Come on so loaded man, well hung and snow white tan
Em primeiro lugar, deixem-me expressar toda a minha fúria pelo facto de não ter conseguido bilhete para o concerto do Coliseu, sexta-feira. Como se não bastasse ser esta uma oportunidade única de ver uma das bandas de referência do rock dos anos 80, esta é uma das raríssimas vezes em que o Porto, cidade, leva vantagem sobre Lisboa no que diz respeito a concertos. E eu não aproveitei. Grande otário.
Comecemos precisamente pelo presente: a The Near the Atmosphere European tour começou na Irlanda, a 28 de Janeiro e acabará precisamente no Porto, na próxima sexta-feira (grrrr... já vos disse que não arranjei bilhete?). Os Bauhaus voltaram a juntar-se no ano passado, depois de uma interrupção de 22 anos, apenas quebrada em 1998 para uma curta Ressurection tour.
Eu tomei contacto de forma consistente com os Bauhaus já eles tinham acabado como banda. Foi através de uma cassete ganha num concurso de uma rádio pirata (dos muitos em que participei e ganhei coisas) que tinha num dos lados Bauhaus e no outro Joy Division. Não foi fácil para um adolescente como eu, habituado à pop comercial da época, entrar neste mundo alternativo que se abria pela primeira vez aos meus ouvidos. Mas como a qualidade estava lá, e eu, felizmente, consegui dar com ela, foi uma questão de tempo até devorar a dita cassete não sei quantas vezes ao dia.
Há quem lhes chame os pais do goth-rock, mas eu que por vezes tenho alguma dificuldade em catalogar as bandas, simplesmente os quero considerar uma banda rock que nasceu na altura do punk, em 1978. O próprio site oficial do grupo apresenta, na biografia, este parágrafo fantástico sobre o espaço musical em que podemos situar os Bauhaus:
"... they unintentionally birthed a genre (Goth), moved on, moved forward, and surged mercurial through the post-punk music scene, tearing into tense, bass-driven new-wave, T-Rex-esque dark-glam, and swirling, clattering, orchestral atmospherics, whilst churning it into a grand, velvet, Rimbaudian hallucination. To pin the band to one genre is nothing but reductive."
http://www.bauhausmusik.com/bio/
Os membros que fundaram a banda e lhe deram a designação do movimento estéctico alemão chamam-se Peter Murphy (voz), David J (baixo), Daniel Ash (guitarra) e Kevin Haskings (bateria). A produção musical da banda resumiu-se a quatro álbuns: In the Flat Field (1980), Mask (1981), The Sky's Gone Out (1982) e Burning from the Inside (1983). Temas como She's in Parties, Kick in the Eye (o que eu dancei esta música no Nabucco, no extinto Centro Comercial Dallas!), The Passion Of Lovers, Stigmata Martyr e o épico Bela Lugosi's Dead, entre outros, devem fazer parte de qualquer colectânea dos Bauhaus. Curiosamente, a colectânea Crackle, editada em 1998, não inclui Stigmata Martyr, não sei porquê. Por outro lado, nela está incluída a minha canção preferida dos Bauhaus, Ziggy Stardust, uma versão bem melhor do que o original de David Bowie. Atenção: o teledisco de Ziggy Stardust já roda na barra lateral.
Após a dissolução da banda, em 1983, Peter Murphy construiu uma carreira a solo fascinante. Bom concerto, são os meus desejos a quem for na sexta-feira ao Coliseu do Porto. Grrrr...
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