sábado, outubro 29, 2011

O Halloween é no V5!


Aqui está uma excelente sugestão para segunda à noite. Boa música, excelente ambiente, excelente música, bom ambiente, e, como se não bastasse, música de grande qualidade. No V5 bar, com o dj tarzanboy ao volante (esta do volante só entendem se forem mesmo lá).

quinta-feira, outubro 27, 2011

SIMON LEBON (53)

O seguinte texto foi escrito pela Márcia, uma fã de sempre dos Duran Duran, a quem eu pedi algumas palavras por ocasião do aniversário de Simon LeBon, há quatro anos. Hoje, que o vocalista dos Wild Boys completa 53 anos, trago novamente este texto ao blogue, um texto em que nos revemos como adolescentes que fomos nos anos 80. Obrigado, Márcia!

"No início dos anos 80 eu era apenas uma garota de 13 anos louca por música e vídeo clipes. Foi num final de semana qualquer que vi a chamada de um programa local para o lançamento de um vídeo novo: a música eu já tinha ouvido no rádio, mas nem fazia idéia de quem cantava. Colei na TV até o tal vídeo passar... A música era “Union of The Snake” e o resto meus caros foram suspiros: muuuuuitos suspiros. Eu fui completamente fisgada por aqueles olhos azuis (é bem verdade que até aquele momento eu nem desconfiava que o tal rapaz tinha olhos azuis). Sim pessoal, eu fui uma duranie. E apesar de não ter mais 13 anos, eu ainda sou! E o rapaz em questão, agora já um senhor povoou muitos dos meus sonhos adolescentes. Por causa dele eu me matriculei numa escola de inglês. Afinal como iria me comunicar quando nos encontrássemos??? Naquela época eu nem desconfiava que o idioma não era a única barreira... Mas isso é uma das coisas boas da adolescência: nessa fase tudo é possível. E hoje não poderia esquecer esta data tão importante - Mr. LeBon completa 49 anos!!! Como podem ver, os olhos azuis continuam irresistíveis...hummm (suspiro!)


Obrigada amigo Tarzanboy por compartilhar este espaço tão especial comigo!!!Marcia"

quinta-feira, outubro 20, 2011

MARK KING (53)

Mark King faz hoje 53 anos. King não foi só o vocalista de voz nasalada dos Level 42, grupo que nos deu rebuçados pop tão bons como Something About You, Lessons In Love, Leaving Me Now ou Running In The Family. King ficou também conhecido como "o-gajo-que-toca-baixo-de-uma-maneira-engraçada". Para muitos, ele revolucionou o modo de tocar este instrumento através de um estilo muito peculiar de bater nas cordas a um ritmo muito acelerado. Se houver por aí algum especialista nestas coisas da guitarra-baixo, faça o favor de se pronunciar... King conta com três álbuns a solo, um deles, o primeiro, ainda editado nos anos 80 (Influences, 1984). Entretanto, os Level 42 mantêm a atividade (com Mike Lindup nas teclas) depois de alguns hiatos. O último álbum data de 2006 e chama-se Retroglide. Parabéns, Mark King!

domingo, outubro 16, 2011

GARY KEMP (52)

Gary Kemp foi membro fundador dos Spandau Ballet e principal compositor do grupo, tendo sido o autor de clássicos como True, Gold e Through The Barricades. Após a dissolução dos Spandau, Gary Kemp e o seu irmão Martin Kemp iniciaram carreira cinematográfica com o filme The Krays. Entre outros filmes de menor importância, Gary fez The Bodyguard (ao lado de Whitney Houston e Kevin Costner). Em 1994 voltou à música para gravar o seu único álbum a solo, Little Bruises. Já nesta década os Spandau Ballet regressaram ao activo e passaram mesmo pelo Pavilhão Atlântico em Março deste ano. Completa hoje 52 anos e o QA80 dá-lhe os parabéns!

sábado, outubro 15, 2011

SANDRA KIM (39)

No Festival Eurovisão de 1986, a sua canção, J'Aime La Vie, obteve pontos de todos os países, e continha na sua letra uma mentira que a muitos passou despercebida: apesar de dizer "Moi j'ai 15 ans", Sandra Kim tinha na realidade apenas 13. Ai a marota. Toda a gente parece ter gostado daquela vozinha infantil de registo muito agudo que quase furava os tímpanos naquela parte do "Uooooooouuuoooooooohhh". Vocês sabem da parte de que estou a falar. Já agora, cumpre-me informar que, na edição ganha pela Sandra Kim, Portugal foi magnificamente representado pela Dora e as suas botas inesquecíceis, com o seu Não Sejas Mau Para Mim.
Nos anos 90 Sandra Kim continuou a sua carreira musical, sem grande sucesso e, talvez por isso, tenha iniciado a de apresentadora de televisão. Em 1994 casou-se com Olivier Gérard, o técnico de som dos seus concertos. O casamento durou pouco mais de um ano. Na Bélgica comparam-na a Barbra Steisand e a Celine Dion, o que não abona nada a seu favor. Chegou mesmo a gravar uma versão de My Heart Will Go On, aquela xaropada do Titanic. Em 2001, gravou J'Ai Pas Fini De T'Aimer, uma versão em francês de outra xaropada: I Just Can't Stop Loving You, do senhor Michael Jackson. De xaropada em xaropada, com Sandra Kim, até ao abismo final! Em maio deste ano, lançou o álbum Make Up. Aos 39 anos, feitos hoje, vai no segundo casamento e, ao que parece, ainda ama a vida. Parabéns!

CHRIS DE BURGH (63)

Os fãs de Chris de Burgh vão ter de me desculpar, mas a produção musical deste irlandês pouco ou nada contribui para a minha felicidade. E o pouco que existe ali de relevante será o facto de, em 1986, me ter proporcionado um slow monumental, com uma menina monumental, ao som de The Lady In Red, numa matiné da extinta Crazy Nights, algures em Lisboa. Tudo o que for para além disto em Chris de Burgh é para mim um autêntico deserto musical, apesar do sucesso que os álbuns Into The Light (1986) e Flying Colours (1988) tiveram. Quando falamos da sua produção familiar, aí o caso muda de figura, uma vez que este homem foi capaz de pôr no mundo (juntamente com a sua esposa, claro) Rosanna Davison, coroada Miss Mundo em 2003. Este facto encheu de orgulho o papá e a mamã. Quanto a Chris, vão longe os tempos áureos dos tops de vendas, apesar de continuar a editar com alguma regularidade. Hoje, completa 63 anos. Parabéns!

The Mission no Hard Club - 14.10.11

Quase 23 anos depois, voltei a ver em palco Wayne Hussey, Craig Adams e Simon Hinkler, três dos membros fundadores dos The Mission. Foi no Hard Club, no Porto, ontem. Só faltou Mick Brown, na bateria, que foi magistralmente ocupada por um miúdo de enorme talento, chamado Mike Kelly. O alinhamento percorreu o catálogo mais antigo da banda, com destaque para o álbum The First Chapter. De resto, não faria sentido de outra forma, tendo em conta a presença de Adams e Hinkler. Wayne Hussey, que vive no Brasil há alguns anos, disse umas palavras em Português, e mostrou-se bem disposto, facto ao qual não foi estranha a companhia de uma garrafa de vinho ao longo do concerto. A certa altura disse "Eu tenho gripe", mas a sua prestação vocal não se ressentiu. O que se ressentiu, no final do concerto, foram os meus ouvidos. O som estava excessivamente alto, sem que se percebesse a razão (não quero acreditar que o engenheiro de som é incompetente). Podem confirmar isso mesmo no vídeo de Tower of Strength que coloquei na página do Queridos Anos 80 no Facebook. Apesar da questão do som, o facto de podermos ver os verdadeiros Mission em palco e, claro, as canções e a magnífica prestação dos músicos fizeram deste concerto um momento para recordar para sempre.

Aqui fica o alinhamento do concerto:

beyond the pale (children)
serpents kiss (the first chapter)
over the hills and far away (the first chapter)
naked and savage (the first chapter)
into the blue (carved in sand)
severina (god's own medicine)
butterfly on a wheel (carved in sand)
the grip of disease (grains of sand)
wake (the first chapter)
wasteland (god's own medicine)
the crystal ocean (the first chapter)
deliverance (carved in sand)
(encore)
like a child again (masque)
like a hurricane (the first chapter)
tower of strength (children)
(encore)
blood brother (god's own medicine)
1969 (cover de Iggy Pop)

terça-feira, outubro 11, 2011

THE MISSION (parte 2)


A década de 90 marca uma viragem na sonoridade da banda – o rock de ambiências góticas dá agora lugar ao pop mais direto, mais melodioso, ainda que com a marca distintiva que só a voz de Hussey podia dar. O que para alguns é o início da decadência, para outros trata-se de uma evolução brilhante. O álbum Carved In Sand é a ponte entre dois estilos. Deliverance, Into The Blue, Sea Of Love e, principalmente, o magnífico Butterfly On A Wheel mostram aos fãs o caminho a seguir. Este caminho fica marcado, em Abril de 1990, pelo abandono de Simon Hinkler em pleno início de digressão pelo Canadá e EUA. O início do fim, para alguns.

Em Outubro de 1990 é editado Grains Of Sand, uma reunião de todos os temas que tinham ficado de fora de Carved In Sand e ainda de vários B-sides. Hands Across The Ocean faz parte deste grupo de canções e é ainda hoje um dos temas preferidos do Queridos Anos 80.

O ano de 1992 marca definitivamente a mudança de sonoridade do grupo com a edição de Masque. Por muitos considerado o álbum maldito dos Mission, Masque é uma aposta descarada na pop e um abandono definitivo do rock gótico dos primeiros tempos. Dele fazem parte Never Again e Like A Child Again, este último uma aposta de muita pista de dança por esse país fora. Ainda assim, estes são tempos difíceis para o grupo. O álbum revela-se um flop de vendas, Craig Adams abandona e, para compor o ramalhete, a Polygram rescinde o contrato com a banda.

O período turbulento termina com a entrada no grupo de Mark Thwaite (guitarra) e Andy Cousins (baixo), os dois vindos dos All About Eve. A partir daqui, dificilmente podemos encontrar momentos de destaque na vida dos The Mission. Após as edições de Sum & Substance (1994, o sempre obrigatório best of) e Neverland (1995), Mick deixa a banda, ficando apenas Wayne Hussey como membro fundador. Entretanto, segue-se mais um falhanço, desta vez com o título de Blue (1996).


Hussey decide então mudar-se com a família para os EUA e é na terra do tio Sam que reencontra Craig Adams (que entretanto tinha feito parte dos The Cult) para decidirem revitalizar a banda. Aos dois e a Mark Thwaite junta-se o baterista Scott Garret (ex-The Cult). O resultado deste comeback chama-se Ressurection, um greatest hits lançado em 1999 com novos arranjos para os temas de maior sucesso do grupo. Arranjos, uns melhores que outros, como já se sabe. Like A Child Again surge aqui numa lindíssima versão em piano, enquanto que o novo Wasteland é um verdadeiro atentado ao original.

Restantes edições até ao presente: Ever After Live (2000), Aura (2001), God Is A Bullet (2007) e Dum Dum Bullets (2010)


Em 2002, Wayne Hussey entra em digressão europeia a solo, acompanhado da sua guitarra e de um sitetizador. Foi neste registo intimista que o Queridos Anos 80 o foi ver ao O Meu Mercedes É Maior Que o Teu, em 2003. Um concerto memorável, que confirmou Wayne como um grande cantor e um ótimo comunicador.

Há muito para explorar no site oficial da banda em http://themissionuk.com/wp/, enquanto nos preparamos para os receber esta sexta e sábado, respetivamente, no Porto e em Lisboa. Trata-se da digressão que celebra os 25 anos da banda, com o regresso de Craig Adams e Simon Hinkler, faltando apenas Mick Brown para reeditar o quarteto fantástico que pude ver ao vivo, em 1988, no memorável concerto do Pavilhão das Antas (Porto). Após o concerto do Porto, que decorrerá no Hard Club, haverá uma after show party, organizada pela Soundfactory. O Queridos Anos 80 não faltará! Todos os detalhes >>>> aqui!

DARYL HALL (65)

Daryl Hall é metade do duo Hall & Oates. Ao lado de John Oates, foi responsável por vários êxitos, dos quais se destaca esse hino ao canibalismo feminino, Maneater, uma canção que fica bem em qualquer pista de dança dos anos 80. E ainda há "aquela-música-que-toda-a-gente-pensa-que-pertence-ao-Paul-Young". Com efeito, Everytime You Go Away é um original destes senhores. Hoje, Daryl Hall faz 65 anos. Parabéns!

segunda-feira, outubro 10, 2011

THE MISSION (parte 1)

She believes in angels, she believes in the will of the gods


Falar dos The Mission é quase, para mim, uma questão religiosa. É por isso que escrevo estas linhas com a emoção de um adolescente armado em gótico. É que os Mission estão umbilicalmente ligados à minha história musical. Foi deles o primeiro concerto internacional a que assisti, no dia 12 de Novembro de 1988, no já extinto Pavilhão das Antas. São muitas as memórias que guardo daquele momento mágico, mas nenhuma assume o destaque do início do concerto com The Crystal Ocean. Muito fumo no palco, primeiro as teclas já programadas, depois todos os instrumentos numa entrada gradual, a bateria de Mick Brown, o baixo de Craig Adams, a guitarra de Simon Hinkler, e finalmente a entrada de Wayne Hussey em palco. Chapéu, cabelo comprido e óculos escuros. Como se fosse hoje.


As origens dos The Mission remontam aos finais de 1985, quando Wayne Hussey e Craig Adams decidem deixar os Sisters Of Mercy, em conflito aberto com o líder, Andrew Eldritch. Não perdem muito tempo até convidar Mick Brown e Simon Hinkler para fazerem parte de um novo projecto chamado The Sisterhood. Com esta designação, chegam a entrar em digressão europeia com os The Cult, mas problemas judiciais obrigam-nos a mudar de nome. Nascem assim os The Mission.
Os dois primeiros singles apresentam, desde logo, a identidade musical da banda. Stay With Me e Severina possuíam a força e a melodia de um rock gótico a que não estávamos habituados e mostravam o lirismo pungente das letras de Wayne Hussey. Severina conta com a voz angelical de Julianne Regan (All About Eve) nos coros, e é graças ao sucesso deste single que os Mission conseguem a sua primeira atuação no mítico Top Of The Pops, da BBC.


Editam o primeiro álbum em Novembro de 1986. Chama-se God's Own Medicine e é, ainda hoje, um marco no rock gótico dos anos 80, com temas como Wasteland, Stay With Me, Severina e Love Me To Death. Um álbum obrigatório.

Em Junho de 1987 segue-se-lhe The First Chapter, um álbum que reúne todos os sons da banda anteriores à assinatura de contrato com a Phonogram. Deste disco fazem parte Like A Hurricane (um original de Neil Young), The Crystal Ocean e Dancing Barefoot (um original de Patti Smith).

Os concertos da banda começam a tornar-se objeto de culto em todo o mundo e a passagem por Portugal acontece em clima de histeria. Lembro-me de um Pavilhão das Antas a abarrotar para os receber em êxtase. Aqui fica o alinhamento do concerto: The Crystal Ocean, Beyond The Pale, Severina, Belief, Stay With Me, Kingdom Come, Deliverance, Tower Of Strength, Wasteland, The Grip Of Disease, Hymn (For America), Sacrilege, Dream On, Love Me To Death, 1969, Dancing Barefoot e Shelter From The Storm. Este ultimo tema incluiu um medley com Light My Fire (The Doors) e Satisfaction (Rolling Stones).
Em Fevereiro de 1988 surge Children, um absoluto sucesso, produzido por John Paul Jones (ex-Led Zeppelin). Um dos melhores momentos deste álbum é sem dúvida o incomparável Tower Of Strength, que inclusivé cria o ritual da torre humana nos concertos do grupo. Outros grandes temas deste álbum são Beyond The Pale, Heaven On Earth e Kingdom Come.

Em finais da década de 80, o mundo rende-se aos The Mission. As votações dos leitores das revistas Sounds e Melody Maker dão-lhes a vitória em quase todas as categorias, incluindo Melhor Banda, Melhor Álbum, Melhor Single e Melhor Banda Ao Vivo, ultrapassando mesmo os U2 e o seu Rattle And Hum.

Continua...

MIDGE URE (58)

Querem new wave do melhor? Ultravox. Querem um compositor de eleição? Midge Ure. Sinto-me tentado a dizer que ainda não se fez verdadeira justiça à banda de Vienna, Hymn ou Dancing With Tears In My Eyes. Talvez porque nunca teve um vocalista louro, de carinha laroca a atirar beijinhos às fãs nas capas da Bravo. Ficou a música dos Ultravox e de Midge Ure, que, a solo, produziu temas como No Regrets (1982) e o fabuloso If I Was (1985, com Mark King, dos Level 42 no baixo). Midge Ure foi ainda destaque nos anos 80 pela co-autoria de Do They Know It's Christmas e co-organização do Live Aid, ao lado de Bob Geldof. Hoje, o senhor Ultravox faz 58 anos. Parabéns!

domingo, outubro 09, 2011

Os meus queridos anos 80 (*)


(* O seguinte texto foi-me enviado por uma leitora do Queridos Anos 80. Fala da vida e da música. Caminhos cruzados. Foi sempre assim e assim será sempre.)

Corria o ano de 1984 quando o vi pela primeira vez… Quando reparei nele, estava a observar-me com o sorriso mais lindo e mais sincero que vi até hoje. Acho que não existe olhar com mais brilho que o dele. Eu era uma miúda, ele era um homenzinho com 16 anos. Ficamos a sorrir e a olhar um para o outro. Para quê falar quando somos criança e ainda nos guiamos por instintos? Os meus pais eram emigrantes em França, ele perguntou-me quando vínhamos de vez, respondi-lhe talvez daqui a dois anos, ao que ele me respondeu “então pode ser que a gente se encontre”.

Regressei a França e pensava nele ao som dos Foreigner, “I want to know what love is”, esperando ansiosamente pelo mês de agosto. Encontrávamo-nos às escondidas, nunca estive mais de quinze minutos seguidos com ele, porque os meus pais controlavam-me por eu ser muito nova, mas o pouco tempo juntos era de uma intensidade desmedida. O resto do ano, escrevíamos cartas que hoje classificaríamos de lamechas, mas no fundo, eram tão puras e tão sinceras. A Cyndi Lauper cantava “time after time” e eu ficava com o coração apertado de tantas saudades do meu amor. No seu aniversário, enviei-lhe o disco do Ken Lazlo “don´t cry”. Ele ofereceu-me o “you´re my heart, you´re my soul” dos Modern Talking.

O tempo foi passando, fui crescendo, deixei-o… Pura criancice. A distância era muita, os meus pais não me deixavam sair de casa por causa dele, passava a vida a esconder (mal) as cartas… Se eu tivesse sido paciente! Mas quem consegue ter paciência com 16 anos e ter força para lutar contra tudo e todos?

O tempo foi passando, cresci… Casei, ele também. Tive um filho, ele também. Tenho um casamento feliz, mas o meu coração nunca voltou a saltar como no dia em que o vi pela primeira vez. Porque há coisas que só acontecem uma vez na vida… A minha vez foi em 1984.

De vez em quando cruzávamo-nos e cumprimentávamo-nos cordialmente. Há dois anos, ficamos virados um para o outro num carrossel, ambos estávamos acompanhados dos nossos filhos. Quando me viu, voltei a ver o mesmo sorriso que tinha visto há mais de 20 anos.

No mês passado, ele faleceu com um ataque cardíaco fulminante. Arrependo-me de não ter partilhado estas recordações com ele.

How could I watch you walk away?
I'd give anything to have you here today
But now I stand alone with my pride
And dream that you're still by my side

Dele só me resta um disco dos Modern Talking, o recorte da necrologia, e a recordação dos melhores anos da minha vida … Os meus queridos anos 80.

Goodbye yesterday
Now it's over and done
Still I hope somewhere deep in your heart
Yesterday will live on

(Autora identificada)

sexta-feira, outubro 07, 2011

Top of the Pops! - TRIPLEX - 8.outubro.2011


No próximo sábado, 8 de outubro, todos os caminhos vão dar ao TRIPLEX (Porto). eu serei o gajo por detrás dos leitores de CD. A melhor música da década de 80, mais coisa menos coisa, espera por vós. Até sábado!

terça-feira, outubro 04, 2011

Nova playlist: animais amigos da pop (*)

(*Texto originalmente criado em 13/02/2007, e agora atualizado com mais músicas. Porque hoje é o Dia Mundial dos Animais)

Foi a propósito do regresso de Rocky Balboa aos ecrãs do cinema que me lembrei de Eye Of The Tiger, dos Survivor, canção "musculada", com teledisco do tipo "pessoal-a-andar-pela-rua-fora". Daí foi um instante até me listar um conjunto de canções com animais no título, para colocar na nova playlist da radio.blog (barra lateral). Há de tudo, para todos os gostos. Cavalos, lobos, gatos, pombos, um macaco, etc... Até há uma vaca. Uma pobre vaca, na visão de Tanita Tikaram. Se fizéssemos um ranking de bicharada, teríamos em primeira mão o cavalo, com três referências (entre as quais está a única participação portuguesa), seguido do gato e do lobo, com duas cada. E atenção: há aqui grandes canções. Vamos à lista:

A-ha - Cry Wolf
Adam and the Ants - Dog Eat Dog
Bros - Cats Among the Pigeons
The Cure The Love Cats
The Cure - All Cats Are Grey
Duran Duran - Hungry Like The Wolf
Duran Duran - Union of the Snake
Echo & the Bunnymen - Bring on the Dancing Horses
The Fools - Psycho Chicken
George Michael - Monkey
Housemartins - Sheep
Lloyd Cole & the Commotions - Rattlesnakes
Neneh Cherry - Buffalo Stance
Peter Gabriel - Shock the Monkey
Pink Floyd - The Dogs of War
Pink Floyd - When the Tigers Broke Free
Pixies - Monkey Gone To Heaven
Prince - When Doves Cry
Survivor - The Eye of the Tiger
Siouxsie & the Banshees - Swimming Horses
Stone Roses - Elephant Stone
Tanita Tikaram - Poor Cow
Tight Fit - The Lion Sleeps Tonight
UB40 - Rat In My Kitchen
UHF - Cavalos de Corrida

PS - Os Bros conseguem entrar pela segunda vez consecutiva numa playlist, facto que pode irritar muito boa gente. Lembrem-se, no entanto, que não há duas sem três, e nunca se sabe se a próxima playlist não poderá ser sobre "bandas cujo nome tem quatro letrinhas apenas"...

domingo, outubro 02, 2011

Peter Murphy - Hard Club (Porto) - 1.outubro.2011

Ao quarto concerto de Peter Murphy, como foi o meu caso, não se vai propriamente à procura da novidade. Vai-se porque se gosta e porque Peter Murphy é um ídolo.
Ontem, o ex-vocalista dos Bauhaus iniciou no Porto a digressão que promove o seu oitavo álbum de originais, intitulado Ninth, e foi mesmo deste álbum que saíram sete das canções que fizeram parte do alinhamento de vinte e cinco que Murphy tocou. A outra grande fatia dos temas que surgiram na set list pertenceu aos Bauhaus. Em jeito de balanço, mais de 50% do alinhamento foi ocupado pelos Bauhaus e pelo último álbum, numa tentativa de equílibrio entre a necessidade de dar a conhecer o novo trabalho (por sinal, um regresso em grande, na minha opinião, depois do falhanço chamado Unshattered) e a obrigatoriedade quase dogmática de não defraudar os die-hard fans dos Bauhaus. Foi um concerto típico de início de digressão, com alguns problemas de som, alguns desencontros e hesitações entre os elementos em palco e um Peter Murphy ainda à procura do melhor desempenho dramático para algumas canções. A certa altura, Peter Murphy revelou-se bastante comunicativo, falando ao público por alguns minutos e, surpreendentemente, para mim, tentando os seus dotes de stand-up comedy (ainda que, por vezes, sem grandes resultados...). Em jeito de crítica à margem da banda, fica a pouca força do público, no momento do segundo encore. Como se não bastasse, via-se algumas pessoas a sair - quando se percebia nitidamente que eles iam voltar - com aquele ar "eu-que-vim-ver-a-cuts you up-e-ele-toca-aquelas-músicas-esquisitas-dos-bauhaus"... Enfim, pérolas a porcos como diz a expressão...
O momento alto da noite foi, em termos pessoais, All Night Long, que Murphy nunca tinha tocado nos três concertos anteriores a que tive oportunidade de assistir (VN Gaia, Marés Vivas e Anadia). Fica aqui o alinhamento. Hoje, é em Lisboa.

Início: 21h50 - Fim: 00h00
Setlist:
1. velocity bird (ninth)
2. peace to each (ninth)
3. seesaw sway (ninth)
4. disappearing (cascade)
5. silent hedges (bauhaus, the sky's gone out)
6. subway (cascade)
7. a strange kind of love (deep)
8. black stone heart (bauhaus, go away white)
9. his circle and hers meet (love hysteria)
10. gaslit (Ninth, edição japonesa)
11. i'll fall with your knife (cascade)
12. i spit roses (ninth)
13. she's in parties (bauhaus, burning from the inside)
14. in the flat field (bauhaus, in the flat field)
15. raw power (iggy pop cover)
16. stigmata martyr (bauhaus, in the flat field)
17. memory go (ninth)
18. cuts you up (deep)
19. all night long (love hysteria)
ENCORE
20. the passion of lovers (bauhaus, mask)
21. the prince and old lady shade (ninth)
22. uneven & brittle (ninth)
ENCORE
23. cool cool breeze (alive just for love)
24. hurt (nine inch nails cover)
25. all we ever wanted was everything (bauhaus, the sky's gone out)