I used to have demons in my room at night, desire, despair, desire, so many monsters
Há nomes de bandas que me fascinam. A sua música pode passar-me completamente ao lado, posso, inclusive, nem sequer ter escutado alguma vez uma nota sequer do som dessa banda. O nome não esqueço. Lembro-me, por exemplo, dos And Also The Trees (E Também As Árvores) ou então dos Mighty Lemon Drops (Poderosos Rebuçados de Limão). Já agora, acho que nunca ouvi nada dos primeiros, mas os segundos foram uma das minhas “bandas de adolescência”. Qualquer dia falo deles e do álbum World Without End.
Voltando à questão dos nomes, há aquelas bandas cuja designação é uma oração gramatical (aquilo que normalmente se conhece por frase). O exemplo mais flagrante são os Frankie Goes To Hollywood. A estes podemos acrescentar: Johnny Hates Jazz, Curiosity Killed The Cat, It Bites, Pop Will Eat Itself e... The Lover Speaks.
É sobre essa obscura banda, da qual pouco se sabe, chamada The Lover Speaks, a razão deste post. Antes de mais, ficam os meus amigos a saber que se tratava de um duo composto por David Freeman e Joseph Hughes, ex-membros de uma banda punk de finais dos anos 70 chamada The Flys. Decidiram criar o grupo em 1985 e dar-lhe a designação de The Lover Speaks a partir de um excerto do livro A Lover’s Discourse – Fragments, de Roland Barthes. O excerto diz: “And it is the lover who speaks and who says... I am engulfed…”. Começaram por enviar uma demo a Dave Stewart (Eurythmics), que, por sua vez, a enviou a Chryssie Hynde (Pretenders), que, por sua vez, a entregou ao produtor Jimmy Iovine. Um final feliz, pois Iovine viria a ser o produtor do álbum de estreia.
Esse album, homónimo, foi o único da carreira dos TLS e ficou na história da música pop graças a esse tema belíssimo chamado No More I Love You’s, que podem escutar, ali ao lado, na radio-blog QA80 (aqui têm a letra). Em 1995, a “deusa” Annie Lennox decidiu fazer uma versão do tema, mas, apesar de eu gostar muito da Annie, o original tem uma força muito difícil de igualar. E, curiosamente, apenas chegou ao 58º lugar do top do Reino Unido.
Quando perguntaram a David Freeman a sua opinião sobre a versão de Annie Lennox, ele respondeu: “Tanto eu como o meu contabilista gostamos muito da versão da Annie”. Eu, no lugar dele, não diria melhor: é que só passados 10 anos, graças à versão de Lennox, o original se tornou rentável...
Em 1988, o duo separou-se, apesar de ter finalizado a gravação do segundo álbum, The Big Lie, que nunca viria a ser editado devido a divergências com a editora. Depois da dissolução dos The Lover Speaks, David Freeman editou uma série de álbuns a solo através de editoras independentes e compôs música para outros artistas.
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