terça-feira, junho 30, 2009

Pixies: uma boa e uma má notícia

Acabou de chegar ao meu conhecimento uma boa e uma má notícia sobre os Pixies. Primeiro a boa: a banda de Black Francis vai tocar o álbum Doolittle na íntegra (a ainda os lados B dos singles), na digressão que está a preparar, comemorativa dos vinte anos do lançamento de um dos álbuns mais fascinantes de rock indie dos anos 80. Diria mesmo que Doolittle é um dos meus álbuns preferidos de sempre. Paralelamente a esta digressão, que terá início em Outubro, os Pixies irão lançar uma caixa, com o título Minotaur, na qual encontraremos toda a discografia do grupo em CD e DVD, enquadrada por um novo esquema gráfico, um DVD ao vivo, todos os telediscos da banda e um livro. Esta edição ficará, certamente, por um balúrdio, mas valerá bem o dinheiro.


Agora, a má notícia: a digressão não contempla Portugal.

sábado, junho 27, 2009

Sondagem: qual a minha preferida de Michael Jackson?

Nunca tive um poster de Michael Jackson no quarto, enquanto adolescente. Na verdade, naquela altura, em que os nossos gostos eram, não totalmente, mas em grande parte, condicionados pelos pares e pelo grupo em que nos inseríamos, eu não era nem nunca fui aquilo que se pode chamar um fã de Michael Jackson. À medida que fui crescendo e que o meu ouvido foi ficando mais tolerante para todos os tipos de música, fui gradualmente reconhecendo a importância musical do senhor. Hoje, tenho o vinil de Thriller (comprado na Vandoma por... 50 cêntimos) e adoro passar Michael Jackson nas minhas deambulações enquanto DJ. Esta história é a prova de que, quem tem qualidade, acaba sempre por vê-la reconhecida mais cedo e mais tarde.

A sua morte, ironicamente, no dia de aniversário de outro Michael, também ele ícone da pop (falo de George Michael), levou-me a iniciar uma sondagem aqui no QA80, que pretende saber qual é o vosso single preferido de Michael Jackson. Isto, claro, no âmbito temporal dos anos 80. Vou apenas incluir os singles extraídos dos álbuns Thriller e Bad, os únicos gravados e editados nos anos 80, deixando de fora o álbum Off The Wall, de 1979, apesar de dele terem sido extraídos singles já nos anos 80, e ainda Farewell My Summer Love, uma compilação de temas gravados entre 1873 e 1875, que apenas viu a luz o dia em 1984. Houve ainda a reedição, em 1981, de One Day In Your Life, originalmente editada em 1975, e que eu deixei de fora. A lista é então a seguinte (podem votar na barra lateral e podem fazê-lo em mais do que uma canção):

the girl is mine
billie jean
beat it
wanna be startin' something
human nature
p.y.t. (pretty young thing)
thriller
i just can't stop loving you
bad
the way you make me feel
man in the mirror
dirty diana
another part of me
smooth criminal
leave me alone
liberian girl


PS - A propósito de um comentário feito pelo leitor Jorge, na caixa de comentários da barra lateral, queria dizer o seguinte: o QA80 não tem qualquer compromisso editorial para com os seus visitantes. Não são eles que determinam o que se escreve aqui. O QA80 é um blogue pessoal, redigido por alguém que escreve o que lhe apetece e quando lhe apetece ou tem tempo para.

quarta-feira, junho 24, 2009

Russ Ballard: o rock FM no Campo Pequeno

É já depois de amanhã que os fãs do rock FM terão um momento de culto: Russ Ballard estará no palco do Campo Pequeno para revisitar uma carreira de muitos êxitos hard-rock. Não sou grande conhecedor do percurso musical deste senhor, apenas conheço os temas Voices, Two Silhouettes, The Fire Still Burns, e o meu preferido, I Can't Hear You No More. Podem ler uma biografia jeitosa do cantor e compositor britânico no Viva 80s. O concerto no Campo Pequeno servirá também para apresentar o álbum mais recente, Book of Love . Na primeira parte actuarão as bandas portuguesas Alcoolémia e Faithfull. Para saber mais sobre o evento, o site da promotora, a Remember Minds.

segunda-feira, junho 22, 2009

JIMMY SOMMERVILLE (48)

Comecemos pelo mais recente: Jimmy Sommerville tem novo site oficial e acaba de editar o álbum Suddenly Last Summer, um conjunto de versões de temas antigos (People Are Strange, por exemplo...), apenas disponível em lojas online. Os tempos mudam e a forma como os artistas promovem e vendem a sua música também. Nos anos 80, Jimmy Sommerville conquistou o seu espaço na pop mundial, primeiro com os Bronski Beat, depois com os Communards e, finalmente, a solo. Em qualquer uma destas versões, Jimmy sempre nos deu canções formatadas para a pista de dança. Smalltown Boy, Why?, Don't Leave Me This Way (um original dos anos 70), So Cold The Night ou Never Can Say Goodbye (um original dos Jackson 5) são alguns desses exemplos. Hoje, Jimmy Sommerville completa 48 anos. parabéns!

CYNDI LAUPER (56)

Cyndi Lauper é responsável por um dos melhores momentos do teledisco de We Are The World. É uma imagem que retenho, aquela da pequenita de voz de menina, por vezes esganiçada, que foi uma das grandes estrelas da música dos 80s. Três canções povoam o nosso imaginário quando pensamos em Lauper: Girls Just Wanna Have Fun, Time After Time e True Colors.

Nasceu em Nova Iorque (22.06.1953) e, depois de ter feito parte de várias bandas locais, nos anos de adolescente, fundou, em 1977, os Blue Angel com John Turi. Editaram um álbum homónimo em 1980, mas sem qualquer sucesso. Já depois da dissolução do grupo, Cyndi passou 3 anos a cantar em bares e restaurantes até que o seu empresário (e namorado), David Wolff, lhe conseguiu um contrato discográfico que haveria de ser decisivo. Em finais de 1983, editou aquele que viria a ser o seu álbum de referência - She's So Unusual. Para além de Girls Just Wanna Have Fun e Time After Time, este primeiro álbum, com título tão apropriado, incluiu She Bop e All Through the Night, que também não se portaram mal.

Girls Just Wanna Have Fun foi uma espécie de manifesto feminino teen dos anos oitenta. O teledisco é, de resto, sintomático disso mesmo. Neste âmbito, a MTV teve um papel preponderante na forma como promoveu a carreira de Cyndi. Estávamos nos primórdios da cultura do teledisco.



O segundo álbum, True Colors (1986), mostrou uma Cyndi Lauper mais adulta, menos extravagante, e isso deve ter-lhe custado alguns fãs teenager. A grande faixa do álbum é a balada True Colors. À medida que a sua carreira musical foi perdendo fulgor, Cyndi começou a dedicar-se ao cinema. Em 1988, fez a sua primeira comédia, Vibes. Nunca vi este filme, nem tenho qualquer referência. Alguém viu?

O ano de 1989, marcou a edição de A Night To Remember, o terceiro álbum, que mais não fez do que confirmar que os tempos áureos de Cyndi tinham definitivamente passado. I Drove All Night foi o tema mais conhecido deste álbum.

O seu álbum mais recente data de 2008 e chama-se Bring Ya To The Brink. Hoje, Cyndi Lauper completa 56 anos. Parabéns!

quarta-feira, junho 17, 2009

Marilyn Manson no Porto, hoje



Hoje vou ver este senhor. E espero que ele se lembre de tocar Tainted Love, Sweet Dreams e Personal Jesus. Só lhe ficava bem.

quarta-feira, junho 10, 2009

MARK SHAW (49)

Os Then Jerico agitaram a pop do finalzinho da década de 80 com grandes temas como The Motive, Big Area e a belíssima balada Sugar Box. Duraram dois álbuns e depois tudo se desvaneceu. Excepto Mark Shaw, o vocalista, que manteve a actividade, primeiro como Mark Shaw Etc, e depois utilizando o nome Then Jerico, mas sem qualquer outro membro original. Em 2003, Shaw dizia à BBC que estava pronto a gravar novo material e que o álbum sairia até ao final desse ano, no entanto tal previsão não foi mais do que um desejo não cumprido... No ano passado, aquele que outrora foi um sex symbol dos 80s, foi brutalmente espancado por um grupo de jovens, sem saber porquê, diz ele. Toda a história aqui (atenção: a foto pode impressionar os mais sensíveis...). Hoje, Mark Shaw faz 49 anos e o QA80 dá-lhe os parabéns!

KIM DEAL (48)

A sua voz é marca imprescindível dos Pixies, quer por detrás de Black Francis, quer na doce interpretação de Gigantic (álbum Surfer Rosa, 1988). Kim Deal, baixista da banda mais apaixonante do indie-rock eighties, completa hoje 49 anos. Parabéns!

MAXI PRIEST (49)

Maxi Priest gravou, em 1988, uma versão de Wild World, de Cat Stevens, de que eu gosto muito (apesar de não ser fã de reggae). Sempre que ouço esta música, penso em férias. Quanto a Maxi Priest, hoje completa 49 anos, o que é razão para figurar neste blogue. Parabéns!

HERE AND NOW: Rick Astley

Quando vi Rick Astley entrar em palco de braço dado com as meninas do coro - já agora, cerca de 20 anos mais novas do que ele - como se fosse um Hugh Hefner ladeado pelas suas coelhinhas, percebi o que nos esperava na meia hora seguinte: a actuação de alguém que tinha vindo para se divertir e divertir o público independentemente da qualidade da música que apresentava como cartão de visita. Rick Astley foi, de todos os que pisaram o palco Here And Now, aquele que se levou menos a sério. Rick fez poses para a fotografia, divulgou o número do seu quarto no hotel para eventuais interessadas, posou para uma fotografia do percussionista e em seguida disse "Oh, pá, tenho 43 anos, que é que queres? Pelo amor de Deus!". Foi uma espécie de entertainer para todo o serviço, que, por acaso, tinha meia dúzia de canções para cantar. E a sua voz apenas acusou algum cansaço já no final, com Never Gonna Give You Up, canção que introduziu avisando que só tinha mais uma música e que todos sabiam qual é. Pôs os homens e as mulheres a cantar separadamente e, por fim, recebeu em palco todos os outros cantores (à excepção de Martin Fry e de Belinda Carlisle...) à maneira de apoteose que, já agora, não resultou por aí além. Aqui estão a fotos da prestação de Rick Astley.
Here and Now - Balanço final: voltem depressa!

sexta-feira, junho 05, 2009

HERE AND NOW: Kim Wilde

"Kim, jamais esquecerei o momento em que estive p'raí a uns 10 metros de ti. Foi como um cumprir de um desígnio que estava já traçado desde os longínquos anos 80, quando na parede do meu quarto olhavas fixamente para mim como que a convidar-me para entrar no poster (como no teledisco do Take On Me). Eu recusei sempre fazê-lo, porque no dia seguinte tinha de ir para a escola, e a minha mãe queria que o filho tirasse um curso. No Here And Now de sábado, delirei com toda a tua prestação, com destaque para a tua voz doce e melodiosoa que se mantém inalterada e a emoção que mostraste quando o público reagiu como ainda não o tinha feito com os artistas anteriores. Desde Cambodia ao apoteótico Kids In America, passando por You Keep Me Hanging On ou a versão rock de You Came, fizeste valer o preço do bilhete. O único ponto negativo é que a miúda dos coros não merecia tanto protagonismo. Ainda assim, tirei-te fotos, a maior parte de baixa qualidade, mas para mim serão as fotos do Here and Now. Já sabes, volta sempre, que os fãs portugueses estarão sempre prontos para te ver cantar!"

HERE AND NOW: ABC

Dos ABC, ou, se quisermos ser puristas, de Martin Fry, ficou-me a frustração de não terem tocado Be Near Me e The Night You Murdered Love. De resto gostei da prestação, com um Fry um pouco preso de movimentos e nitidamente sem saber o que fazer em certos momentos, mas envergando um fato de forro amarelo que fez questão de mostrar constantemente com subtileza mal disfarçada. O saxofonista tinha um estilo muito próprio com o pé a bater ao som da música e a cabeça gingando sempre de modo cadenciado. Um cool, portanto. When Smokey Sings e The Look Of Love foram momentos de natural ebulição na plateia. Mas eu preferi o início, com Poison Arrow, com coreografia e tudo, quando apontavam para o público no verso "who broke my heart? you did! you did!". E quem quer as fotos dos ABC? Aqui! Aqui!.

6 de Junho - AR D'MAR



Muita atenção: este anúncio é importante e pode contribuir para melhorar a vossa qualidade de vida. No próximo sábado terão a oportunidade de dançar ao som da melhor pop que os anos 70 80 e 90 nos deram. E um bocadinho de rock, também, já agora. Os Djs Pedro Mineiro e tarzanboy (sim, eu próprio!!!) encarregar-se-ão da árdua tarefa de meter discos, tirar discos e carregar em botões (parece fácil, mas não é). Vocês farão o resto. E quem não quiser dançar pode simplesmente olhar o mar, enquanto bate o pé, ou dar dois dedos de conversa na esplanada sobre a praia. O staff do Ar D'Mar receber-vos-á com o profissionalismo e a simpatia do costume. Não há consumo mínimo, nem sequer obrigatório (se bem que não acredito que alguém consiga ficar "a seco" numa noite destas...), a única obrigação é trazer boa disposição e dar um saltinho à cabina dos Djs para dizer olá ou "eh, pá, vocês são mesmo bons!". A pôr música, entenda-se.

Quem ainda não sabe onde fica o Ar D'Mar, para além de merecer umas boas vergastadas no lombo, fica a saber que se situa na praia de Canide-Norte, em Vila Nova de Gaia. Para não terem qualquer desculpa por não conseguirem chegar lá, vejam bem esta foto que o staff tirou do helicóptero particular do dono do bar... Para quem quiser "cheirar" o ambiente, pode também ver algumas das fotos das festas anteriores, no blogue oficial do Ar D'Mar. Então façam um favorzinho a vocês próprios e, no sábado, dia 6, compareçam com alegria e boa disposição. E já agora com amigos, amigas, tios, tias, sobrinhos e sobrinhas e quem mais entenderem. Vai valer a pena.

http://barardemar.blogspot.com/


PS - Queria deixar um agradecimento ao Carlos Silveira, que fez o flyer. E fê-lo muito bem!

quarta-feira, junho 03, 2009

HERE AND NOW: Belinda Carlisle

Belinda Carlisle apresentou-se em palco numa forma física bastante aceitável (um amigo meu diz que ela estava "boa como o milho", mas eu recuso-me a utilizar essa expressão neste blogue, que é lido por várias famílias) para os seus 50 anos. A voz nem sempre esteve à altura das exigências, mas confesso que estava à espera de pior. A seu lado, uma loira que deu um verdadeiro show à parte (que vozeirão!). A sua saída foi um pouco abrupta, mas nunca me pareceu que ela estivesse com o público, mesmo quando disse algumas palavras. A sua atitude pareceu-me sempre a de despachar a coisa com um sorriso nos lábios. Heaven Is A Place On Earth e Leave A Light On foram os momentos de maior impacto. Apesar de tudo, gostei de ver uma das miúdas por quem tive um crush quando era adolescente! E agora façam o favor de sacar as fotos que tirei da menina.

terça-feira, junho 02, 2009

HERE AND NOW: Nik Kershaw

Aqui está o homem que provocou os primeiros solos de histeria de uma ou duas moçoilas que estavam perto de mim. Uma delas gritava, entre risos, "I love you Nik! I love you Nik!". Completamente grisalho e usando uns óculos respeitáveis, Nik Kershaw mostrou aquilo que se sempre foi: um cantor pouco dado a euforias em palco, algo reservado até, e compenetrado no que está a fazer. A mim soube-me a pouco as quatro músicas que tocou. Esperava Nobody Knows e Don Quixote, quando ele saiu do palco após ter levado o Pavilhão ao rubro mais uma vez, agora com I Won't Let The Sun Go Down On Me. Após largos anos afastado dos holofotes dos palcos por opção, Nik Kershaw chegou à conclusão que mais vale ganhar uns cobres, aproveitar esta onda de saudável revivalismo e dar uma alegria aos seus fãs de sempre. Acho que optou bem. As fotos que tirei, estão aqui.

HERE AND NOW: Curiosity Killed The Cat

Entrei no Pavilhão Atlântico por volta das 20:50 para me deparar com um espaço ainda pouco preenchido. Cheguei-me imediatemente o mais à frente que pude, que, nisto de concertos, gosto mesmo de estar perto do palco. A média de idades ia de encontro à minhas expectativas, maioritariamente trintas e tais, mas alguns jovens imberbes podiam ser vistos aqui a ali com ar de quem tinha aterrado no Atlãntico de pára-quedas (que é como quem diz com um bilhete ganho num passatempo qualquer).
Às 21:15 em ponto, Ben Volpeliere-Pierrot entrou em palco, de óculos escuros e boina, roupa casual, sapatilhas, como quem diz "eu-ainda-sou-jovem-apesar-de-vocês-não-acreditarem". E a avaliar pelos passos de dança que exibiu à medida que decorria a sua actuação, pode dizer-se o rapaz não desaprendeu. A voz, essa não o deixou ficar mal - o registo é quase sempre grave e Ben não desafina. Aqui e ali tentou alguma interacção com o público através dos inevitáveis "Are you having fun?" ou "You're great!", mas o povo não reagiu por aí além. Foi um razoável warm-up para o que viria a seguir. Quem estiver interessado nas fotos que tirei, faça o favor de se servir.