segunda-feira, fevereiro 02, 2004

DURAN DURAN: POP PURO (parte 1)

O Queridos Anos 80 andava há muito tempo a pensar fazer a devida homenagem aos Duran Duran. O momento chegou agora. Associamo-nos aos Brits (aliás, eles é que se associam ao QA 80), que, a 17 deste mês, vão atribuir aos cinco DD originais o prémio Outstanding Contribution. Como sabem, este deverá ser o terceiro grande momento do grupo no último ano. O segundo, em termos de importância, foi o Lifetime Achievment da MTV. O primeiro e grande momento foi o prémio Melhor Grupo dos 80's atribuído pelo Queridos Anos 80 após mega-sondagem realizada em Novembro do ano passado.

Para falar dos Duran Duran, solicitámos a colaboração de um fã hard-core da banda. Assina LV, respira Duran Duran por todos os poros e vai-nos trazer, em 3 capítulos, tudo o que há para saber sobre os Wild Boys. Obrigado, Luís!

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Woman, you want me, give me a sign And catch my breathing even closer behind



No seu tempo, ou seja, os eighties de que aqui se trata, os Duran Duran dominaram o mundo da Pop Music. Qual U2, qual quê! Simon Lebon, Andy Taylor, Roger Taylor, John Taylor e Nick Rhodes ditavam as leis, a partir de um conceito definido pelos dois últimos e que deveria combinar o som punk dos Sex Pistols com os ritmos dançáveis dos Chic. Para se ter uma ideia do furor que estes cinco rapazes de Birmingham um dia tiveram seria necessário pegar, por exemplo, no êxito que um Robbie Williams hoje possui e dobrá-lo, depois multiplicá-lo por valores com vários zeros à direita até que as nossas cabeças explodirem. Uma fórmula quase perfeita que lhes rendeu cerca de 100 milhões de discos vendidos ao longo da sua carreira. E ainda estão para as curvas.

Tudo começa em 1981. Depois de algumas variações no line-up, por onde passaram nomes como Simon Coley ou Stephen Tintin Duffy, os Duran Duran partem para a gravação do seu primeiro disco de título homónimo, como convinha. O disco é lançado e entra directamente para o n.º 3 das charts britânicas e vende para cima de 2,5 milhões de cópias só no Reino Unido.
A aposta nos videoclips, que lhes trouxe algumas críticas manifestamente injustas, começa a delinear-se, nomeadamente com a gravação de clip para Girls on Film, proibido em diversas TV’s mundiais, com realização de Godley & Creme.



1982
Os cinco rapazes nem sabem o que lhes está acontecer. Percursores de um fenómeno situado algures entre o Glam, o Electro , chamam-lhes de Neo-Românticos. Voam para a América onde fazem a primeira parte da digressão de Blondie. As salas estão cheias mas não é para ver Deborah Harry…
O álbum Rio é editado e marca uma época. Os singles Rio, Save a Prayer, Hungry Like the Wolf, My Own Way estão na calha. Em Portugal são apelidados de embaixadores do chamado Rock Futurista. Na rádio não se ouve outra coisa e no TNT – Todos no Top, programa da Rádio Comercial com direito a programa de TV, os Duran Duran são um fenómeno de popularidade. Vêm a Portugal, onde são recebidos com cenas de histeria colectiva nas ruas de Lisboa. Tocam no Passeio dos Alegres, da RTP 1. Embebidos em vídeos fantásticos e trapos dos melhores estilistas em trabalho exclusivo, aliado a cinco rostos larocas, a crítica dizima-os. Dor de cotovelo, digo eu.



1983
O single Is There Something I Should Know entra directamente para o n.º 1 em Inglaterra, feito só conseguido, até então, pelos Beatles ou Elvis. Chega o terceiro álbum, Seven & The Ragged Tiger, que atinge o número um inglês e o single Union of the Snake explode nas rádios e tabelas de vendas. Os vídeos, os penteados e o estojo de make-up de Nick Rhodes, por esta altura, já tinham dado nas vistas.
A falecida Lady Diana derrete-se e assume-se como fã dos Duranies, assim bem como Andy Warhol que trava conhecimento com a banda, convidando-a para diversas sessões fotográficas na América.



1984
O último álbum ainda produz mais dois singles: New Moon on Monday e The Reflex, que se torna no seu maior sucesso nos EUA. Partem então para uma mega digressão pelo Canadá e América, marcada pela duranmania e ainda pela utilização, pela primeira vez, de ecrãs gigantes onde são projectadas imagens do concerto. Muito inovadores estes rapazes. Da participação com o ex-Chic, Nile Rodgers, nasce o álbum ao vivo Arena, onde se inclui um original de estúdio, The Wild Boys. Este vídeo ainda hoje dá que falar. Realizado há quase vinte anos, ombreia com Thriller (Michael Jackson) ou Sledgehammer (Peter Gabriel) como um dos melhores de sempre.
Este ano é mesmo emblemático. A par de muita droga, meninas modelos e rock 'n' roll, os Duran surgem na capa da Rolling Stone sob os dizeres The Fab Five. Participam ainda no single Do they know it’s Christmas (Band Aid) e ainda têm tempo para arrebatar dois prémios Grammy para Best Song e Best Short Film.

LV

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