's Car, com o ex-baixista dos Japan, Mick Karn. Após um álbum lançado, o projecto encerrou a actividade e Peter Murphy deu início, então, à sua carreira a solo.

A aventura começa em 1986, com Should The World Fail To Fall Apart, que inluiu temas como Final Solution e Tale Of The Tongue. O primeiro trabalho apresentava um Peter Murphy menos dark, mais pop, sem cair na banalidade. Seguiu-se aquele que sempre foi para mim um álbum de referência dos anos 80: Love Hysteria (1988). Canções como All Night Long, Indigo Eyes, Dragnet Drag e o dramaticamente mágico My Last Two Weeks são imperdíveis. Em 1990, surgiu Deep, o álbum de maior sucesso comercial ou não incluísse Cuts You Up, uma canção que arrasou as pistas de dança alternativas (e não só). Mas Deep é muito mais do que esse tema. Crystal Wrists, Deep Ocean Vast Sea, Marlene Dietrich's Favorite Poem e A Strange Kind of Love são momentos de passagem obrigatória. Seguiu-se Holy Smoke, em 1992, na minha opinião, um álbum que não atingiu o mesmo nível musical dos anteriores trabalhos. Ainda assim, dele faz parte esse hino pop sublime chamado Hit Song. Em meados dos anos 90, mais precisamente em 1995, Murphy surpreende-me com uma álbum fantástico, chamado Cascade, numa altura em que a esperança que ele voltasse ao nível a que me habituara começava a desvanecer-se. Cascade foi uma explosão de emoções, com temas fantásticos como Gliding Like a Whale, I'll Fall With Your Knife e o extremamente poppish The Scarlet Thing in You. Em 1998, Murphy editou Recall, um EP que inclui um Indigo Eyes '98 contou com a colaboração vocal do cantor turco Shengu num tema. Seguir-se-iam uma compliçaõa, Wild Birds 1985-1995 (2000) e um álbum ao vivo, aLive Just For Love (2001) num registo mais intimista, feito de violinos e guitarras, que atesta a magia ao mesmo tempo simples e poderosa da sua música em palco. O ano de 2002 viu sair Dust, o sétimo trabalho de originais do músico, um álbum que reflecte as influências que a estética musical oriental exerceu em Peter Murphy. Com composiões mais complexas e longas, este é um álbum que sai um pouco dos cânones da pop de Murphy. Em 2004, surgiu aquele que é até à data o seu último trabalho, o álbum Unshattered, considerado por alguns como o menos conseguido da sua carreira.

Independentemente do que se possa achar deste álbum - eu gosto! - é de crer que o espectáculo que Murphy dará amanhã no Pavilhão de Gaia visitará todos os momentos mágicos que compuseram a sua carreira a solo, desde 1985, e, quiçá, alguns toques de Bauhaus para não deixar triste o pessoal gótico que por certo marcará presença. Uma coisa é certa: Peter Murphy vai dar o seu melhor, até porque ele sabe que tem em Portugal uma legião de seguidores fidelíssima. Não é por acaso que, no site oficial, surge a seguinte linha, na notícia do concerto de amanhã: "This is a home audience. Expect all you ever wanted"

Novo teledisco: PETER MURPHY - All Night Long

Quando alguém disser que a música dos anos 80 não tem qualidade, atiramos-lhe com All Night Long à cara. Aliás, podemos agredir essa pessoa com qualquer música de Peter Murphy. All Night Long é uma canção fenomenal e tem um teledisco com uma ambiência estranha e ao mesmo tempo bela. Matt Mahurin foi o realizador, em 1988. Para ver e ouvir, na barra lateral.

quarta-feira, novembro 28, 2007

Este gajo manda estilo

Peter Murphy, hoje, na sessão de autógrafos, a dois dias do concerto em Gaia. Simpatia irradiante, um "olá" para abrir e um "nice to meet you" para fechar. Voltei a ser fã adolescente por momentos e fiz-me ao local de 4 álbuns em punho. Resultado: autógrafos para toda a tarzanfamily.

segunda-feira, novembro 26, 2007

As meninas dos nossos olhos

Por detrás de um grande homem há sempre uma grande mulher. Inspirado neste aforismo popular, eu diria que por detrás de uma grande década de música portuguesa há sempre 22 grandes mulheres. Quem se atreve a identificá-las?

quarta-feira, novembro 21, 2007

Novo teledisco: A-HA - The Sun Always Shines On TV

Hoje comemora-se o Dia Mundial da Televisão e lembrei-me do single The Sun Always Shines On TV, dos A-Ha, para novo teledisco, ali na barra lateral. O texto da canção não tem como tema a televisão, mas o título serve para o efeito.

O teledisco é da responsabilidade de Steve Barron, o mesmo que dirigiu o fabuloso Take On Me. De resto, o início de The Sun Always Shines On TV mostra supostamente o fim da relação entre Morten Harket e a mocinha do teledisco de Take On Me. Eu digo "supostamente" pois acredito mais num problema intestinal do Morten, que tem de ir a correr para trás de um penedo fazer aquilo que vocês sabem. O resto do teledisco é um bocadito chato, mostrando a banda numa igreja cheia de manequins (dos de plástico).

sexta-feira, novembro 16, 2007

It's a kind of magic (X)

Ziggy Stardust é o exemplo de canção que prefiro ouvir na versão de outro artista do que no original. Neste caso, falo da versão poderosa que os Bauhaus gravaram do clássico de David Bowie. Numa altura em que finalmente poderei ver Peter Murphy em palco (Pavilhão Municipal de Gaia, 30 de Novembro), faz todo o sentido recordar esta actuação ao vivo, longínqua é certo, mas reveladora da força que Peter Murphy era (e acredito que ainda seja) em palco há 25 anos. A actuação que se segue tem ainda o "condimento" especial de vermos um Daniel Ash irritadíssimo, no final da canção, devido aos problemas que a sua guitarra lhe vai trazendo... O vídeo que podem ver a seguir é um momento mágico. Foi em 1982.



Momentos mágicos anteriores:
mike scott
kim wilde
wham
milli vanilli
bonjovi
phil collins
eurythmics
new order
duran duran

quinta-feira, novembro 15, 2007

Playlist temática (14): rain

Tenho saudades da chuva. De estar na fila do trânsito a ouvir a minha musiquinha e ela a bater ferozmente no vidro do carro. De sair do emprego a correr e senti-la na cabeça (sim, não gosto de guarda-chuvas), preciosa ajuda para refrescar as ideias ou simplesmente arrefecer as preocupações de um dia intenso. De estar em casa, no sofá, a ver uma qualquer série favorita e olhá-la, lá fora, na varanda, a pedir licença para entrar. De simplesmente a observar a cair, no horizonte, de preferência junto ao mar. Quem nasceu e vive no Porto há uma porrada de anos, como eu, tem uma relação muito especial com a chuva... Já agora, o meu carro também precisa urgentemente de uma boa quantidade de gotas de água, de preferência pesadas e violentas...

A nova playlist temática que se apresenta tem como linha orientadora a palavra rain (ou derivados...) no título. A ver se o S. Pedro gosta e se decide finalmente por nos enviar um bom vendaval à maneira. São 13 canções, o número do azar para ver se dá sorte...

supertramp - it's raining again (1982)
bonnie tyler - have you ever seen the rain (1983)
eurythmics - here comes the rain again (1984)
prince - purple rain (1984)
rem - so. central rain (1984)
the cult - rain (1985)
the pogues - rainy night in soho (1985)
tina turner - i can't stand the rain (1985)
peter gabriel - red rain (1986)
jesus and mary chain - happy when it rains (1987)
phil collins - i wish it woulkd rain down (1989)
milli vanilli - blame it on the rain (1989)
a-ha - crying in the rain (1989)

Ah, é na barra lateral!

quarta-feira, novembro 14, 2007

E a melhor de Bryan Adams é... Run To You!

Após 116 votos, os visitantes do QA80 elegeram Run To You como a melhor canção de Bryan Adams (relativamente apenas ao período dos anos 80). Foi apenas por um voto que esta canção se superiorizou a Summer Of 69. De resto, a votação foi bastante renhida, com as baladas Heaven e Straight From The Heart a posicionarem-se muito perto do topo. Run To You era uma das naturais possíveis vencedoras, afinal, tal como disse o soares, nos comentários do post que abriu a sondagem, "foi o "chuto" decisivo na ascenção aos pincaros do Bryan". Nesses mesmos comentários, recebi uma série de ameaças à minha integridade física (de modo construtivo, claro) devido à infâmia de não ter colocado na lista músicas como Tonight e Hidin' From Love. Pois é, acreditem que as colocaria se não estivesse limitado ao número de 10 hipóteses...

Quanto à classificação final, aqui está ela:

1. run to you - 23% (27)
2. summer of 69 - 22% (26)
3. heaven - 21% (24)

4. straight from the heart - 18% (21)
5. one night love affair - 6% (7)
6. somebody - 5% (6)
7. it's only love - 3% (3)
8. cuts like a knife - 2% (2)
9. heat of the night e hearts on fire - 0% (0)

quinta-feira, novembro 08, 2007

Video Kids

When I woke up with a shock I didn't know the reason why

Peter Slaghuis era um nome em ascensão na Holanda da segunda metade dos anos 80 pela actividade de DJ, ao serviço da qual editou 14 álbuns de Disco Breaks e algumas remixes bem sucedidas de músicas dos Abba, Maria Vidal e Nu Shooz. Sob a designação de Hithouse (a tradução literal de Slaghuis é precisamente "Casa de êxitos"), esteve presente no advento europeu do fenómeno House, destacando-se pela inovadora técnica do sampling e atingindo bastante sucesso com o tema Jack To The Sound Of The Undergound. Porém, o seu contributo para a música de dança foi tragicamente interrompido, a 5 de Setembro de 1991, quando um acidente de automóvel lhe tirou a vida. Tinha 30 anos.

Mais do que a sua actividade de DJ, o que traz hoje aqui Peter Slaghuis é o facto de ter fundado os VideoKids, um grupo de presença meteórica, que ficou na história pela célebre música do pica-pau espacial, Woodpeckers From Space. Os VideoKids editaram dois álbuns, The Invasion Of The Spacepeckers (1984) e Satellite (1985). O nome da menina que acompanhava Peter Slaghuis é ainda um mistério para mim.

segunda-feira, novembro 05, 2007

Remember Yesterday - Sexta/09 - Disco Volante Bar



Na próxima sexta-feira, 9 de Novembro, a cena é o seguinte. Vocês aparecem no Disco Volante Bar (Cinema Batalha, Porto), o Ivo T e o tarzanboy colocam a melhor música da década de 80 e vocês dançam, cantam ou simplesmente batem o pezinho. Estamos combinados? Parece-me razoável. A Kim e o Simon deverão aparecer.

PS - Um agradecimento ao António Jorge.

Nova sondagem: a melhor de Bryan Adams

A propósito do aniversário de Bryan Adams, ontem, lembrei-me de auscultar or estimados visitantes do QA80 a propósito daquela que é, para eles, a melhor canção do canadense editada nos anos 80. Para tal escolhi as 10 músicas que me parecem ter atingido maior sucesso na carreira do música, na década de oitenta. Agora, é só ouvir na rádio.blog e votar, ali ao lado, na barra lateral. Obrigado pela participação!

sexta-feira, novembro 02, 2007

QA80 - 4 anos

"Olá! Este é o blog sobre a música dos maravilhosos anos 80!

Para ti, que:

1. Nunca explicaste à tua mãe a razão de um poster da Samantha Fox ou dos Bros (retirado de uma qualquer Bravo alemã) na parece do teu quarto.
2. Dançaste com a (o) miúda (o) dos teus sonhos, numa qualquer matiné de Domingo, ao som de True, dos Spandau Ballet.
3. Escreveste até à exaustão na capa de Educação Visual a expressão "DEPECHE MODE", apesar de achares que havia algo de estranho na roupa de Martin L. Gore.
4. Nunca admitiste gostar de Duran Duran, mas chegaste a ser surpreendido pela tua mãe no teu quarto a dançar ao som de Hungry Like The Wolf.
5. Naquela manhã do Outono de 1983 tiveste a infeliz ideia de aparecer nas aulas com um penteado à vocalista dos A Flock Of Seagulls.
6. Sabes quem são os rapazes da imagem.

BEM-VINDO! Este blog é para ti!"

No dia 2 de Novembro de 2003, às 11:23h, este era o primeiro texto. Após 724 posts e mais de 3600 comentários, resta-me agradecer a todos os que passaram por aqui, comentaram, enviaram e-mails, ficaram calados, criticaram, elogiaram, ou simplesmente observaram. Obrigado por partilharem comigo a música dos anos 80. E atenção: este blogue ainda é uma criança!