quarta-feira, novembro 30, 2011

BILLY IDOL (56)

As minhas primeiras recordações visuais deste senhor remontam a uma interpretação de Eyes Without A Face, num qualquer programa televisivo de que já não tenho memória, durante a qual Billy Idol fez questão de deixar a saliva fluir livremente pelo seu queixo abaixo. Se o facto me causou alguma repugnância, não pude deixar de sentir admiração por alguém que tinha a distinta lata de o fazer em plena televisão, ainda para mais quando a tal saliva era destinada às mocinhas que o acompanhavam em palco. Mas aquele ar de mauzão não é para levar a sério. O Billy, na realidade, é um coração de manteiga... Os anos passaram, mas aquele lábio superior arrepanhado ainda causa alguns estragos... Hoje, William Albert Michael Broad faz 56 anos. Parabéns!

sábado, novembro 26, 2011

TINA TURNER (72)

Miss Hot Legs faz hoje 72 anos. Tina Turner, pois claro, a mulher que é um exemplo de vida para todos nós. Nos anos 60 e 70 fez carreira com o marido, Ike Turner, de quem se divorciou em 1974, depois de algumas nódoas negras. Ressurgiu em toda a sua energia e pujança nos anos 80 e por isso tem lugar de destaque aqui.

Let’s Stay Together, What Love’s Got To Do With It, Private Dancer, It's Only Love (com Bryan Adams), We Don’t Need Another Hero, Typical Male e The Best são grandes sucessos que fizeram dela uma das mais bem sucedidas cantoras dos eighties. Parabéns!

terça-feira, novembro 22, 2011

Fora do Baralho (ou a entrevista imaginária da Blitz)

A revista Blitz tem uma rubrica chamada "Fora do Baralho", na qual uma celebridade é entrevistada. É um daqueles esquemas de questionátio fixo, de edição para edição, variando apenas o entrevistado. Já que eles não se decidem a entrevistar-me – aviso já que a minha paciência se está a esgotar – decidi adiantar-me. Assim, podem vir aqui ao blogue tirar as respostas e poupam uns trocos no telefone. Algumas perguntas foram adaptadas à identidade deste blogue, que é sobre a música dos anos 80, como já devem ter reparado. Aqui vai disto:

Qual foi o disco dos anos 80 que o deixou assombrado?

Com cinco minutos para pensar, poderia apontar assim uns cinquenta LPs que marcaram a minha vida, mas como quero dar um ar espontâneo à coisa, atiro com Baby, The Stars Shine Bright, dos Everything But The Girl. É simplesmente um disco lindo. Como se não bastasse a voz aveludada da minha querida Tracey Thorn, este disco conta com uma coisa que eu adoro nos disco pop, que são as orquestrações. 10 pontos em 10.

Com que músico não desdenharia trocar de pele?
Já disse por várias vezes, em conversas de amigos, em tertúlias poéticas, em autocarros apinhados de gente, e até mesmo no confessionário, ao senhor padre, que, numa próxima reencarnação, gostava de ser o Bryan Ferry. As pessoas normalmente ficam espantadas e retorquem (do verbo retorquir): "mas tu, com esse charme todo, essa cultura inigualável, essa beleza estonteante, essa simpatia inebriante, para que queres ser tu outro, seu tolo?". Eu faço aquele sorriso modesto que me é tão peculiar e respondo: "para conhecer as miúdas do teledisco do Kiss and Tell".

Que concerto se arrepende mais de não ter visto?

Muito provavelmente o dos Pixies no Coliseu do Porto, na primeira vez que vieram a Portugal, em início dos anos 90. Lembro-me de ter um exame no dia seguinte e ter decidido ficar em casa a estudar (a falta de dinheiro também teve o seu peso, é certo). A minha mãezinha ficou muito orgulhosa de mim e eu quero acreditar que esse passo foi decisivo para que eu terminasse o curso. Quero mesmo acreditar nisso!


Que disco dos anos 80 não consegue apagar do seu leitor de mp3?
A resposta podia ser semelhante à da primeira pergunta, mas agora, só para variar, escolho o Live in the Hothouse, dos The Sound. Este disco está provavelmente entre os três melhores discos ao vivo dos anos 80 (os outros dois são o Under a Blood Red Sky, dos U2, e o 101, dos Depeche Mode). É um registo que reúne toda a genialidade, presença e capacidade de nos emocionar de que só Adrian Borland era capaz. Funciona como um todo perfeito, este álbum.


Que músicos dos anos 80 já o desiludiram?
Acho que os U2 acabaram por me cansar (sim, chamem-me herege!), após terem atingido a perfeição com a trilogia The Unforgettable Fire, The Joshua Tree e Achtung Baby. Não quer dizer que tenham deixado de compor boas músicas, mas perderam aquele rasgo que fazia deles verdadeiramente especiais.

Consegue associar músicas a momentos ou pessoas da sua vida?

Claro que sim. Por exemplo, sempre que ouço I Like Chopin, de Gazebo, ou Souvenir, dos Orchestral Manoeuvres in the Dark, consigo viajar mentalmente até a um tempo de infância despreocupada, inocente e feliz, o tempo dos meus 10, 11, 12 anos, cuja única preocupação era saber se no dia seguinte ia conseguir finalmente completar o cubo mágico (nunca cheguei a conseguir) ou ganhar mais um jogo de futebol no pátio da minha escola (ganhei muitos). Outro exemplo são os Echo & the Bunnymen ou os The Smiths, que me fazem sempre lembrar da primeira vez que me dirigi a uma loja de discos e saí de lá com alguns debaixo do braço (descansem, que foram pagos). Fui com a minha irmã, dividimos o dinheiro, cada um comprou aquilo de que mais gostava, e foi um dia muito feliz.


Que música dos anos 80 não consegue ouvir?

Tenho alguns odiozinhos de estimação. Exemplos? Dirty Diana (Michael Jackson), In The Air Tonight (Phil Collins) ou Live Is Life (Opus). É de perder a esperança na humanidade!

domingo, novembro 20, 2011

Sweat a la mode

Esta coisa de se ser fã de uma banda ou artista tem vários níveis de dedicação. Podemos ficar pelos discos, pelos concertos, pelo saltar frenético para a pista de dança quando começa a tal música da nossa banda favorita. Podemos colecionar, aqui e ali, objetos ou recortes de jornais e revistas, gravar programas de rádio, de TV, ter aquele toque especial no telemóvel. Podemos, voltando aos concertos, abrir os nossos horizontes (e, já agora, os cordões à bolsa) e ir ao encontro da banda ou do artista preferido em palcos estrangeiros, mais ou menos longínquos. E podemos, também, vestir-nos com a música de que gostamos, autênticas billboards ambulantes que transmitem uma mensagem musical a quem olha (e inveja, esperamos nós). Nunca me incluí neste último tipo, o fã-da-tshirt, não porque tivesse algum tipo de preconceito ou vergonha em relação a mostrar aquilo de que gosto, mas pela simples razão de que este mercado, quando eu era adolescente, era caro e muitas vezes inacessível.
Nos últimos anos, dei por mim a contrariar esta tendência. Ainda esta semana, chegou-me via CTT a sweat que adquiri ao Depeche Mode Fanclub de Portugal. De cor preta, esta sweat tem, à frente, o verso Take Me In Your Arms, retirado do tema Black Celebration, e atrás a referência ao clube de fãs. É muito confortável e fica-me muitíssimo bem, já agora, como se pode constatar nas imagens. Uma prenda de Natal antecipada que me ofereci a mim mesmo.

sexta-feira, novembro 18, 2011

KIM WILDE

You came and changed the way I feel, no one could love you more

Para além daquela miúda loira da turma que tinha geografia ao segundo tempo de terça-feira ao lado da minha sala – para além dessa catraia, Kim Wilde foi assumidamente uma das minhas paixões dos anos 80. Outra era a Sandra. Uma era loira, outra era morena, como dizia a canção... Acho que a Kim acabou por levar a melhor sobre a alemã pela simples razão de que a sua carreira acabou por ser muito mais duradoura.

Kim Smith nasceu em Chiswick (Inglaterra) há 51 anos. Filha de Marty Wilde, cantor de sucesso nos anos 50, Kim juntou-se ao irmão Ricky e os dois iniciaram uma parceria musical que haveria de dar frutos por muitos anos. Ricky compunha, Kim cantava e assim se descobriu uma dupla de sucesso. Tudo isto com a supervisão paternal, claro.

Tudo começou com Kids In America, o primeiro single editado em 1981, que rapidamente chegou ao segundo lugar da tabela de singles do Reino Unido. Trazia uma sonoridade que se ajustava perfeitamente à onda new-wave. We’re the kids in america, uuhooo!! O álbum de estreia, Kim Wilde (1981), também se portou muito bem em termos comerciais e incluiu ainda os temas Chequered Love e Water On Glass. Depois chegaria o magnífico Cambodia, que faria parte de Select, o seu segundo álbum, editado em 1982. Por esta altura, Kim Wilde já tinha vendido mais discos do que o seu pai em toda a sua carreira. Os tempos eram outros, claro, mas não deixava de ser facto relevante. Outros temas importantes desta altura: View From A Bridge e Child Come Away.

Acontece, porém, que a competição feroz da pop que se fazia sentir na altura (Kajagoogoo, Duran Duran, Spandau Ballet, Paul Young, Culture Clube, Wham, etc...) não deu tréguas à nossa loira e Kim não conseguiu manter a popularidade alcançada com os dois primeiros trabalhos. Os lançamentos posteriores confirmaram o declínio - Catch As Catch Can (1983) e Teases And Dares (1984), com um The Very Best Of Kim Wilde pelo meio.

Teríamos então de chegar ao ano de 1986 para vermos a linda, fofa, querida Kim voltar à sua melhor forma. E nada melhor do que uma versão de um grande clássico como foi You Keep Me Hanging On (original das Supremes). Depois de ter surgido no single de beneficiência Ferry Aid, Kim Wilde editou o álbum Another Step (1987), que incluiu um dueto com Junior Giscombe no tema do mesmo nome.

Em 1988 o álbum Close mostrou uma Kim Wilde mais virada para as pistas de dança graças a temas como You Came e Never Trust A Stranger. You Came é para mim um dos ícones da pop dos anos 80 e não há volta a dar. Este seria o último longa-duração de Kim Wilde nos anos 80 e, se podemos dizer, o canto do cisne da cantora em termos de êxito mundial.

Em 14 de Setembro de 1990, Portugal recebeu, em Alvalade, David Bowie na sua Sound And Vision Tour para um concerto cuja primeira parte esteve a cargo de... KimWilde. Encontrei esta referência na Net, mas sinceramente não me lembro de que ela tenha passado por cá.

Na década de 90, Kim editou apenas três álbuns, que terão passado completamente despercebidos, à excepção de países como a Alemanha e o Japão e alguns locais recônditos de França - Love Moves (1990), Love Is (1992) e Now And Forever (1995). A própria Kim pareceu investir cada vez menos na sua carreira musical em favor da construção de uma vida familiar. Por muito que me doa no coração, sinto-me obrigado a revelar os seguintes factos: A 01 de Setembro de 1996 Kim Wilde casou-se com um tal Hal Fowler, de quem teve dois filhos: Harry Tristan (03/01/98) e Rose Elizabeth (14/01/2000). Pronto, agora sim, já só me resta o poster e o CD Kim Wilde – The Singles Collection, que inclui a versão de If I Can’t Have You (original dos Bee Gees).

Em 2000, Wilde iniciou uma experiência na televisão e parece que lhe tomou o gosto, passando a apresentar um programa televisivo sobre jardinagem. Aliás, aquela que outrora era considerada a Princess Of Pop, passou a ser conhecida como a Queen Of Crops.

O século XXI assistiu ao regresso de Kim às lides musicais: em 2002 editou uma versão de Born To Be Wild (original dos Steppenwolf). No ano seguinte, gravou com Nena o tema Anyplace, Anywhere, Anytime, facto ao qual o QA80 fez a devida referência. Nesta altura, já vai com mais com três álbuns editados - Never Say Never (2006), Come Out And Play (2010) e Snapshots (2011), este último o seu primeiro álbum de versões em toda a carreira, que inclui, por exemplo, In-Between Days (The Cure) e A Little Respect (Erasure).

Para os fãs portugueses, o dia 29 de maio de 2009 ficará para sempre na sua memória. Kim Wilde esteve no Pavilhão Atlântico, numa atuação integrada na digressão Here and Now. Todos os pormenores aqui: Here and Now 2009 Lisboa.

quinta-feira, novembro 17, 2011

PETER COX (55)

Peter Cox é o exemplo do que a passagem inexorável do tempo pode fazer ao cabelo de um homem. Se estivéssemos nos anos 80, certamente que o sotôr lhe recomendaria Restaurador Olex. Como estamos no século XXI, toca a rapar a cabeça e a olhar em frente a vida (sem cabelos a atrapalhar a visão).
Mas quem é este tal Peter Cox, perguntam vocês, seres ignorantes que buscam neste blogue uma luz que ilumine as vossas existências de trintões e quarentões melancólicos? Hein? Bom, Peter Cox é o vocalista dos Go West, dupla (com Richard Drummie) responsável por We Close Our Eyes e ainda um ou outro tema digno de referência. O senhor Cox tem 4 álbuns a solo, mas a boa notícia - para quem é fã - é que os Go West editaram o álbum 3D no ano passado e estão aí a dar concertos para quem os queira ver e ouvir: estão, nesta altura, em digressão, na Austrália, com Tony Hadley (Spandau Ballet). Podem saber tudo no site oficial do cantor. Por agora, resta-me dar-lhe os parabéns pelos 55 outonos que hoje completa.

domingo, novembro 13, 2011

O sonho do holandês

1985/1986. Um holandês conhece uma portuguesa em Sesimbra. Perde-lhe o rasto. 25 anos depois, o holandês coloca este vídeo no You Tube, com fundo musical de Circo de Feras, dos Xutos & Pontapés. Uma história que celebra a determinação de um homem em busca de um sonho perdido. Vamos ajudar o holandês sonhador? Eu faço a minha parte.
 

domingo, novembro 06, 2011

Finalmente: Psicopátria

Há discos que se tornam projetos de vida. Conhecêmo-los, perdemo-lhes o rasto, procuramo-los, desesperamos, insistimos. Andava há uns bons quinze anos atrás de Psicopátria, o quarto álbum de originais dos GNR, lançado em 1986. Em vinil em boas condições ou em CD (ainda que eu ache que nunca chegou a ser editado neste formato...), ainda não lhe conseguira deitar as mãos. Tenho mesmo um amigo que me ofereceu o seu vinil, mas eu achei um sacrilégio uma pessoa desfazer-se assim de um preciosidade a troco de nada, e não aceitei.
Até que o Jornal de Notícias resolveu editar a coleção que celebra os 30 anos do "melhor rock" da banda portuense, ou seja, todos os seus álbuns reeditados pela quantia unitária de 4,99 euros. E foi assim que, finalmente, aquele que é um dos discos da minha vida me veio parar às mãos. Para mim, Psicopátria é um dos maiores álbum da pop-rock portuguesa dos anos 80 (e de sempre, atrevo-me a dizer). Para mim, podia ser um best of dada a qualidade de cada faixa do álbum, todas elas concorrendo para um todo coerente. Resta-me agradecer ao JN pela iniciativa e, efectivamente (ainda com "c"), ao Grupo Novo Rock - Rui Reininho, Toli César Machado, Jorge Romão e (ainda!) Alexandre Soares.

Alinhamento do álbum:
1. Pós modernos 
2. Bellevue 
3. O paciente 
4. Dá fundo 
5. Cerimónias 
6. Coimbra B 
7. Efectivamente 
8. Ao soldado desconfiado 
9. Nova gente 
10. Choque frontal 
11. To miss