segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Voz Masculina dos Anos 80 - Grupo IV


E siga a rusga! A eleição da Melhor Voz Masculina dos Anos 80 segue de vento em popa, agora apresentando o quarto grupo de dez vozes masculinas, das quais sairão as cinco mais votadas, rumo à fase seguinte. Este grupo, meus amigos, tem grandes vozeirões (olha que lindo pleonasmo!), e eu nem me atrevo a fazer prognósticos. Da pop ao hard-rock, dos new romantics ao gótico, há vozes para todos os gostos. Já sabem, só têm de votar na vossa voz preferida. É na barra lateral. Obrigado pela participação!

Na imagem:
paul mccartney
sal solo (classix nouveaux)
michael jackson
falco
rick astley
andrew eldritch (sisters of mercy)
brian johnson (acdc)
martin fry (abc)
john watts (fischer-z)
lou gramm (foreigner)

Actualização: por um lamentável lapso, chamei Mark aos John Watts dos Fischer-Z. Não liguem. É da idade.

sábado, fevereiro 19, 2011

Grupo III: a lei do mais forte

A lei do mais forte impôs-se no Grupo III (eleição da Melhor Voz Masculina dos Anos 80). George Michael, Billy Idol e Prince bateram a concorrência por larga margem a passaram naturalmente à fase seguinte. Na decisão dos 4º e 5º lugares é que a coisa esteve mais renhida. Muito, até. Foi apenas por um voto que Joe Strummer e Marc Almond passaram. Obrigado pela participação!

Total de votos: 106
george michael - 27 (25%)
billy idol - 21 (19%)
prince - 15 (14%)
joe strummer (clash) - 8 (7%)
marc almond (soft cell) - 8 (7%)
lionel richie - 7 (6%)
paul heaton (housemartins) - 7 (6%)
john cougar mellencamp - 5 (4%)
peter kingsberry (cock robin) - 5 (4%)
paul young - 3 (2%)

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

JUICE NEWTON (59)

A Juice Newton que me desculpe, mas a sua relevância musical na minha pessoa é quase inexistente. Resume-se a uma balada de domingo de manhã chamada Angel of the Morning e nada mais. Chamem-me ignorante, mas as coisas são como são. Ainda assim, fui capaz de escrever cinco linhas sem dizer praticamente nada de relevante. Só falta informar o ilustre visitante que a menina completa hoje 59 anos. Parabéns!

Juice Newton - -Juice Newton Angel of the Morning
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Retalhos da Minha Primária (1977-1980)

No dia em que entrei para a escola, a minha mãe levou-me pela mão. Acho que foi o aspecto mais relevante desse dia e o único que recordo. Não me lembro de ter chorado, batido com os pés, esperneado ou desatado a correr rua abaixo. Foi tudo muito natural. Como o respirar, o comer e o dormir. "Vamos para a escola", disse a minha mãe. E lá fui eu.

Gostei muito da minha classe. Todos gostavam de jogar à bola. E quando digo todos, no masculino, é mesmo para ser levado à letra, pois na minha turma não havia meninas. Cheguei mesmo a pensar que as meninas não deviam ir à escola. Já deviam nascer espertas e com tudo sabido. No entanto, toda esta visão de uma escola masculina depressa se desvaneceu quando tocou para o primeiro intervalo e comecei a ver marés de meninas, enxurradas de catraias, dilúvios de cachopas a saírem de outras salas. A única menina que saiu da minha sala foi a senhora professora, a Sra. D. Glória. Na altura, para mim, o facto de estar na única classe de rapazes da escola era-me perfeitamente indiferente. Até dava jeito. Havia mais gente para jogar à bola e orgulhávamo-nos de ser a única turma da escola que podia fazer um campeonato intra-turma.

Qualquer coisa servia para jogar. Um pacote de leite, uma lata de salsichas, uma bola feita de papéis e fita-cola. O importante era correr, fintar e marcar golos. Outra coisa importante para os meus colegas era pertencer à minha equipa. É que eu tinha jeito para a coisa. A minha mãe é que não achava grande piada quando me via chegar a casa completamente encharcado em suor, ofegante e com as faces rubras do calor do jogo que se prolongava muito para além do fim das aulas. Da euforia dos golos à dor dos açoites ia pois uma curtíssima distância.

Eu acho que a D. Glória gostava de mim. Apesar de não ser o melhor da turma, obtinha bons resultados em todas as matérias. Em geral era bem comportado e usava uns óculos de hastes pretas e grossas (nos dias de calor não davam jeito nenhum para se jogar futebol, mais tarde deduzi que as meninas também não lhes deviam achar grande piada). Foram estes óculos os responsáveis pela primeira de algumas alcunhas que acompanharam a minha infância: o cientista. E eu até que gostava. É claro que as minhas únicas experiências como tal se limitavam a tentar fazer de todo e qualquer monte de papéis uma bola de futebol. Mas, quanto a futebol, já estamos conversados. Como eu dizia, eu acho que a Sra. Professora gostava de mim. E como prova irrefutável do que afirmo está o facto de ser sempre eu o escolhido, dia sim, dia não (quando não era todos os dias), para ir à confeitaria, por volta das 4 da tarde, comprar uma delícia para a Sra. Professora. Tal empresa não era para todos! Não existe na minha memória acção em cujo desempenho eu não tenha depositado tanto cuidado e perícia como nesta de transportar o pastel preferido da D. Glória. E nunca tropecei, nunca o deixei cair da mão, o que ainda hoje me enche de orgulho.

Quando nos portávamos mal, a D. Glória batia-nos. A mão era o recurso mais utilizado, mas aquele que nós mais temíamos era a régua. Bastava pronunciar os meus dois apelidos num registo sonoro mais elevado do que o habitual para eu perceber que aí vinha reguada (as estaladas chegavam sem aviso). Dez, vinte ou trinta reguadas, conforme o delito, provocavam, para além da humilhação pública, uma dor arrepiante que eu nunca soube muito bem explicar. Ia dos pés à cabeça e voltava a descer como se se quisesse assegurar que ficava bem distribuída por todo o corpo. Era horrível. Ainda por cima, no meu caso, as lágrimas encharcavam as lentes dos óculos, o que me deixava completamente desorientado. O Mário, esse nunca apanhou da professora. O Mário era o melhor aluno da turma. O Mário também fazia asneiras. O Mário tinha um pai que ia para as reuniões fazer muito barulho, diziam-me os meus pais. Em quatro anos de escola foi o único a quem nunca vimos a D. Glória pôr a mão ou zurzir com a régua. Devo ter aprendido aqui a noção de injustiça.

Estas recordações surgem-me como quadros algo independentes uns dos outros, por vezes com um fio condutor, mas na sua maioria são episódios e imagens soltas que nunca me saíram da cabeça. Uma dessas imagens é a do filho da minha professora a entrar na nossa sala todo esbaforido e a dizer em alta voz "Acabei, mãe!!!". Não me lembro do que pensei na altura, mas devo ter achado que ele tinha acabado de comer a sopa ou de fazer os T.P.C. Não era preciso aquele entusiasmo todo! Mais tarde a professora explicou-nos que ele já sabia tudo o que escola lhe tinha ensinado e por isso não precisava de lá voltar. Achei que um dia também ia gostar que me acontecesse o mesmo, ainda que a hipótese de deixar de jogar à bola com os meus amigos tornasse essa perspectiva menos apetecível.

Na quarta classe entrou uma menina para a nossa turma. Chamava-se Luísa e era muito bonita. Na altura foi o acontecimento do ano, hoje penso no que terá passado pela cabeça do Sr. Director para a colocar na única turma de rapazolas, alguns já "com a escola toda"... Não há muito para dizer sobre a menina a não ser o facto de nunca lhe termos ouvido a voz no pouco tempo que lá esteve. Passado algum tempo, creio que dois ou três meses, mudou de escola. Má contratação.

Por falar em meninas, a minha primeira paixão chamava-se Eva. Pouco importa para o caso que ela nem sequer tenha tropeçado em mim uma só vez durante os quatro anos da primária, quanto mais reparar no miúdo de óculos grossos e repinha à John Lennon que jogava bem futebol. Para mim era a Eva e só isso bastava. Tal como a primeira mulher a inaugurar o sexo feminino à face da terra, Eva foi a primeira a inaugurar o meu coração. E deve ter sido a primeira a ter uma turma inteira de jogadores da bola apaixonados. Até nisso éramos uma turma unida.

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

ANDY TAYLOR (50)

Hoje, Andy Taylor, ex-guitarrista dos Duran Duran, faz 50 anos. O Nuno lembrou a data e, gentilmente, enviou a montagem fotográfica que vêem aqui ao lado, mostrando a evolução deste rapaz que um dia disse acerca da sua importância nos Duran Duran: "Eu sou os tomates do grupo".

Andy Taylor nasceu em Newcastle e foi o quarto Duran a responder ao anúncio num jornal para formar a banda. Estávamos em 1980. Dois anos mais tarde, casou-se com uma das cabeleireiras do grupo, Tracey Wilson, de quem tem quatro filhos. A certa altura da carreira dos Duran Duran, Andy bateu com a porta, devido a divergências em relação ao caminho musical que o grupo estava a tomar. Eu, que o vi ao vivo no Coliseu dos Recreios, reparei que existe ali uma alma rockeira que não se deve ter sentido bem com a pop limpinha e muito dependente das teclas de Rhodes que os DD faziam na década de 80.

Juntou-se a Robert Palmer e John Taylor para formar os Power Station, aqueles que diziam que Some Like It Hot. A sua permanência nos DD era já pouco sólida e a separação acabou por ser consumada. Em 1986, contribuiu para a banda sonora da série Miami Vice, com o tema When The Rain Comes Down, revelando um estilo musical que se situava nos antípodas dos Duran Duran. No ano seguinte, gravou o seu primeiro álbum a solo, intitulado Thunder, ao qual se seguiu Dangerous (1990), este um álbum de versões.

Durante os anos 90, Andy Taylor dedicou-se à produção de vários artistas, entre os quais Rod Stewart e os Thunder. Foi ainda músico de apoio de artistas como Belinda Carlisle (no single Mad About You), Robert Palmer, Rod Stewart, C.C. Catch e os Thunder. Em 1997 regressou na reunião dos Power Station e, em 2001, fez o mesmo no regresso estrondoso dos cinco membros originais dos Duran Duran. Em 2006, voltou a deixar a banda. Será que este wild boy* voltará um dia?

* título da autobiografia que, lançada em Setembro de 2008, fala, entre outros temas, da forma como os DD lidaram com as drogas nos anos 80.

sábado, fevereiro 12, 2011

MICHAEL MCDONALD (59)

De Michael McDonald recordo os temas On My Own (dueto com Patti Labelle) e Sweet Freedom (que podem escutar em baixo). Este último fez parte da banda sonora de Running Scared, com Gregory Hines e Billy Crystal. O teledisco incluía imagens do filme e, a certa altura, a presença divertida dos próprios actores junto de McDonald. Actualmente, o cantor-soul-de-olhos-azuis (como é conhecido), que fez parte dos Doobie Brothers e dos Steely Dan, continua a gravar e até colaborou recentemente com os Grizzly Bear. Hoje, completa 59 anos. Parabéns!

 Michael McDonald - Sweet Freedom
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sexta-feira, fevereiro 11, 2011

The Mighty Lemon Drops

You can't stop my heart from turning inside out

Uma das recordações mais gratas que guardo dos anos 80 são as tardes em casa dos amigos a ouvir música. Falávamos de miúdas, da escola, de futebol, de filmes, mas a música era o pano de fundo sagrado para essas tertúlias de nonsense em que por vezes se transformavam os ajuntamentos em casa deste ou daquele. E o mais engraçado, hoje, passados mais de vinte anos, é que consigo associar cada nome desses amigos (alguns a quem já perdi o rasto...) a uma banda. Em casa do Rui Miguel, ouvia-se Jesus & Mary Chain. Em casa do Rui Pedro, Duran Duran. Em casa do Paulo, The Smiths, em casa do Ricardo, Xutos e Pogues. Em minha casa, todos eles, excepto Duran Duran (porque o preconceito macho adolescente é uma cena lixada).
Isto vem a propósito dos Mighty Lemon Drops, que também conheci em casa de um colega de escola, embora já não me recorde de qual. Do que me lembro é de um dia me ter vindo parar às mãos o álbum Happy Head e de ter ficado agarrado ao som cru daquelas guitarras e à energia que transbordava da voz de Paul Marsh. My Biggest Thrill foi a canção que se destacou de imediato deste álbum lançado em 1986. A associação aos Echo & the Bunnymen era simpática e não deslustrava, mas os MLD eram muito mais do que isso. Mas o melhor estava para vir.
E o melhor, para mim, chamou-se World Without End (1988), um álbum que ainda hoje ouço do início ao fim com um brilho de adolescente nos olhos. Com Inside Out e In Everything You Do à cabeça, mas com um conjunto de canções pop irresistíveis, este álbum marcou o ponto mais alto da carreira dos MLD, que, ainda assim, nunca foram muito longe em termos comerciais. Os álbuns seguintes - Laughter (1989), Sound... Goodbye to Your Standards (1991) e Ricochet (1992) - completaram um percurso que merecia ter tido mais sorte. Mas isso sou eu e o meu coração nostálgico...
Os Mighty Lemon Drops vieram de Wolverhampton, Inglaterra, e eram, na minha fase preferida, Paul Marsh (voz, guitarra ritmo), Dave Newton (guitarra), Tony Linehan (viola baixo) e Keith Rowley (bateria). Existe um best of da banda, editado em 1997, com o título de Rollercoaster: The Best Of The Mighty Lemon Drops. Estou neste momento a ouvi-lo. E esta faz parte, como não poderia deixar de ser:
Mighty Lemon Drops - Inside Out
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quarta-feira, fevereiro 09, 2011

HOLLY JOHNSON (51)

Na sua voz, The Power Of Love é provavelmente a canção pop de Natal mais bonita de sempre. Holly Johnson é um ícone da música dos anos 80, primeiro como frontman dos Frankie Goes To Hollywood, depois a solo, com canções bem dançáveis como Love Train e Americanos, incluídas do seu primeiro registo a solo, Blast (1989).

Em 1991, ficou a saber que era seropositivo, logo após a edição do seu segundo álbum, Dreams That Money Can't Buy (1991). Só em 1993 anuncia publicamente a sua doença, numa altura em que já se tinha retirado da música e dedicado definitivamente à pintura.

Em 1994, publica a sua autobiografia, intitulada A Bone In My Flute. No mesmo ano grava Legendary Children (All Of Them Queer), que dedica a toda a comunidade gay como agradecimento pelo apoio à sua carreira musical. Trabalhou com Ryuichi Sakamoto, antes de editar, em 1999, o seu terceiro álbum a solo até à data: Soulstream (1999).

Actualmente, vive dedicado às artes plásticas (vejam-no aqui a apresentar uma litografia do seu cãozinho falecido). Em 2004, a VH-1 tentou voltar a juntar os FGTH para uma única aparição, através do programa Bands Reunited. A coisa não correu bem, precisamente "graças" a... Holly, de quem ficou uma imagem de não ser uma pessoa muito fácil de lidar. Hoje, completa 51 anos. Parabéns, Holly!

 Frankie Goes to Hollywood - Relax, Don't Do It
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segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Gary Moore (1952-2011)

A notícia chocou os fãs do blues rock deste norte-irlandês nascido em Belfast: Gary Moore morreu ontem, aos 58 anos. Senhor de uma carreira extensíssima, cujo início remonta ainda aos anos 60, Moore deixou, nos anos 80, oito álbuns de originais e um conjunto de canções em que, podemos dizê-lo, a guitarra, mais do que voz, se impõe e assume o protagonismo. Esta não é propriamente a minha "praia" em termos musicais - conheço assim ao de leve Empty Rooms e Still Got The Blues (e, quem sabe, mais uma ou outra) -, mas habituei-me, desde miúdo, a ouvir falar de Gary Moore ou a vê-lo aparecer nos artigos do jornal Blitz.

domingo, fevereiro 06, 2011

Voz Masculina dos Anos 80 - Grupo III

Aí está o Grupo III para a eleição da Melhor Voz Masculina dos Anos 80. O sorteio ditou a coexistência de alguns pesos-pesados... e tenho a certeza que há ali nomes que já estão batidinhos na próxima fase. E mais não posso dizer. Já sabem, passam os cinco mais votados. Votem na vossa voz preferida, ali, na barra lateral. Obrigado!

Na imagem:
joe strummer (clash)
john cougar mellencamp
prince
peter kingsberry (cock robin)
george michael
marc almond (soft cell)
lionel richie
paul young
billy idol
paul heaton (housemartins)

Grupo II: no surprises...

Foi sem surpresas que vi Peter Murphy ganhar este segundo grupo da eleição da Melhor Voz Masculina dos Anos 80. Martin Gore, não sendo o vocalista principal da sua banda, surge aqui em segundo lugar, numa prova de apreço da parte dos fãs pela sua voz doce e melodiosa. Depois, os veteranos (já nos anos 80) Joe Cocker e Mick Jagger, sendo seguidos por Sammy Hagar, a voz potente dos Van Halen. Estão assim apurados mais cinco vozes para a fase seguinte. Obrigado a todos os que votaram. Vem aí o grupo III.

Total de votos: 141
peter murphy - 37 (26%)
martin gore - 27 (19%)
joe cocker - 20 (14%)
mick jagger - 16 (11%)
sammy hagar - 13 (9%)
ian mcculloch - 10 (7%)
wayne hussey - 8 (5%)
joe elliott - 5 (3%)
shane macgowan - 3 (2%)
feargal sharkey - 2 (1%)