segunda-feira, janeiro 24, 2005

Os meninos, as meninas e o amor

Todos ao monte e fé em Deus. É este o lema de mais uma sondagem com a marca de qualidade QA 80. O dia em que Cupido faz das suas está a chegar e eu proponho-vos a eleição da dupla "mailinda". Seja a canção em si, seja o parzinho que fica muito bem, seja aquilo que a canção nos disse num determinado momento da vida. Sejamos românticos. Não tenhamos vergonha de o dizer! Eis a lista! Votar é ali ao lado!

Kenny Rogers & Sheena Easton We’ve got tonight
George Michael & Aretha Franklin I knew you were waiting
Joe Cocker & Jennifer Warnes Up where we belong
Phil Collins & Marylin Martin Separate lives
Kylie Minogue & Jason Donovan Especially for you
Shane McGowan & Kirsty McColl A fairytale of New York
Bryan Adams & Tina Turner It’s only love
Peabo Bryson e Roberta Flack Tonight I celebrate my love
Diana Ross e Lionel Richie Endless love
Bonnie Tyler e Todd Rundgren Loving you’s a dirty job

Falta aqui aquele dueto que por acaso é o seu preferido? Não há problema! Proteste nos comentários! I'll handle it!

quarta-feira, janeiro 19, 2005

ROBERT PALMER

Your lights are on but you're not home, your mind is not your own



Robert Allen Palmer Iniciou-se na música em finais dos anos 60, ainda adolescente, mas foi na década seguinte que se tornou conhecido a nível internacional. Primeiro com os Vinegar Joe, até 1974, e depois numa carreira a solo que o iria levar com sucesso moderado até meados dos anos 80.

Em 1985, juntou-se a John Taylor, Andy Taylor (os dois dos Duran Duran) e Tony Thompson (Chic) para formar os Power Station. Some Like It Hot e Get It On são as canções de referência deste grupo, desde o início destinado a ser apenas um projecto para um álbum. A presença do grupo no Live Aid dá-se com um novo vocalista, uma vez que uma disputa judicial tinha levado à saída de Palmer alguns dias antes.



Foi em 1986, que uma só canção valeu por quase toda uma carreira. Estou a falar de Addicted To Love, que atingiu o primeiro lugar do top norte-americano, e cujo teledisco ficou para a história. Palmer fartou-se de ganhar prémios à custa desta canção. Em 1988 o sucesso voltou a bater-lhe à porta, desta vez com a canção Simply Irresistible. Na década de 90 Robert Palmer não conseguiu manter o nível de popularidade. Os Power Station regressaram em 1996 com um álbum que passou quase despercebido.

Morreu a 23 de Setembro de 2003, poucos meses depois de ter editado o seu último álbum, Drive. Se fosse vivo, faria hoje 56 anos.

sábado, janeiro 15, 2005

Fui às compras


Chama-se Louie Louie e é uma loja de discos recente na cidade do Porto virada para o vinil/CD/DVD usado. Esta loja, situada na Rua do Almada (perto da Pr. da República) está ligada à Carbono de Braga. No Porto, já existia a Piranha (C. Comercial Itália, na R. Julio Dinis), onde faço umas visitas de vez em quando em busca da raridade perdida. A Piranha não aposta tanto no vinil quanto a Louie Louie, mas tem mais raridades em CD.

Fui ontem até à loja cujo nome, apesar de ser tirado de uma música dos The Kingsmen (1963), me faz lembrar uma horripilante música dos Modern Talking. Gostei do espaço organizado e arejado. Gostei também dos preços. Há muita coisa que vale a pena e desconfio que nos próximos tempos vou passar por lá mais vezes. Encontrei por lá aquilo que pensei nunca vir a encontrar, a raridade das raridades: um álbum de uma senhora chamada Ilona Staller, editado 1979. Ah pois é, a Ciciollina foi uma grande artista! E não só nos filmes! (nota: não comprei o álbum)

Serve este post também para vos dar conta dos quatro CDs que comprei (e respectivos preços para que vejam o tipo de pechinchas que se arranja):


All About Eve
Unplugged
6.50 euros

Já tinha dois álbuns deles, mas este unplugged chamou-me à atenção. Sou fã da voz da Julianne Regan, pelo que um concerto acústico dos All About Eve é uma oportunidade excelente de a ouvir na sua plenitude. Este CD contém algumas das minhas preferidas tais como What Kind Of Fool, In The Clouds, Shelter From The Rain e Martha's Harbour.


The Icicle Works
The Best Of
7 euros

Já há muito que tinha vindo a vasculhar a net em busca de alguma coisa dos The Icicle Works para lá da canção Who Do You Want For Your Love. Daí que este best of tenha caído do céu. Já dei uma primeira audição oblíqua no CD e reconheci dois temas para além do anterior citado: Understanding Jane e Evangeline. A descobrir com tempo.


Then Jerico Mark Shaw Etc.,
Alive & Exposed
5 euros

Este CD é uma gravação ao vivo feita em 1992, em Londres, e reúne temas dos Then Jerico e de Mark Shaw Etc., o projecto do vocalista após a dissolução do grupo. Estão cá The Motive, Sugarbox e The Big Area. O CD inclui ainda excertos em vídeo deste concerto. Fiquei surpreendido pela qualidade da voz de Shaw ao vivo. A não ser que tenha havido "aperfeiçoamento" em estúdio, como já ouvi dizer que acontece com muitos álbuns supostamente ao vivo.


Material Voices
A Vocal Tribute To Madonna
7.50 euros

Este CD duplo foi uma grande surpresa para mim, não pelo tributo em si e a quem ele é dirigido, mas pelos artistas nele envolvidos. É um CD de 28 versões a explorar com muito tempo e paciência. Deixo aqui seis exemplos:
Heaven 17 - Holiday
Berlin - Live To Tell
Gene Loves Jezebel - Frozen
Ofra Haza - Open Your Heart
Sigue Sigue Sputnik - Ray Of Light
A Flock Of Seagulls - This Used To Be My Playground

quarta-feira, janeiro 12, 2005

RED BOX

where's the peace and understanding?



A década de 80 foi definitivamente o período das duplas musicais (não confundir com duplas românticas brasileiras originárias do Sertão com vasto cartel em Portugal). Foi uma fórmula de sucesso que produziu alguns dos melhores momentos pop da década e nem vale a pena estar aqui a perder tempo a citar exemplos.

Hoje decidi recuperar os senhores Simon Toulson-Clarke e Julian Close, que eram conhecidos como Red Box. Esta dupla emergiu de uns Red Box mais alargados que surgiram em 1982, nessa altura compostos por cinco elementos. O nome do grupo surgiu após alguns meses de doloroso sofrimento à procura de uma designação que só por si os pudesse catapultar para a fama. Tudo se precipitou quando alguém reparou numa caixa vermelha onde eles guardavam os microfones (esta caixa pertencia aos Slade, que se tinham esquecido dela num concerto). "Red Box", alguém, disse. E assim ficou.

Para quem ainda não está a ver bem a coisa talvez se recorde de dois temas de 1985 intitulados Lean On Me (Ah-Li-Ayo) e For America, que tiveram bastante sucesso no nosso país. For America tinha aquele refrão catchy "In America, urelei, urelei, urelei, urelei, urelei, urelei Ayei, urelei, urelei, urelei, urelei, urelei, USA". Ainda não? OK, eu não quero que vos falte nada.

Ambos os temas fizeram parte do álbum The Circle And The Square (1985), o único a merecer referência na curta carreira dos Red Box, durante a qual nunca conseguiram manter uma relação saudável com a Warner Bros. A editora sempre quis controlar a vida do grupo, quer através de intromissões nas suas opções musicais (não gostavam da sua vertente world music) até à concepção dos telediscos. Tudo serviu para tornar pouco pacífica a existência dos Red Box. No final do teledisco de Lean On Me, vê-se Julian a segurar um quadro onde está escrito "So There" (qualquer coisa como "Aí tens" ou "Cá está"), numa clara indirecta ao tipo que um dia os expulsou do seu gabinete quando o grupo lhe apresentou as suas ideias para o dito teledisco. Acontece.

Depois do álbum, o duo separou-se e Simon foi viver para Itália, num barco, onde pôde curtir a depressão à vontade. Regressaram em 1990, com o single Train. Este tema antecedeu o segundo álbum do grupo Motive, cujo sucesso foi basicamente... nenhum.

Actualmente, Julian é dono da sua própria editora e Simon tem uma banda chamada Plenty, apesar de já ter expressado o desejo de criar um terceiro álbum dos Red Box. Aguardemos.

quinta-feira, janeiro 06, 2005

Lusitânia Pop


Confesso a falha evidente neste pouco mais de um ano de existência e submeto-me humildemente à vossa punição: o Queridos Anos 80 não tem dado a atenção justa e merecida à música portuguesa dos anos 80. Para além de um artigo sobre Manuela Moura Guedes, nada mais. Faço o mea culpa e prometo discorrer sobre os caminhos da pop-rock nacional daqueles tempos. Até porque tenho muito para recordar. Já agora, e a propósito da temática, vale muito a pena visitar este site, para onde vos encaminharei algumas vezes ao longo deste texto.

Vem tudo isto a propósito do facto de hoje ter finalmente aberto um dos porta-luvas do meu carro para finalmente, com coragem, perceber que cassetes ali deixei esquecidas há mais ou menos dois anos. E digo com coragem porque nunca se sabe que tipo de seres estranhos se pode encontrar num porta-luvas esquecido há dois anos. De lá retirei um amontoado de cassetes, entre as quais estava esta preciosidade. Trata-se de uma gravação a que, num dos meus delírios criativos (não sei se também vocês tinham o hábito de dar nomes às vossas cassetes) dei o nome de Lusitânia Pop.

O lado A da cassete é o produto das gravações que fazia do programa de rádio cujo nome tenho quase a certeza que se chamava Banda Lusa e era apresentado pelo Pitta. Corrijam-me se estiver errado. Foi neste programa que comecei a tomar contacto com o que se ia fazendo na chamada música moderna portuguesa, um mundo ainda muito "underground", meio artesanal e bravio, no qual sobrava em genialidade o que faltava em meios. Devo fazer este tributo a este programa de rádio (talvez o Jorge Guimarães Silva possa acrescentar algo sobre isto), ao qual, a par do Blitz, devo quase tudo na minha educação musical (se assim lhe posso chamar). Mas falemos da cassete em questão.

O alinhamento deste lado A começa com duas canções dos Flávio Com F de Folha, uma banda do Algarve e que, no final da década, apresentava um som bastante British. Na altura chegaram a ir à televisão cantar estas duas músicas e tinham duas miúdas a dançar lá atrás. Os Flávio são exemplo claro da fulgurante criatividade (e nalguns casos excentricidade) a que os nomes das bandas podiam chegar. Não me lembro dos nomes destes dois temas. Apenas vos posso transcrever os primeiros versos de cada uma delas:

1. "Quem é que não quer / Ganhar sem perder / Neste carrossel / com sabor a mel / Sempre a rodar"
2. "Não vais levar o medo dos outros / de encontrar o muro / Não vais ficar com ódio dos outros / A sorrir no escuro"

Seguem-se os portuenses Bramassaji, com o tema Sombras Negras (a confirmar), um tema belíssimo cujo refrão diz "Sombras negras / Fazem-me lembrar alguém / Sombras negras / Fazem-me lembrar que não sou ninguém".

A canção número quatro é o já clássico "Mulheres Boas, comendo meloas / Mulheres feias, chupando lampreias" dos grandes Ena Pá 2000 (que dispensam apresentações).

Depois, tenho aqui os Sitiados num som ainda típico de "maquete", com ruído de fundo e tudo. Trata-se de uma canção de inspiração country cujo início diz assim: "Ai o mar, capitão, que está agitado / Ai o barco, capitão, que está a afundar / Ai os ratos, capitão, abandonam o navio". A certa altura João Aguardela vocifera "Não, não não, nunca me engano e raramente tenho dúvidas!". Onde é que eu já ouvi isto?

Os Ritual Tejo surgem a seguir com Lenda do Mar, do álbum Perto de Deus, que eu acabaria por adquirir em CD nos anos 90. Segue-se Alexandre Soares com o seu tema a solo mais conhecido, Luzes de Hotel, que fez parte do seu primeiro álbum a solo. Na altura impressionou-me o facto de ele ter gravado todo o álbum sozinho em casa.

A lado A termina com dois temas dos Ritual Tejo, registos ao vivo de Foram Cardos Foram Prosas e Saudade num qualquer evento que eu não consigo identificar. O vocalista Paulo Costa diz "Boa noite! Esta é especialmente para vocês aqui, junto ao Tejo, Foram Cardos Foram Prosas". Dá pelo menos para perceber que foi de noite e junto ao rio Tejo. Nada mau.

O lado B é ocupado por alguns temas da gravação do vinil de Registos de Música Moderna Portuguesa (1989), se não estou em erro, a úlima edição em vinil de uma colectânea do Rock Rendez Vous. A editora era a saudosa Dansa do Som, sem a qual a música pop-rock portuguesa não seria o que é hoje, digo eu.
O alinhamento na minha cassete é o seguinte:

1. Ânsia - Ritual Tejo
2. Atmosfera - TomCat
3. Desejo - Ecos da Cave
4. A Noite - Sitiados
5. À Noite - Falecido Alves dos Reis
6. Pelas Ruas da Cidade - Margem Sul

Deste álbum, deixei de fora por razões puramente de gosto pessoal os Agora Colora (Mátria) e a Quinta do Bill (Zézé). A úlima música deste lado da cassete é o fabuloso Flores do Vício, dos Der Stil, que fazia parte do 2º Volume de Música Moderna (1986). Nunca mais ouvi falar destes Der Stil.

E foi assim o meu dia: a ouvir esta Lusitânia Pop. Valeu a pena a viagem no tempo.

quarta-feira, janeiro 05, 2005

Tudo menos a rapariga



Apaixonei-me pelos Everything But The Girl por causa deste álbum. E já que estamos numa onda de vozes que emocionam, agora o exemplo é feminino a dá pelo nome de Tracey Thorn. Quanto ao nome deste duo britânico, ele foi "roubado" a uma loja de mobiliário em segunda mão que tinha um anúncio na montra que dizia: "for your bedroom needs, we sell everything but the girl" (para as suas necessidades de quarto, vendemos tudo menos a rapariga).

terça-feira, janeiro 04, 2005

Alguém por aí arranja?

Mais um e-mail, desta vez do Vítor Reis Machado, que consiste no seguinte:

Assunto: COMATEENS, RIP RIG AND PANIC e FLOAT UP CP

Corpo da mensagem:
"Meu caro,

Conhece alguém que venda, ou empreste, ou alugue discos dos COMATEENS, sobretudo o magnífico "Ghosts"?

E quanto aos RIP ("I'm Cold" e "Atittude") e aos FLOAT UP CP ("Kill me in the morning")?

Bom ano e agradecimentos antecipados.


Vítor Reis Machado
"

Espero sinceramente que alguém possa ajudar o Vítor, pois é também para isto que o QA80 existe. Eu não conheço nenhuma das bandas acima referidas, mas fiquei curioso. O próprio blogue do Vítor tem um texto sobre os Comateens que vale a pena ler.

segunda-feira, janeiro 03, 2005

O veneno "da" Alice

Há coisas que um homem não deve ter vergonha de admitir. Como por exemplo isto: quando era criança, jovem imberbe, pensava que Alice Cooper era uma mulher. Até porque todos os indícios apontavam para isso. Ora, se a senhora da mercearia se chamava Alice. Se a minha tia de Lisboa se chamava (e chama) Alice. Se até havia uma Alice no país das maravilhas. Por que raio Alice não haveria de ser uma mulher? É claro que o facto de, durante este período de trevas por que passou o meu conhecimento musical, nunca ter ouvido uma cançãozita sequer do "rocker" em questão é capaz de ter tido a sua influência. Digo eu, agora que passaram tantos anos.

Vem isto a propósito do teledisco que ontem à noite me fez desviar a atenção dos afazeres profissionais. A televisão "estava a dar" a VH1 e eis senão quando surge Poison, o único tema que eu conheço do Alice Cooper e logo uma enorme malha. Esta música surgiu já em 1989 - calma, por esta altura já eu sabia que o Alice Cooper os tinha bem no sítio -, no finalzinho da década, mas ainda preserva todos os clichés das baladas heavy-hair-metal ou que lhe queiram chamar.

sábado, janeiro 01, 2005

New Year's Day



Num mundo tão maltratado pela mão humana, resta-nos ainda a esperança. Os U2 cantaram-na em 1983. Hoje, ainda que em contextos diferentes, também nós a podemos cantar:

All is quiet on New Year's Day
A world in white gets underway
I want to be with you
Be with you night and day
Nothing changes on New Year's Day
On New Year's Day

I will be with you again
I will be with you again

Under a blood red sky
A crowd has gathered in black and white
Arms entwined, the chosen few
The newspapers says, says
Say it's true it's true...
And we can break through
Though torn in two
We can be one

I...I will begin again
I...I will begin again

Oh...
Maybe the time is right
Oh...maybe tonight...

I will be with you again
I will be with you again

And so we're told this is the golden age
And gold is the reason for the wars we wage
Though I want to be with you
Be with you night and day
Nothing changes
On New Year's Day