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segunda-feira, fevereiro 27, 2006
Sem ideias para o Carnaval?
Vá de Martin Degville (Sigue Sigue Sputnik).
PS1 - Eles voltam a Portugal no dia 4 de Março.
PS2 - Pode escutar Love Missile F1-11 na radio.blog ali ao lado.
domingo, fevereiro 26, 2006
Novo teledisco: GAZEBO - I Like Chopin
I Like Chopin é uma música incontornável aqui no QA80. O texto sobre Gazebo foi um dos primeiros a serem escritos aqui e por isso ocupa um lugar especial neste blogue. Decidi, por isso, colocar o respectivo teledisco à vossa disposição. Amor, traição, ciúme, crime: todos os ingredientes de uma história trágica num ambiente aristocrático. E no fim Paul Mazzolini vai preso. Não há justiça.
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gazebo,
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quarta-feira, fevereiro 22, 2006
THIS CHARMING MAN: Ponto de situação
Após uma semana de votações (ainda vamos a meio) para a final da eleição THIS CHARMING MAN, este é o ponto de situação:
TOTAL DE VOTOS [e-mail (24) + sidebar (52)] - 76
1º John Taylor: 34
2º Simon LeBon: 19
3º Morrissey: 9
4º Robert Smith: 7
5º Nick Rhodes: 4
6º Sting: 3
Obrigado pela participação. Keep on voting!
Lebon, Morrissey, Rhodes, Smith, Sting e Taylor
Podem votar de duas formas:
1. Através do e-mail, thischarmingman@iol.pt. O voto deverá ser colocado no espaço "Assunto" ("Subject").
2. Através da barra lateral. A votação só estará disponível quando eu estiver no computador, e isso pode ser em qualquer altura do dia. É uma questão de me "apanharem" online.
Obrigado pela participação.
------------------------------------------------------------------------------------
Dear visitor, you may vote on your favourite charming man. To participate in this election, you may:
1. Either e-mail me at thischarmingman@iol.pt. You should write the name of your charming man in the "Subject" line.
2. Or use the sidebar poll when it is online, which is whenever I will be online as well.
Have fun. Thanks for voting.
TOTAL DE VOTOS [e-mail (24) + sidebar (52)] - 76
1º John Taylor: 34
2º Simon LeBon: 19
3º Morrissey: 9
4º Robert Smith: 7
5º Nick Rhodes: 4
6º Sting: 3
Obrigado pela participação. Keep on voting!
Lebon, Morrissey, Rhodes, Smith, Sting e Taylor
Podem votar de duas formas:
1. Através do e-mail, thischarmingman@iol.pt. O voto deverá ser colocado no espaço "Assunto" ("Subject").
2. Através da barra lateral. A votação só estará disponível quando eu estiver no computador, e isso pode ser em qualquer altura do dia. É uma questão de me "apanharem" online.
Obrigado pela participação.
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Dear visitor, you may vote on your favourite charming man. To participate in this election, you may:
1. Either e-mail me at thischarmingman@iol.pt. You should write the name of your charming man in the "Subject" line.
2. Or use the sidebar poll when it is online, which is whenever I will be online as well.
Have fun. Thanks for voting.
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this charming man
segunda-feira, fevereiro 20, 2006
Novo teledisco: DAVID LEE ROTH - Just A Gigolo
O senhor que vêem na foto do lado esquerdo foi vocalista dos Van Halen e considerado, genericamente, um "ganda maluco". Em 1984, deixou o grupo para tentar a sorte a solo. Just A Gigolo foi um dos seus maiores êxitos, não por ter acrescentado algo de especial ao original dos anos 30, mas talvez pelo teledisco completamente histérico e quase caótico que ficou na história. O senhor que vêem na foto do lado direito é um respeitável locutor de rádio da Free FM. Os dois são um só e dão pelo nome de David Lee Roth.
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o teledisco
terça-feira, fevereiro 14, 2006
Bauhaus
Come on so loaded man, well hung and snow white tan
Em primeiro lugar, deixem-me expressar toda a minha fúria pelo facto de não ter conseguido bilhete para o concerto do Coliseu, sexta-feira. Como se não bastasse ser esta uma oportunidade única de ver uma das bandas de referência do rock dos anos 80, esta é uma das raríssimas vezes em que o Porto, cidade, leva vantagem sobre Lisboa no que diz respeito a concertos. E eu não aproveitei. Grande otário.
Comecemos precisamente pelo presente: a The Near the Atmosphere European tour começou na Irlanda, a 28 de Janeiro e acabará precisamente no Porto, na próxima sexta-feira (grrrr... já vos disse que não arranjei bilhete?). Os Bauhaus voltaram a juntar-se no ano passado, depois de uma interrupção de 22 anos, apenas quebrada em 1998 para uma curta Ressurection tour.
Eu tomei contacto de forma consistente com os Bauhaus já eles tinham acabado como banda. Foi através de uma cassete ganha num concurso de uma rádio pirata (dos muitos em que participei e ganhei coisas) que tinha num dos lados Bauhaus e no outro Joy Division. Não foi fácil para um adolescente como eu, habituado à pop comercial da época, entrar neste mundo alternativo que se abria pela primeira vez aos meus ouvidos. Mas como a qualidade estava lá, e eu, felizmente, consegui dar com ela, foi uma questão de tempo até devorar a dita cassete não sei quantas vezes ao dia.
Há quem lhes chame os pais do goth-rock, mas eu que por vezes tenho alguma dificuldade em catalogar as bandas, simplesmente os quero considerar uma banda rock que nasceu na altura do punk, em 1978. O próprio site oficial do grupo apresenta, na biografia, este parágrafo fantástico sobre o espaço musical em que podemos situar os Bauhaus:
"... they unintentionally birthed a genre (Goth), moved on, moved forward, and surged mercurial through the post-punk music scene, tearing into tense, bass-driven new-wave, T-Rex-esque dark-glam, and swirling, clattering, orchestral atmospherics, whilst churning it into a grand, velvet, Rimbaudian hallucination. To pin the band to one genre is nothing but reductive."
http://www.bauhausmusik.com/bio/
Os membros que fundaram a banda e lhe deram a designação do movimento estéctico alemão chamam-se Peter Murphy (voz), David J (baixo), Daniel Ash (guitarra) e Kevin Haskings (bateria). A produção musical da banda resumiu-se a quatro álbuns: In the Flat Field (1980), Mask (1981), The Sky's Gone Out (1982) e Burning from the Inside (1983). Temas como She's in Parties, Kick in the Eye (o que eu dancei esta música no Nabucco, no extinto Centro Comercial Dallas!), The Passion Of Lovers, Stigmata Martyr e o épico Bela Lugosi's Dead, entre outros, devem fazer parte de qualquer colectânea dos Bauhaus. Curiosamente, a colectânea Crackle, editada em 1998, não inclui Stigmata Martyr, não sei porquê. Por outro lado, nela está incluída a minha canção preferida dos Bauhaus, Ziggy Stardust, uma versão bem melhor do que o original de David Bowie. Atenção: o teledisco de Ziggy Stardust já roda na barra lateral.
Após a dissolução da banda, em 1983, Peter Murphy construiu uma carreira a solo fascinante. Bom concerto, são os meus desejos a quem for na sexta-feira ao Coliseu do Porto. Grrrr...
Em primeiro lugar, deixem-me expressar toda a minha fúria pelo facto de não ter conseguido bilhete para o concerto do Coliseu, sexta-feira. Como se não bastasse ser esta uma oportunidade única de ver uma das bandas de referência do rock dos anos 80, esta é uma das raríssimas vezes em que o Porto, cidade, leva vantagem sobre Lisboa no que diz respeito a concertos. E eu não aproveitei. Grande otário.
Comecemos precisamente pelo presente: a The Near the Atmosphere European tour começou na Irlanda, a 28 de Janeiro e acabará precisamente no Porto, na próxima sexta-feira (grrrr... já vos disse que não arranjei bilhete?). Os Bauhaus voltaram a juntar-se no ano passado, depois de uma interrupção de 22 anos, apenas quebrada em 1998 para uma curta Ressurection tour.
Eu tomei contacto de forma consistente com os Bauhaus já eles tinham acabado como banda. Foi através de uma cassete ganha num concurso de uma rádio pirata (dos muitos em que participei e ganhei coisas) que tinha num dos lados Bauhaus e no outro Joy Division. Não foi fácil para um adolescente como eu, habituado à pop comercial da época, entrar neste mundo alternativo que se abria pela primeira vez aos meus ouvidos. Mas como a qualidade estava lá, e eu, felizmente, consegui dar com ela, foi uma questão de tempo até devorar a dita cassete não sei quantas vezes ao dia.
Há quem lhes chame os pais do goth-rock, mas eu que por vezes tenho alguma dificuldade em catalogar as bandas, simplesmente os quero considerar uma banda rock que nasceu na altura do punk, em 1978. O próprio site oficial do grupo apresenta, na biografia, este parágrafo fantástico sobre o espaço musical em que podemos situar os Bauhaus:
"... they unintentionally birthed a genre (Goth), moved on, moved forward, and surged mercurial through the post-punk music scene, tearing into tense, bass-driven new-wave, T-Rex-esque dark-glam, and swirling, clattering, orchestral atmospherics, whilst churning it into a grand, velvet, Rimbaudian hallucination. To pin the band to one genre is nothing but reductive."
http://www.bauhausmusik.com/bio/
Os membros que fundaram a banda e lhe deram a designação do movimento estéctico alemão chamam-se Peter Murphy (voz), David J (baixo), Daniel Ash (guitarra) e Kevin Haskings (bateria). A produção musical da banda resumiu-se a quatro álbuns: In the Flat Field (1980), Mask (1981), The Sky's Gone Out (1982) e Burning from the Inside (1983). Temas como She's in Parties, Kick in the Eye (o que eu dancei esta música no Nabucco, no extinto Centro Comercial Dallas!), The Passion Of Lovers, Stigmata Martyr e o épico Bela Lugosi's Dead, entre outros, devem fazer parte de qualquer colectânea dos Bauhaus. Curiosamente, a colectânea Crackle, editada em 1998, não inclui Stigmata Martyr, não sei porquê. Por outro lado, nela está incluída a minha canção preferida dos Bauhaus, Ziggy Stardust, uma versão bem melhor do que o original de David Bowie. Atenção: o teledisco de Ziggy Stardust já roda na barra lateral.
Após a dissolução da banda, em 1983, Peter Murphy construiu uma carreira a solo fascinante. Bom concerto, são os meus desejos a quem for na sexta-feira ao Coliseu do Porto. Grrrr...
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peter murphy
segunda-feira, fevereiro 13, 2006
THIS CHARMING MAN: A grande final
E os 6 finalistas da eleição THIS CHARMING MAN são, por ordem alfabética (não quero ser acusado de parcialidade):
Lebon, Morrissey, Rhodes, Smith, Sting e Taylor
Modo de funcionamento da grande final:
1. A votação terá início na quarta-feira, dia 15 de Fevereiro, às 00:00h.
2. A votação encerrará na quarta-feira, dia 1 de Março, às 16:00h.
3. Haverá duas formas de votarem no vosso "charming man" favorito:
a) Através de e-mail, que amanhã disponibilizarei. O voto deverá ser colocado no espaço "Assunto" ("Subject"). Só isso. Não precisam de escrever mais nada. Podem dizer "olá" obviamente, mas para tornar isto o mais simples possível, basta escrever o nome do dito cujo no "Assunto". Obviamente, e-mails repetidos não serão considerados, nem e-mails que eu desconfie serem resultado de uma acção de spam.
b) Através da barra lateral aqui do QA80, só que com uma pequena diferença em relação às eliminatórias anteriores: a votação só estará disponível quando eu estiver no computador, e isso pode ser em qualquer altura do dia. É uma questão de me "apanharem" online. Com esta medida, é certo que alguém que já enviou o e-mail pode votar uma segunda vez, mas isto permite-me acompanhar mais de perto a evolução das votações e impedir aquele tipo de fenómeno fraudulento que se passou na primeira meia-final.
4. Passada uma semana da votação, ou seja, a meio da mesma, farei aqui um ponto de situação sobre a evolução da classificação.
Lebon, Morrissey, Rhodes, Smith, Sting e Taylor
Modo de funcionamento da grande final:
1. A votação terá início na quarta-feira, dia 15 de Fevereiro, às 00:00h.
2. A votação encerrará na quarta-feira, dia 1 de Março, às 16:00h.
3. Haverá duas formas de votarem no vosso "charming man" favorito:
a) Através de e-mail, que amanhã disponibilizarei. O voto deverá ser colocado no espaço "Assunto" ("Subject"). Só isso. Não precisam de escrever mais nada. Podem dizer "olá" obviamente, mas para tornar isto o mais simples possível, basta escrever o nome do dito cujo no "Assunto". Obviamente, e-mails repetidos não serão considerados, nem e-mails que eu desconfie serem resultado de uma acção de spam.
b) Através da barra lateral aqui do QA80, só que com uma pequena diferença em relação às eliminatórias anteriores: a votação só estará disponível quando eu estiver no computador, e isso pode ser em qualquer altura do dia. É uma questão de me "apanharem" online. Com esta medida, é certo que alguém que já enviou o e-mail pode votar uma segunda vez, mas isto permite-me acompanhar mais de perto a evolução das votações e impedir aquele tipo de fenómeno fraudulento que se passou na primeira meia-final.
4. Passada uma semana da votação, ou seja, a meio da mesma, farei aqui um ponto de situação sobre a evolução da classificação.
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this charming man
sábado, fevereiro 11, 2006
Depeche Mode, 08/02/06 - O texto
19:20, mais coisa menos coisa, entro no Pavilhão Atlântico. Para quem vem do Porto e quer ficar o mais à frente possível não há tempo a perder. Pavilhão praticamente vazio, não mais de 500 pessoas chegadas às grades junto ao palco. Fico a uns cinco metros da fila da frente, do lado esquerdo do corredor central (há 13 anos, no saudoso Estádio das Antas, fiquei longe do palco). Boa ideia, quando o Dave entrar neste corredor vai dar para ver as tatuagens com mais pormenor. E, quem sabe, levar com alguns pingos do seu suor. O verdadeiro fã aproveita tudo, até o suor. Também vai dar para tirar umas boas fotos.
Os primeiros "furas" tentam fazer jus a esta designação, ou seja, furar a torto-e-a-direito, e lá vão conseguindo face à boa vontade geral, aqui e ali, adornada com um "Oh, pá, é indecente" ou "Eh, pá, desculpa lá, mas por aqui não!". Ao meu lado estão três espanhóis, um deles com um penteado surreal que me abstenho de descrever. Parecem bem dispostos e até aproveitam um maço de Marlboro cheio esquecido no chão. Um cromo semi-bêbedo, de copo de cerveja na mão, tenta furar, passa pelos espanhois e dá de caras com uma paisagem pouco amigável: as minhas costas, que fazem parte de um todo de um metro e oitenta e quatro centímetros. O nosso diálogo é curto, mas proveitoso: "Desculpe, seria possível passar?" "Não." "Não? OK, obrigado". E desaparece. Um dos espanhois sorri para mim e leio nos seus olhos a expressão "És o meu herói".
20:30, alguém me pergunta a que horas começa o concerto. "21:30, pelo menos é o que está no bilhete". Uma hora ainda de espera! E ainda temos de aturar os outros gajos que vêm fazer a primeira parte! Pois é, amigo, são os The Bravery e até têm 3 ou 4 músicas engraçadas. Olha, afinal acabam de entrar. Os The Bravery tocam bem, a voz do vocalista assemelha-se por vezes a uma espécie de "Robert LeBon de segunda apanha" (Robert da parte dos The Cure, LeBon da parte dos Duran Duran). Gostei, mas vamos lá a despachar. Meia-hora em palco e os The Bravery já são história. Gostei do "pullover" do vocalista.
21:30, então, como é, vamos lá começar isto. Uma menina que tem estado estoicamente atrás de mim, bate-me nas costas. "Olhe, desculpe, não dava para se desviar 2 milímetros?" 2 milímetros? Pronto, já está. "É que o senhor é muito alto". Já sabia, obrigado, mas a menos que proíbam as plateias a "maiores de 1,70", vai ter de levar comigo.
21.45, as luzes apagam-se gradualmente, o barulho aumenta vertiginosamente, eles vêm aí. Os Depeche Mode entram em palco! Primeiros flashes dos milhares que vão disparar sobre a banda durante o concerto. A Pain I'm Used To é o início perfeito e conhecido por quem tem estado atento às notícias da digressão. Dave Gahan veste um casaco cinzento que sabemos não ficará por muito tempo no seu corpo. Martin Gore vem de asas negras, mas somos nós que voamos quando ele canta Damaged People e Home, esta última, para mim, um dos momentos da noite. O primeiro momento da noite foi mais atrás, com A Question Of Time, que nos dá a oportunidade de ver Gahan fazer aquele "número" com o tripé do microfone. Este homem é o maior frontman da história da música (afirmação potencialmente polémica, mas que assumo com unhas e dentes). À minha volta, há um lago de saliva feminina (e, quem sabe, alguma masculina). O Dave que nem sonhe em fazer stage-diving, que vai ver o que lhe acontece.
Precious já faz parte das minhas preferidas de sempre, mas ao vivo fica a perder, algo lenta e despida de emoção. É claramente uma grande canção de estúdio, mas que não funciona bem ao vivo. É uma espécie de anti-climax que prepara outro climax, Walking In My Shoes, a música que na minha opinião encerra todas as qualidades do génio de Martin Gore. A letra, a melodia, os efeitos, está lá tudo, na perfeição.
Enjoy The Silence é naturalemente outro dos vários picos do concerto. Praticamente não se ouve a voz de Dave, pois há 20 mil vozes a cantar. Ele também gosta de nos ouvir e aponta-nos o microfone: "All I ever wanted all I ever needed is here in my aaaaaaaaaarms". Lindo. Estamos todos afinadinhos.
Expectativa para a abertura do 1º encore. Rezo aos deuses que Martin se lembre de A Question of Lust, sob pena de eu ter que invadir o palco em protesto. Mas a desilusão cede o lugar à surpresa. Que é isto? Shake The Disease com piano a acompanhar? Fabuloso, maravilhoso, assombroso. Martin Gore consegue deixar toda a gente petrificada perante o momento sublime. A jornalista do Público que escreve o artigo sobre o concerto dirá que esta música foi recebida com "indiferença". Não concordo e permito-me dizer que a jornalista esteve, no mínimo, desatenta.
Shake The Disease abre espaço ao 2º encore, logo após um Just Can Get Enough que faz a viagem mais longa no tempo e põe toda a gente a saltar. A banda abandona o palco, Dave, com cara de poucos amigos, diz algo a Peter Gordino. Parece-me algo sobre o público. Ou então, não. Peter Gordino é a surpresa da noite para mim, não pelo seu trabalho nas teclas, mas pela capacidade vocal que lhe permite fazer segundas vozes de forma irrepreensível. Na bateria, Christian Eigner é competente. Mas um concerto de Depeche Mode não é feito para baterista brilhar.
A banda regressa ao palco, com o pavilhão em delírio ensurdecedor. Never Let Me Down Again abre a conclusão alinhavada para o concerto. Braços no ar, esquerda, direita, esquerda, sem parar. Dave é o instigador. Todos vimos a cena no 101, também queremos fazer. A seguir, Martin Gore vem ao corredor central pela primeira vez. Dave junta-se-lhe e preparam-se para cantar Goodnight Lovers. O público grita, chama. Dave pede silêncio. O momento exige-o. Esta vai ser a última canção do concerto. A banda sairá de palco em apoteose, com a promessa de voltar em Julho. Por momentos o barulho que faz abanar o pavilhão faz hesitar os roadies que se preparam para arrumar as "tralhas". Novo encore? Será? Não, acabou mesmo. As luzes do Atlântico acendem-se. Há sorrisos aqui e ali, olhares exaustos também. A hora é de regresso. O concerto da minha vida? Pelo menos até 28 de Julho...
Os primeiros "furas" tentam fazer jus a esta designação, ou seja, furar a torto-e-a-direito, e lá vão conseguindo face à boa vontade geral, aqui e ali, adornada com um "Oh, pá, é indecente" ou "Eh, pá, desculpa lá, mas por aqui não!". Ao meu lado estão três espanhóis, um deles com um penteado surreal que me abstenho de descrever. Parecem bem dispostos e até aproveitam um maço de Marlboro cheio esquecido no chão. Um cromo semi-bêbedo, de copo de cerveja na mão, tenta furar, passa pelos espanhois e dá de caras com uma paisagem pouco amigável: as minhas costas, que fazem parte de um todo de um metro e oitenta e quatro centímetros. O nosso diálogo é curto, mas proveitoso: "Desculpe, seria possível passar?" "Não." "Não? OK, obrigado". E desaparece. Um dos espanhois sorri para mim e leio nos seus olhos a expressão "És o meu herói".
20:30, alguém me pergunta a que horas começa o concerto. "21:30, pelo menos é o que está no bilhete". Uma hora ainda de espera! E ainda temos de aturar os outros gajos que vêm fazer a primeira parte! Pois é, amigo, são os The Bravery e até têm 3 ou 4 músicas engraçadas. Olha, afinal acabam de entrar. Os The Bravery tocam bem, a voz do vocalista assemelha-se por vezes a uma espécie de "Robert LeBon de segunda apanha" (Robert da parte dos The Cure, LeBon da parte dos Duran Duran). Gostei, mas vamos lá a despachar. Meia-hora em palco e os The Bravery já são história. Gostei do "pullover" do vocalista.
21:30, então, como é, vamos lá começar isto. Uma menina que tem estado estoicamente atrás de mim, bate-me nas costas. "Olhe, desculpe, não dava para se desviar 2 milímetros?" 2 milímetros? Pronto, já está. "É que o senhor é muito alto". Já sabia, obrigado, mas a menos que proíbam as plateias a "maiores de 1,70", vai ter de levar comigo.
21.45, as luzes apagam-se gradualmente, o barulho aumenta vertiginosamente, eles vêm aí. Os Depeche Mode entram em palco! Primeiros flashes dos milhares que vão disparar sobre a banda durante o concerto. A Pain I'm Used To é o início perfeito e conhecido por quem tem estado atento às notícias da digressão. Dave Gahan veste um casaco cinzento que sabemos não ficará por muito tempo no seu corpo. Martin Gore vem de asas negras, mas somos nós que voamos quando ele canta Damaged People e Home, esta última, para mim, um dos momentos da noite. O primeiro momento da noite foi mais atrás, com A Question Of Time, que nos dá a oportunidade de ver Gahan fazer aquele "número" com o tripé do microfone. Este homem é o maior frontman da história da música (afirmação potencialmente polémica, mas que assumo com unhas e dentes). À minha volta, há um lago de saliva feminina (e, quem sabe, alguma masculina). O Dave que nem sonhe em fazer stage-diving, que vai ver o que lhe acontece.
Precious já faz parte das minhas preferidas de sempre, mas ao vivo fica a perder, algo lenta e despida de emoção. É claramente uma grande canção de estúdio, mas que não funciona bem ao vivo. É uma espécie de anti-climax que prepara outro climax, Walking In My Shoes, a música que na minha opinião encerra todas as qualidades do génio de Martin Gore. A letra, a melodia, os efeitos, está lá tudo, na perfeição.
Enjoy The Silence é naturalemente outro dos vários picos do concerto. Praticamente não se ouve a voz de Dave, pois há 20 mil vozes a cantar. Ele também gosta de nos ouvir e aponta-nos o microfone: "All I ever wanted all I ever needed is here in my aaaaaaaaaarms". Lindo. Estamos todos afinadinhos.
Expectativa para a abertura do 1º encore. Rezo aos deuses que Martin se lembre de A Question of Lust, sob pena de eu ter que invadir o palco em protesto. Mas a desilusão cede o lugar à surpresa. Que é isto? Shake The Disease com piano a acompanhar? Fabuloso, maravilhoso, assombroso. Martin Gore consegue deixar toda a gente petrificada perante o momento sublime. A jornalista do Público que escreve o artigo sobre o concerto dirá que esta música foi recebida com "indiferença". Não concordo e permito-me dizer que a jornalista esteve, no mínimo, desatenta.
Shake The Disease abre espaço ao 2º encore, logo após um Just Can Get Enough que faz a viagem mais longa no tempo e põe toda a gente a saltar. A banda abandona o palco, Dave, com cara de poucos amigos, diz algo a Peter Gordino. Parece-me algo sobre o público. Ou então, não. Peter Gordino é a surpresa da noite para mim, não pelo seu trabalho nas teclas, mas pela capacidade vocal que lhe permite fazer segundas vozes de forma irrepreensível. Na bateria, Christian Eigner é competente. Mas um concerto de Depeche Mode não é feito para baterista brilhar.
A banda regressa ao palco, com o pavilhão em delírio ensurdecedor. Never Let Me Down Again abre a conclusão alinhavada para o concerto. Braços no ar, esquerda, direita, esquerda, sem parar. Dave é o instigador. Todos vimos a cena no 101, também queremos fazer. A seguir, Martin Gore vem ao corredor central pela primeira vez. Dave junta-se-lhe e preparam-se para cantar Goodnight Lovers. O público grita, chama. Dave pede silêncio. O momento exige-o. Esta vai ser a última canção do concerto. A banda sairá de palco em apoteose, com a promessa de voltar em Julho. Por momentos o barulho que faz abanar o pavilhão faz hesitar os roadies que se preparam para arrumar as "tralhas". Novo encore? Será? Não, acabou mesmo. As luzes do Atlântico acendem-se. Há sorrisos aqui e ali, olhares exaustos também. A hora é de regresso. O concerto da minha vida? Pelo menos até 28 de Julho...
sexta-feira, fevereiro 10, 2006
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