Inauguro nova sondagem a que chamo carinhosamente ESPAÇO TWIX. Ora, o Twix, passo a publicidade, é aquele chocolate que satisfaz duas vezes. O que é que isto tem então a ver com a sondagem? É fácil de ver. Trata-se de eleger a melhor dupla feminina dos anos oitenta. Aquela dupla que nos trouxe música que recordamos com saudade, nem que tenha sido apenas uma canção. Ou então aquela dupla com que a expressão "ménage à trois" tenha feito algum sentido (foi mais forte que eu, desculpem lá). As meninas também podem votar.
Passo à apresentação dos quatro female duos:
PEPSI & SHIRLIE
Pepsi Demacque (a negra) e Shirlie Holliman (a loira) faziam parte dos coros dos Wham!, antes de se aventurarem no mundo da pop-pastilha-elástica. Primeiro com o single Heartache, depois com Goodbye Stranger, ambos de 1987. Editaram dois álbuns - All Right Now (1988) e Change (1991)
Shirlie casou-se com Martin Kemp (Spandau Ballet), tiveram filhinhos e vivem felizes em Londres. Chegou mesmo a aparecer no videoclip de Mama (Spicegirls) com a filha Harley. Shirlie é uma das pessoas responsáveis pelo site oficial de George Michael.
Pepsi dedicou-se ao teatro musical nos anos 90, tendo surgido num remake de Hair (1993). Gravou, sob o nome Infamy (com George Michael nos coros), uma versão de You Spin Me Round (Like a Record) dos Dead Or Alive.
Em Junho de 1999, as duas apresentaram, na VH1, um programa de tributo a... George Michael.
Em 2000, o duo regressou em força... a fazer coros para o single Bag It Up de Geri Halliwell. As voltas que a vida dá!
Shirlie fala da sua melhor recordação dos tempos de Pepsi & Shirlie:
"... foi quando o nosso manager nos disse que Heartache tinha chegado a número 2 no Reino Unido. Adivinha quem nos impediu de chegar ao primeiro lugar? George e Aretha! Paciência. De qualquer modo, chegámos a número UM em muitos outros países."
Toma lá, George, que é para não te ficares a rir!
MEL & KIM
Mais um "produto" dos terríveis Stock, Aitken & Waterman, as irmãs Appleby ficaram conhecidas basicamente graças a dois temas: Showing Out e Respectable, incluídos no álbum de estreia F.L.M. Este seria, aliás, o seu único longa-duração. Mel faleceu em Janeiro de 1990, vítima de cancro. Tinha 23 anos.
Em 1991, Kim alcançou relativo êxito com o single Mama, mas ninguém mais ouviu falar dela.
Em 1988, Kim dizia à revista Smash Hits:
"Demos uma grande ajuda ao comércio de chapéus. Criámos uma moda, sem dúvida. Até vimos lojas onde exibem um grande letreiro a dizer "Chapéus Mel & Kim à venda". Mas não os usamos sempre."
Ainda bem que avisam.
WENDY AND LISA
Lisa Coleman e Wendy Melvoin, duas amigas naturais de Los Angeles, faziam parte dos Revolution, a banda suporte de sua excelência Prince, desde 1980 e 1983, respectivamente. Lisa dedicava-se às teclas, enquanto que Wendy tocava guitarra (lembram-se do videoclip de Purple Rain?). Em 1986 resolveram iniciar carreira como duo e não começaram nada mal, com um álbum homónimo que compuseram quase na íntegra com a colaboração do também ex-Revolution Bobby Z. Desde longa-duração ficou-nos o fantástico Waterfall.
O ano de 1988 marcou a colaboração num álbum de Joni Mitchell e a entrada para o grupo da irmã gémea de Wendy – Susannah. O duo passava trio e gravava Fruit At The Bottom. Seguiu-se o terceiro álbum, Eroica (1990), que contou com a colaboração de K.D. Lang. A década de 90 manteve-as praticamente na penumbra. Só em 1998, Wendy e Lisa decidiram voltar a dar notícias com uma nova designação e álbum: Girl Bros.
O seu percurso musical, ainda que não muito feliz em termos comerciais, conta com a autoria de várias bandas sonoras de filmes, entre os quais Dangerous Minds (com a bela Michelle Pfeiffer).
A propósito dos tempos de Prince & the Revolution, diz Wendy Melvoin:
"Musicalmente éramos muito respeitadas por Prince. Ele deixava-nos contribuir para a música sem qualquer interferência. Acho que o segredo da nossa relação profissional foi o facto de não sermos possessivas acerca das nossas ideias, ao contrário de outros que trabalharam com ele. Não escondíamos nada e davamos-lhe o que ele precisava. Os homens são muito competitivos, por isso se alguém surgisse com uma linha melódica, exigiam reconhecimento por isso."
Umas queridas, estas duas.
SALT 'N' PEPA
As sal e pimenta eram Cheryl James e Sandra Denton, respectivamente. Tiveram a coragem de se intrometer no mundo masculinizado do Rap/Hip-Hop e não se saíram nada mal com o seu Rap naughty but nice, no qual o sexo é o tema recorrente.
O primeiro álbum - Hot, Cool & Vicious (1987) – incluiu um single, Tramp, cujo lado-B seria um dos maiores sucessos do duo, aquando da sua remistura e reedição. Chama-se Push It e foi um dos primeiros temas Rap a ser nomeado para os Grammy. No segundo álbum, A Salt With Deadly Pepa (1988), juntou-se-lhes a DJ Spinderella. Este segundo álbum foi um fracasso comercial, apesar do relativo êxito de Shake Your Thang.
Iniciaram a década de 90 com o álbum Blacks' Magic, do qual foi extraído o maior êxito de sempre do grupo, Let's Talk About Sex. Este tema seria mais tarde reeditado com o título Let's Talk About AIDS. Outros álbuns: Very Necessary (1993) e Brand New (1997). Para além da música, conseguiram alguns papéis secundários no cinema.
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