Hold me in your arms again, let me touch your velvet skin
Saber o nome verdadeiro de Fancy é mais difícil que detectar o paradeiro de Bin Laden. Não existe muita informação sobre o senhor e os sites que encontrei referem nomes diferentes. Ric Tess, Tess Teiges, Manfred Alois Segiet ou Manfred Van Aulhausen. Vocês escolhem, mas não percam muito tempo com isso. Todos eles, porém, são unânimes em considerar Fancy como um dos maiores artistas à face da terra e arredores.
Fancy nasceu a 7 de Junho de 1947 em Hamburgo e frequentou um colégio de monges capuchinhos. Depois de chegar à conclusão que a vida monástica não era bem aquilo que procurava, formou uma banda chamada Mountain Shadows, que tocavam basicamente versões de Cliff Richard. Depois meteu na cabeça que alguém haveria de reparar nele e teve razão. Esse alguém chamava-se Todd Canedy e abriu-lhe as portas da música.
Fancy faz parte do chamado German-Disco, que por sua vez se enquadra no Euro-Dance, cuja principal vertente dá pelo nome de Italo-Disco que fez furor nalgumas pistas de dança da década. Confuso? O melhor é então passar à frente. A nacionalidade podia ser diferente, mas a sonoridade ia dar ao mesmo. Só para dar dois exemplos, da Alemanha tínhamos, para além de Fancy, os Modern Talking, esses monstros da piroseira internacional (quem nunca ouviu You’re My Heart, You’re My Soul a bateu o pezinho ao ritmo da música que atire a primeira pedra). De Itália chegavam os Scotch com o seu Disco Band (começava com um gajo a tossir). Mas havia mais, muito mais.
Fancy foi um verdadeiro sucesso do seu tempo na Alemanha, em França e em Espanha. Foi até considerado o rei do Euro-dance. No país de nuestros hermanos a loucura atingiu proporções tais que Bolero (Hold Me In Your Arms Again) permaneceu seis meses em primeiro lugar do top de singles. Não tenho ideia no nosso país se passou o mesmo, mas sei que o teledisco passava muito.
Antes de Bolero, porém, houve Slice Me Nice e Chinese Eyes, na mesma onda: ritmo disco, melodias bem marcadas por um sintetizador irritante e ambiente “carrinhos-de-choque”. As letras são do mais básico que há e a voz do senhor entranha-se e pode causar sérios danos auditivos. É a melhor definição que consigo encontrar. O mais irritante de tudo isto é que, ao ouvir-se Fancy, não se consegue deixar de bater o pezinho. Pelo menos eu não consigo. Flames Of Love foi ainda outro grande êxito nalguns cantinhos da Europa.
Fancy também compôs e produziu vários artistas na mesma onda, mas completamente desconhecidos, pelo que vou poupar-vos o trabalho de lerem os seus nomes.
Ao contrário do que se possa pensar, Fancy tem uma carreira discográfica bastante produtiva. Aqui está a discografia para os fãs hardcore.
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