terça-feira, outubro 11, 2011

THE MISSION (parte 2)


A década de 90 marca uma viragem na sonoridade da banda – o rock de ambiências góticas dá agora lugar ao pop mais direto, mais melodioso, ainda que com a marca distintiva que só a voz de Hussey podia dar. O que para alguns é o início da decadência, para outros trata-se de uma evolução brilhante. O álbum Carved In Sand é a ponte entre dois estilos. Deliverance, Into The Blue, Sea Of Love e, principalmente, o magnífico Butterfly On A Wheel mostram aos fãs o caminho a seguir. Este caminho fica marcado, em Abril de 1990, pelo abandono de Simon Hinkler em pleno início de digressão pelo Canadá e EUA. O início do fim, para alguns.

Em Outubro de 1990 é editado Grains Of Sand, uma reunião de todos os temas que tinham ficado de fora de Carved In Sand e ainda de vários B-sides. Hands Across The Ocean faz parte deste grupo de canções e é ainda hoje um dos temas preferidos do Queridos Anos 80.

O ano de 1992 marca definitivamente a mudança de sonoridade do grupo com a edição de Masque. Por muitos considerado o álbum maldito dos Mission, Masque é uma aposta descarada na pop e um abandono definitivo do rock gótico dos primeiros tempos. Dele fazem parte Never Again e Like A Child Again, este último uma aposta de muita pista de dança por esse país fora. Ainda assim, estes são tempos difíceis para o grupo. O álbum revela-se um flop de vendas, Craig Adams abandona e, para compor o ramalhete, a Polygram rescinde o contrato com a banda.

O período turbulento termina com a entrada no grupo de Mark Thwaite (guitarra) e Andy Cousins (baixo), os dois vindos dos All About Eve. A partir daqui, dificilmente podemos encontrar momentos de destaque na vida dos The Mission. Após as edições de Sum & Substance (1994, o sempre obrigatório best of) e Neverland (1995), Mick deixa a banda, ficando apenas Wayne Hussey como membro fundador. Entretanto, segue-se mais um falhanço, desta vez com o título de Blue (1996).


Hussey decide então mudar-se com a família para os EUA e é na terra do tio Sam que reencontra Craig Adams (que entretanto tinha feito parte dos The Cult) para decidirem revitalizar a banda. Aos dois e a Mark Thwaite junta-se o baterista Scott Garret (ex-The Cult). O resultado deste comeback chama-se Ressurection, um greatest hits lançado em 1999 com novos arranjos para os temas de maior sucesso do grupo. Arranjos, uns melhores que outros, como já se sabe. Like A Child Again surge aqui numa lindíssima versão em piano, enquanto que o novo Wasteland é um verdadeiro atentado ao original.

Restantes edições até ao presente: Ever After Live (2000), Aura (2001), God Is A Bullet (2007) e Dum Dum Bullets (2010)


Em 2002, Wayne Hussey entra em digressão europeia a solo, acompanhado da sua guitarra e de um sitetizador. Foi neste registo intimista que o Queridos Anos 80 o foi ver ao O Meu Mercedes É Maior Que o Teu, em 2003. Um concerto memorável, que confirmou Wayne como um grande cantor e um ótimo comunicador.

Há muito para explorar no site oficial da banda em http://themissionuk.com/wp/, enquanto nos preparamos para os receber esta sexta e sábado, respetivamente, no Porto e em Lisboa. Trata-se da digressão que celebra os 25 anos da banda, com o regresso de Craig Adams e Simon Hinkler, faltando apenas Mick Brown para reeditar o quarteto fantástico que pude ver ao vivo, em 1988, no memorável concerto do Pavilhão das Antas (Porto). Após o concerto do Porto, que decorrerá no Hard Club, haverá uma after show party, organizada pela Soundfactory. O Queridos Anos 80 não faltará! Todos os detalhes >>>> aqui!

1 comentário:

Ricardo disse...

The Mission UK pode vir para o Brasil...

http://tragaseushow.com.br/4-the-mission-uk-em-porto-alegre